Nos últimos jogos da equipe no Brasileiro, o torcedor do Botafogo tem
se acostumado a ver pelo lado esquerdo um jogador numa correria sem fim.
Na reta final do campeonato, Maicosuel parece ter resgatado o bom
futebol e, com ele, a vontade de vencer a qualquer custo. Seja para
armar jogadas ou para ajudar na defesa, o camisa 7 tem tentado mostrar
na raça o quanto quer o título brasileiro. O resultado disso são as
sucessivas câimbras ao fim das partidas e até um pequeno desentendimento
com o técnico Caio Júnior. Ao fim do jogo contra o Avaí, o meia foi
substituído e ficou bastante irritado. Mas garante não ter sido um
problema com o chefe.
- Fiquei chateado porque queria continuar jogando. Eu achava que a
gente ia ganhar e eu queria estar ali dentro de qualquer jeito para
ajudar. Mas não houve briga. Ele decidiu me tirar e isso faz parte do
trabalho dele e eu respeito. Não fiquei chateado com o Caio, mas de ter
sentido as câimbras e ter saído – garante.
O excesso de vontade vem não só da ambição de ser campeão brasileiro,
mas também da responsabilidade que carrega. Afinal, a torcida sempre
espera algo mais de um jogador que ganhou o apelido de Mago (assista aos últimos gols de Maicosuel no Brasileiro).
Maicosuel diz que tem que fazer valer o investimento do Bota (Foto: André Durão/Globoesporte.com)
- Eu sei que a torcida espera ver o Maicosuel de antes, aquele que jogou aqui antes de ir para a Europa. E eu me cobro para dar isso a eles. Infelizmente, tive uma lesão grave e tive dificuldade de readaptação no retorno. Mas estou conseguindo jogar um pouco melhor. Sempre acho que tenho que melhorar. Tenho que render o que esperam de mim, até para não ficar aquela sensação de que foi um dinheiro jogado fora com a minha contratação.
Maicosuel é conhecido no Botafogo por cobrar demais de si mesmo. No período em que regressou aos campos após uma lesão grave no joelho que o deixou parado por sete meses, precisou de atenção especial da comissão técnica. Agora, reencontrando seu melhor futebol, faz questão de fazer valer a pena todo o esforço e sacrifício tanto de sua parte quanto do Botafogo.
- A vontade vem de querer vencer, de saber tudo que eu passei e de que o Botafogo tem um grupo maravilhoso. A gente tem uma chance espetacular nas mãos. Podemos ser campeões e colocar o time de volta na Libertadores depois de tantos anos. Eu não admito entregar o título para outro clube. Se chegar no final e a gente não ganhar, mas tivermos feito tudo que podíamos, vou ter que aceitar, faz parte do futebol e será mérito de outra equipe. Mas a gente tem que saber que tem um grupo fantástico, com um ambiente ótimo e que precisamos brigar até o último minuto.
Com o título, Maicosuel espera que venham outros presentes. O jogador diz que tem se esforçado para que lembrem dele em outros momentos importantes.
- Penso na Seleção e em conquistar prêmio individuais. Isso seria muito importante para a minha carreira.
Função defensiva
No esquema adotado por Caio Júnior, Maicosuel, pela esquerda, e Herrera ou Elkeson, pela direita, têm a missão de marcar o lateral adversário e, com isso, recuar várias vezes até à defesa para auxiliar a zaga. O meia diz que esse era um hábito de quando jogava na Europa, mas que tinha perdido no Brasil.
Números no Brasileiro | |
---|---|
Gols | 4 |
Assistências | 5 |
Média do Armandão | 6.12 |
A estratégia, claro, tem seus reflexos no fim da partida. Normalmente esgotado, Maicosuel diz que tem que seguir à risca as instruções da nutricionista Beth Vilhena para não ter perdas significativas de massa muscular.
- Eu já sou magrinho e, se não me cuidar, acabo perdendo a massa que ganhei no trabalho que fiz durante a recuperação. Não sei ao certo quanto perco por jogo, mas deve ser cerca de dois quilos. Mas a Beth dá algumas instruções para a gente se recuperar.
Com Maicosuel, o Botafogo encara o Cruzeiro, neste sábado, no Engenhão. O jogo é válido pela 32ª rodada do Campeonato Brasileiro e tem início às 18h (de Brasília).
Maicosuel diz que união do time pode trazer o título brasileiro (Foto: Thiago Fernandes / Globoesporte.com)
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