Cuiabá e Manaus reforçam propostas para
evitar que Pantanal e Amazônia não virem 'elefantes brancos'. Outras
sedes já têm seus locatários definidos
Entre Copa das Confederações e Copa do Mundo, serão 80 partidas de
nível internacional disputadas pelo Brasil entre 2013 e 2014. Mas,
apesar da expectativa de grandes públicos e alto retorno financeiro,
quatro estádios já sabem que receberão apenas quatro desses duelos - e
todos da primeira fase do Mundial. A Seleção Brasileira não sobrevoará
essas regiões, e a tendência é que times como Espanha, Alemanha e
Argentina também não. Portanto, é difícil não se preocupar com o que
será feito com arenas como as de Cuiabá e de Manaus quando a onda do
evento passar. Numa conta simples, os gastos podem chegar a até R$ 150
milhões por jogo abrigado. Mas os responsáveis locais se antecipam: vão
colocar em prática planos ambiciosos.
Confira na tabela abaixo a relação custo/benefício de cada jogo da Copa nos estádios:
CIDADES-SEDE
NÚMERO DE JOGOS
VALOR TOTAL ESTIMADO
R$ POR JOGO EM 2014
Cuiabá
4
R$ 596,7 milhões
R$ 149,175 milhões
Manaus
4
R$ 533,3 milhões
R$ 133,325 milhões
Natal
4
R$ 400 milhões
R$ 100 milhões
Curitiba
4
R$ 220 milhões
R$ 55 milhões
Recife
5
R$ 494,2 milhões
R$ 98,840 milhões
Porto Alegre
5
R$ 290 milhões
R$ 58 milhões
São Paulo
6
R$ 820 milhões
R$ 136,6 milhões
*Belo Horizonte
6
R$ 684,1 milhões
R$ 114 milhões
Salvador
6
R$ 591,7 milhões
R$ 98,666 milhões
*Fortaleza
6
R$ 486 milhões
R$ 81 milhões
*Rio de Janeiro
7
R$ 859,9 milhões
R$ 122,8 milhões
*Brasília
7
R$ 671,2 milhões
R$ 95,885 milhões
(*) As quatro sedes destacadas vão receber de três a cinco
jogos da Copa das Confederações, o que atenua a diferençana relação
entre gastos e utilização dos estádios neste nível de competiçã
Ambas as capitais citadas não têm tradição de clubes importantes ou
mesmo de estádios lotados com frequência. Por isso, no Mato Grosso, o
projeto desenhado sob o olhar das autoridades é provisório. O público
verá um palco multiuso durante a competição, com o anel completo e
capacidade para 43 mil torcedores. Logo depois, se assim definir a
empresa que vencer uma licitação em 2013, as arquibancadas atrás dos
gols podem ser desmontadas, utilizadas em outra praça do estado e,
assim, reduzindo a Arena Pantanal para 25 mil lugares, barateando a
manutenção.
- É o único projeto entre as 12 sedes, me parece, que possui esse
detalhe. O estádio vai servir em definitivo ou não para outras
cidades-pólo. É sustentável, mais inteligente. Trata-se de um evento
atípico ao mandato deste governo, por isso não há espaço para correr
riscos. E o mais importante: a arena é só o passo para recebermos a
Copa. O legado em visibilidade, turismo e infraestrutura que ficará para
Cuiabá é marcante. Não há preocupação ou sequer conta em valores. O
investimento de R$ 440 milhões (R$ 596,7 milhões, segundo balanço do
governo, que considera os acessos ao local) já está sendo recuperado -
avisa Eder Moraes, secretário-executivo de Cuiabá 2014.
Além disso, serão injetados aproximadamente R$ 1,2 bilhão em mobilidade
urbana, com a introdução do VLT, que está em fase final de aprovação do
projeto e tem previsão de entrega para 18 meses a partir do começo das
obras. Isso sem contar com 11 hoteis, rodovias que ligam áreas da região
que, em pleno século XXI, jamais viram essa facilidade.
Obras da Arena Pantanal tem foco no meio ambiente (Foto: Edson Rodrigues / Assessoria Secopa)
- A melhora geral será de 1000%. Estamos muito orgulhosos de Cuiabá -
afirmou Marcelo de Oliveira, engenheiro do projeto, que ainda destacou a
possibilidade de serem erguidos shoppings, cinemas e restaurantes no
estádio, pois "há espaço de sobra".
A Arena Pantanal ficará no lugar do antigo Verdão, o José Fragelli,
construído em 1970 e que já não recebia, nem de longe, as 50 mil pessoas
de sua origem. O palco estava condenado pela defesa civil e,
desperdiçando rios de dinheiro, havia virado alvo fácil de invasões para
consumo de drogas e até antro de prostituição, segundo os locais.
Manaus: realismo desde o princípio e palco do Peladão
Diante do empecilho causado pela posição geográfica, entre outros
aspectos relativos à política, Manaus crê que cumpriu seu objetivo à
risca ao alcançar a Copa. Há clara acomodação pelos quatro jogos apenas.
O objetivo, agora, é tornar a região Norte mais visitada não somente
por aqueles que desejam conhecer a Amazônia, mas os que buscam
investimentos em sua forte zona franca. Quanto ao estádio, os cuidados
que têm sido tomados são os de fazer valer, imediatamente após a
conclusão do trabalho, a alcunha multiuso do local. Para isso, o
coordenador do comitê, Miguel Capobiango, esclarece como fazer.
- Está longe de ser só futebol o que teremos aqui. Há ideias de shows,
de colocar a cidade na rota dos grandes eventos mesmo, tudo isso
impulsionado pelo que as seleções que estiverem aqui vão divulgar.
Nossos camarotes são móveis e vão virar centros de convenções internos,
salas de reunião, ateliê de exposições... Carecíamos disso nessa área de
Manaus. A questão do valor por jogo é simplória, ele não foi construído
com o intuito de investimento. Se pegarmos o número de vezes que o nome
da cidade vai se repetir, só em publicidade o retorno será maior do que
os R$ 533,3 milhões - indica o dirigente.
A Arena da Amazônia, no entanto, terá capacidade para 44 mil, e dessa
forma se manterá. Ainda que os projetos deem certo, fica a dúvida sobre
se o estádio encherá com regularidade, para compensar sua manutenção.
Atualmente, a média do Campeonato Amazonense não passa de dois mil
torcedores por rodada. Na visão de Capobiango, isso é culpa dos clubes e
terá de ser resolvido.
- Depende de um profissionalismo maior na gerência dos clubes. É um
desafio resgatar a credibilidade, e isso está sendo visto com a
secretaria de esportes. Será preciso aproveitar o potencial
esportivamente também. Claro que sonhamos com um Fla x Flu, por exemplo.
Vasco, Corinthians, São Paulo, todos esses têm torcidas enormes aqui, e
vamos tentar viabilizar as vindas. Mas lembro que o "Peladão", o maior
torneio de peladas do Brasil, promovido por uma rede de comunicação,
reúne até 50 mil pessoas por jogo e é uma opção - destacou.
O Brasil também sediará a Copa América 2015, mas é muito provável que o
centro da competição fique entre as cidades já escolhidas para
protagonizar os eventos anteriores.
Curitiba e Natal: outros relegados já têm uso certo
Punidos
pelo atraso em seus trabalhos, por disputas financeiras ou
burocráticas, as sedes de Curitiba e Natal poderiam ter um desfecho
melhor na Copa 2014, mas terão de se contentar com o status de
coadjuvantes. No caso da Arena das Dunas, aliás, o temor de que o
estádio sequer fique 100% pronto a tempo é grande. Já a Arena da Baixada
não precisa muito mais do que retoques, uma vez que, jovem, já se
consolidou como uma das mais modernas da América Latina. Mas só deu
partida à reforma há menos de três semanas, o que não agradou à Fifa.
O projeto da Arena da Amazônia deve ter esse aspecto. Gastos são de R$ 533,3 milhões (Foto: Divulgação)
No entanto, os gastos de R$ 400 milhões de um e R$ 220 milhões do
outro, já têm destino certo após o Mundial. Na capital nordestina, o
estádio substitui o Machadão e verá partidas constantes de ABC e,
principalmente, América-RN, que costumam levar bons públicos. No Paraná,
por sua vez, o Atlético-PR controla e manda seus compromissos na
Baixada e se beneficiará com as modernizações. O clube, inclusive,
dividirá os gastos com iniciativa privada e pública.
Recife e Porto Alegre vão assistir a apenas cinco duelos - incluindo um
das oitavas de final. Mas também olharam para o futuro. Enquanto a
Arena Pernambuco, erguida em São Lourenço da Mata, município vizinho a
Recife, será arrendada oficialmente pelo Náutico - distribuindo os R$
494,2 milhões gastos -, o Beira-Rio já é do Internacional.
O Beira-Rio, cuja reforma está parada há 4 meses,
tem matagal crescendo ao redor da arquibancada.
O Inter continua usando estádio (Foto: Futura Press)
Salvador, Belo Horizonte, São Paulo e Fortaleza receberão seis jogos, e
já têm Bahia, Cruzeiro/Atlético-MG, Corinthians e Ceará/Fortaleza para,
em tese, garantir o lucro posterior à medida que os palcos puderem ser
novamente utilizados, além da renda gerada por quartas e semis, que
seguramente terão presença de grandes seleções e garantirão alta rotação
em turismo.
Brasília e Rio de Janeiro, por fim, viram ser marcados nada menos do
que sete partidas, além da Copa das Confederações - que Mineirão e
Castelão também têm. Com o Maracanã, cuja volta é muito esperada, não há
preocupação. Já o badalado Estádio Nacional vai trabalhar para não ser
esquecido, ainda que cada jogo, só da Copa, ofereça gasto de "apenas" R$
97 milhões, relação custo/benefício bem mais interessante que a
maioria.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/copa-do-mundo/noticia/2011/10/legado-prova-arenas-pouco-usadas-custam-ate-r-150-milhoes-por-jogo.html
Cuiabá e Manaus reforçam propostas para evitar que Pantanal e Amazônia não virem 'elefantes brancos'. Outras sedes já têm seus locatários definidos
Entre Copa das Confederações e Copa do Mundo, serão 80 partidas de
nível internacional disputadas pelo Brasil entre 2013 e 2014. Mas,
apesar da expectativa de grandes públicos e alto retorno financeiro,
quatro estádios já sabem que receberão apenas quatro desses duelos - e
todos da primeira fase do Mundial. A Seleção Brasileira não sobrevoará
essas regiões, e a tendência é que times como Espanha, Alemanha e
Argentina também não. Portanto, é difícil não se preocupar com o que
será feito com arenas como as de Cuiabá e de Manaus quando a onda do
evento passar. Numa conta simples, os gastos podem chegar a até R$ 150
milhões por jogo abrigado. Mas os responsáveis locais se antecipam: vão
colocar em prática planos ambiciosos.
Confira na tabela abaixo a relação custo/benefício de cada jogo da Copa nos estádios:
Ambas as capitais citadas não têm tradição de clubes importantes ou
mesmo de estádios lotados com frequência. Por isso, no Mato Grosso, o
projeto desenhado sob o olhar das autoridades é provisório. O público
verá um palco multiuso durante a competição, com o anel completo e
capacidade para 43 mil torcedores. Logo depois, se assim definir a
empresa que vencer uma licitação em 2013, as arquibancadas atrás dos
gols podem ser desmontadas, utilizadas em outra praça do estado e,
assim, reduzindo a Arena Pantanal para 25 mil lugares, barateando a
manutenção.
- É o único projeto entre as 12 sedes, me parece, que possui esse detalhe. O estádio vai servir em definitivo ou não para outras cidades-pólo. É sustentável, mais inteligente. Trata-se de um evento atípico ao mandato deste governo, por isso não há espaço para correr riscos. E o mais importante: a arena é só o passo para recebermos a Copa. O legado em visibilidade, turismo e infraestrutura que ficará para Cuiabá é marcante. Não há preocupação ou sequer conta em valores. O investimento de R$ 440 milhões (R$ 596,7 milhões, segundo balanço do governo, que considera os acessos ao local) já está sendo recuperado - avisa Eder Moraes, secretário-executivo de Cuiabá 2014.
Além disso, serão injetados aproximadamente R$ 1,2 bilhão em mobilidade urbana, com a introdução do VLT, que está em fase final de aprovação do projeto e tem previsão de entrega para 18 meses a partir do começo das obras. Isso sem contar com 11 hoteis, rodovias que ligam áreas da região que, em pleno século XXI, jamais viram essa facilidade.
- A melhora geral será de 1000%. Estamos muito orgulhosos de Cuiabá -
afirmou Marcelo de Oliveira, engenheiro do projeto, que ainda destacou a
possibilidade de serem erguidos shoppings, cinemas e restaurantes no
estádio, pois "há espaço de sobra".
A Arena Pantanal ficará no lugar do antigo Verdão, o José Fragelli, construído em 1970 e que já não recebia, nem de longe, as 50 mil pessoas de sua origem. O palco estava condenado pela defesa civil e, desperdiçando rios de dinheiro, havia virado alvo fácil de invasões para consumo de drogas e até antro de prostituição, segundo os locais.
Manaus: realismo desde o princípio e palco do Peladão
Diante do empecilho causado pela posição geográfica, entre outros aspectos relativos à política, Manaus crê que cumpriu seu objetivo à risca ao alcançar a Copa. Há clara acomodação pelos quatro jogos apenas. O objetivo, agora, é tornar a região Norte mais visitada não somente por aqueles que desejam conhecer a Amazônia, mas os que buscam investimentos em sua forte zona franca. Quanto ao estádio, os cuidados que têm sido tomados são os de fazer valer, imediatamente após a conclusão do trabalho, a alcunha multiuso do local. Para isso, o coordenador do comitê, Miguel Capobiango, esclarece como fazer.
- Está longe de ser só futebol o que teremos aqui. Há ideias de shows, de colocar a cidade na rota dos grandes eventos mesmo, tudo isso impulsionado pelo que as seleções que estiverem aqui vão divulgar. Nossos camarotes são móveis e vão virar centros de convenções internos, salas de reunião, ateliê de exposições... Carecíamos disso nessa área de Manaus. A questão do valor por jogo é simplória, ele não foi construído com o intuito de investimento. Se pegarmos o número de vezes que o nome da cidade vai se repetir, só em publicidade o retorno será maior do que os R$ 533,3 milhões - indica o dirigente.
A Arena da Amazônia, no entanto, terá capacidade para 44 mil, e dessa forma se manterá. Ainda que os projetos deem certo, fica a dúvida sobre se o estádio encherá com regularidade, para compensar sua manutenção. Atualmente, a média do Campeonato Amazonense não passa de dois mil torcedores por rodada. Na visão de Capobiango, isso é culpa dos clubes e terá de ser resolvido.
- Depende de um profissionalismo maior na gerência dos clubes. É um desafio resgatar a credibilidade, e isso está sendo visto com a secretaria de esportes. Será preciso aproveitar o potencial esportivamente também. Claro que sonhamos com um Fla x Flu, por exemplo. Vasco, Corinthians, São Paulo, todos esses têm torcidas enormes aqui, e vamos tentar viabilizar as vindas. Mas lembro que o "Peladão", o maior torneio de peladas do Brasil, promovido por uma rede de comunicação, reúne até 50 mil pessoas por jogo e é uma opção - destacou.
O Brasil também sediará a Copa América 2015, mas é muito provável que o centro da competição fique entre as cidades já escolhidas para protagonizar os eventos anteriores.
Curitiba e Natal: outros relegados já têm uso certo
Punidos pelo atraso em seus trabalhos, por disputas financeiras ou burocráticas, as sedes de Curitiba e Natal poderiam ter um desfecho melhor na Copa 2014, mas terão de se contentar com o status de coadjuvantes. No caso da Arena das Dunas, aliás, o temor de que o estádio sequer fique 100% pronto a tempo é grande. Já a Arena da Baixada não precisa muito mais do que retoques, uma vez que, jovem, já se consolidou como uma das mais modernas da América Latina. Mas só deu partida à reforma há menos de três semanas, o que não agradou à Fifa.
No entanto, os gastos de R$ 400 milhões de um e R$ 220 milhões do outro, já têm destino certo após o Mundial. Na capital nordestina, o estádio substitui o Machadão e verá partidas constantes de ABC e, principalmente, América-RN, que costumam levar bons públicos. No Paraná, por sua vez, o Atlético-PR controla e manda seus compromissos na Baixada e se beneficiará com as modernizações. O clube, inclusive, dividirá os gastos com iniciativa privada e pública.
Recife e Porto Alegre vão assistir a apenas cinco duelos - incluindo um das oitavas de final. Mas também olharam para o futuro. Enquanto a Arena Pernambuco, erguida em São Lourenço da Mata, município vizinho a Recife, será arrendada oficialmente pelo Náutico - distribuindo os R$ 494,2 milhões gastos -, o Beira-Rio já é do Internacional.
O Inter continua usando estádio (Foto: Futura Press)
Salvador, Belo Horizonte, São Paulo e Fortaleza receberão seis jogos, e
já têm Bahia, Cruzeiro/Atlético-MG, Corinthians e Ceará/Fortaleza para,
em tese, garantir o lucro posterior à medida que os palcos puderem ser
novamente utilizados, além da renda gerada por quartas e semis, que
seguramente terão presença de grandes seleções e garantirão alta rotação
em turismo.
Brasília e Rio de Janeiro, por fim, viram ser marcados nada menos do que sete partidas, além da Copa das Confederações - que Mineirão e Castelão também têm. Com o Maracanã, cuja volta é muito esperada, não há preocupação. Já o badalado Estádio Nacional vai trabalhar para não ser esquecido, ainda que cada jogo, só da Copa, ofereça gasto de "apenas" R$ 97 milhões, relação custo/benefício bem mais interessante que a maioria.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/copa-do-mundo/noticia/2011/10/legado-prova-arenas-pouco-usadas-custam-ate-r-150-milhoes-por-jogo.html
Confira na tabela abaixo a relação custo/benefício de cada jogo da Copa nos estádios:
CIDADES-SEDE | NÚMERO DE JOGOS | VALOR TOTAL ESTIMADO | R$ POR JOGO EM 2014 |
---|---|---|---|
Cuiabá | 4 | R$ 596,7 milhões | R$ 149,175 milhões |
Manaus | 4 | R$ 533,3 milhões | R$ 133,325 milhões |
Natal | 4 | R$ 400 milhões | R$ 100 milhões |
Curitiba | 4 | R$ 220 milhões | R$ 55 milhões |
Recife | 5 | R$ 494,2 milhões | R$ 98,840 milhões |
Porto Alegre | 5 | R$ 290 milhões | R$ 58 milhões |
São Paulo | 6 | R$ 820 milhões | R$ 136,6 milhões |
*Belo Horizonte | 6 | R$ 684,1 milhões | R$ 114 milhões |
Salvador | 6 | R$ 591,7 milhões | R$ 98,666 milhões |
*Fortaleza | 6 | R$ 486 milhões | R$ 81 milhões |
*Rio de Janeiro | 7 | R$ 859,9 milhões | R$ 122,8 milhões |
*Brasília | 7 | R$ 671,2 milhões |
R$ 95,885 milhões |
(*) As quatro sedes destacadas vão receber de três a cinco jogos da Copa das Confederações, o que atenua a diferençana relação entre gastos e utilização dos estádios neste nível de competiçã |
- É o único projeto entre as 12 sedes, me parece, que possui esse detalhe. O estádio vai servir em definitivo ou não para outras cidades-pólo. É sustentável, mais inteligente. Trata-se de um evento atípico ao mandato deste governo, por isso não há espaço para correr riscos. E o mais importante: a arena é só o passo para recebermos a Copa. O legado em visibilidade, turismo e infraestrutura que ficará para Cuiabá é marcante. Não há preocupação ou sequer conta em valores. O investimento de R$ 440 milhões (R$ 596,7 milhões, segundo balanço do governo, que considera os acessos ao local) já está sendo recuperado - avisa Eder Moraes, secretário-executivo de Cuiabá 2014.
Além disso, serão injetados aproximadamente R$ 1,2 bilhão em mobilidade urbana, com a introdução do VLT, que está em fase final de aprovação do projeto e tem previsão de entrega para 18 meses a partir do começo das obras. Isso sem contar com 11 hoteis, rodovias que ligam áreas da região que, em pleno século XXI, jamais viram essa facilidade.
Obras da Arena Pantanal tem foco no meio ambiente (Foto: Edson Rodrigues / Assessoria Secopa)
A Arena Pantanal ficará no lugar do antigo Verdão, o José Fragelli, construído em 1970 e que já não recebia, nem de longe, as 50 mil pessoas de sua origem. O palco estava condenado pela defesa civil e, desperdiçando rios de dinheiro, havia virado alvo fácil de invasões para consumo de drogas e até antro de prostituição, segundo os locais.
Manaus: realismo desde o princípio e palco do Peladão
Diante do empecilho causado pela posição geográfica, entre outros aspectos relativos à política, Manaus crê que cumpriu seu objetivo à risca ao alcançar a Copa. Há clara acomodação pelos quatro jogos apenas. O objetivo, agora, é tornar a região Norte mais visitada não somente por aqueles que desejam conhecer a Amazônia, mas os que buscam investimentos em sua forte zona franca. Quanto ao estádio, os cuidados que têm sido tomados são os de fazer valer, imediatamente após a conclusão do trabalho, a alcunha multiuso do local. Para isso, o coordenador do comitê, Miguel Capobiango, esclarece como fazer.
- Está longe de ser só futebol o que teremos aqui. Há ideias de shows, de colocar a cidade na rota dos grandes eventos mesmo, tudo isso impulsionado pelo que as seleções que estiverem aqui vão divulgar. Nossos camarotes são móveis e vão virar centros de convenções internos, salas de reunião, ateliê de exposições... Carecíamos disso nessa área de Manaus. A questão do valor por jogo é simplória, ele não foi construído com o intuito de investimento. Se pegarmos o número de vezes que o nome da cidade vai se repetir, só em publicidade o retorno será maior do que os R$ 533,3 milhões - indica o dirigente.
A Arena da Amazônia, no entanto, terá capacidade para 44 mil, e dessa forma se manterá. Ainda que os projetos deem certo, fica a dúvida sobre se o estádio encherá com regularidade, para compensar sua manutenção. Atualmente, a média do Campeonato Amazonense não passa de dois mil torcedores por rodada. Na visão de Capobiango, isso é culpa dos clubes e terá de ser resolvido.
- Depende de um profissionalismo maior na gerência dos clubes. É um desafio resgatar a credibilidade, e isso está sendo visto com a secretaria de esportes. Será preciso aproveitar o potencial esportivamente também. Claro que sonhamos com um Fla x Flu, por exemplo. Vasco, Corinthians, São Paulo, todos esses têm torcidas enormes aqui, e vamos tentar viabilizar as vindas. Mas lembro que o "Peladão", o maior torneio de peladas do Brasil, promovido por uma rede de comunicação, reúne até 50 mil pessoas por jogo e é uma opção - destacou.
O Brasil também sediará a Copa América 2015, mas é muito provável que o centro da competição fique entre as cidades já escolhidas para protagonizar os eventos anteriores.
Curitiba e Natal: outros relegados já têm uso certo
Punidos pelo atraso em seus trabalhos, por disputas financeiras ou burocráticas, as sedes de Curitiba e Natal poderiam ter um desfecho melhor na Copa 2014, mas terão de se contentar com o status de coadjuvantes. No caso da Arena das Dunas, aliás, o temor de que o estádio sequer fique 100% pronto a tempo é grande. Já a Arena da Baixada não precisa muito mais do que retoques, uma vez que, jovem, já se consolidou como uma das mais modernas da América Latina. Mas só deu partida à reforma há menos de três semanas, o que não agradou à Fifa.
O projeto da Arena da Amazônia deve ter esse aspecto. Gastos são de R$ 533,3 milhões (Foto: Divulgação)
No entanto, os gastos de R$ 400 milhões de um e R$ 220 milhões do outro, já têm destino certo após o Mundial. Na capital nordestina, o estádio substitui o Machadão e verá partidas constantes de ABC e, principalmente, América-RN, que costumam levar bons públicos. No Paraná, por sua vez, o Atlético-PR controla e manda seus compromissos na Baixada e se beneficiará com as modernizações. O clube, inclusive, dividirá os gastos com iniciativa privada e pública.
Recife e Porto Alegre vão assistir a apenas cinco duelos - incluindo um das oitavas de final. Mas também olharam para o futuro. Enquanto a Arena Pernambuco, erguida em São Lourenço da Mata, município vizinho a Recife, será arrendada oficialmente pelo Náutico - distribuindo os R$ 494,2 milhões gastos -, o Beira-Rio já é do Internacional.
O Beira-Rio, cuja reforma está parada há 4 meses,
tem matagal crescendo ao redor da arquibancada.
tem matagal crescendo ao redor da arquibancada.
O Inter continua usando estádio (Foto: Futura Press)
Brasília e Rio de Janeiro, por fim, viram ser marcados nada menos do que sete partidas, além da Copa das Confederações - que Mineirão e Castelão também têm. Com o Maracanã, cuja volta é muito esperada, não há preocupação. Já o badalado Estádio Nacional vai trabalhar para não ser esquecido, ainda que cada jogo, só da Copa, ofereça gasto de "apenas" R$ 97 milhões, relação custo/benefício bem mais interessante que a maioria.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/copa-do-mundo/noticia/2011/10/legado-prova-arenas-pouco-usadas-custam-ate-r-150-milhoes-por-jogo.html
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