Achei! Ídolo na Arábia, Victor Simões já foi ‘preso’ pelos soldados do rei

Destaque da equipe do Al Ahli, ex-atacante do Botafogo fala da vida fora do país e lembra momento tenso após o título da Copa do Rei

Por Felippe Costa Rio de Janeiro

Depois de se destacar com a camisa do Botafogo e ficar conhecido pela forma curiosa com que comemorava seus gols (imitando uma pantera), o atacante Victor Simões agora curte a vida de artilheiro na Arábia Saudita e guarda histórias inesquecíveis. Chamado de “Tigre Verde”, ele acabou de renovar seu contrato por mais três anos com o Al Ahli, clube que conquistou a última Copa do Rei graças a um gol seu. E foi justamente nesse dia tão especial na carreira que ele passou o maior susto de sua vida.

Com as garras de uma pantera, Victor Simões comemora mais um gol pelo seu time (Foto: Divulgação)

- Fomos campeões da Copa do Rei. O jogo foi emocionante e acabou indo para os pênaltis. Na lista do técnico, eu era o último a bater. Quando fui para a cobrança, estávamos na frente e só precisava marcar para que o time conquistasse o título. Graças a Deus eu consegui. Na comemoração, eu tirei a camisa, pois tinha outra por baixo com os nomes das minhas filhas. Mas isso acabou sendo um problema. Fizemos uma fila para ir cumprimentar o Rei, que se encontrava no estádio. Quando estava preparado, dois soldados me tiraram da fila e me levaram para uma sala vazia do estádio. Não entendi nada. Queria chamar alguém, mas eles não me entendiam. Depois de quase trinta minutos, fui liberado e fiquei sabendo que a atitude deles foi porque não sabiam o que estava escrito na minha camisa. Pensavam que poderia ser alguma frase contra o rei. Fiz o gol do título e acabei preso.

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Segundo Victor Simões, o grande desafio nessa passagem pela Arábia Saudita foi se acostumar com os costumes locais, que são bem diferentes dos brasileiros. A religião é um fator que influencia muito no cotidiano das pessoas e também do seu clube.

Me chamam de Tigre Verde e até Jacaré. Tentei explicar, mas eles não sabem o que é pantera"

Victor Simõesr

- No começo foi complicado, pois estava sozinho. O país é bem diferente do Brasil, principalmente no fator religião. Primeiro vem a reza, depois eles fazem as outras coisas. Respeito muito, mas confesso que o povo vive muito dependente disso. Mesmo sendo mais fechados, eles acabam se soltando com o futebol. Me chamam de Tigre Verde e até Jacaré. Tentei explicar, mas eles não sabem o que é pantera (risos) – disse ele, que foi vice-artilheiro no nacional, com 19 gols.

A fase é tão boa que o atacante já ganhou vários presentes valiosos do dono do Al Ahli. Além de relógios, o brasileiro recebeu uma grande surpresa quando o sheik Abdul Aziz Al Ankari apareceu com um carro zero para ele.

- Fiquei impressionado. Eles sempre aparecem com presentes e você não pode recusar, pois é como se fosse uma ofensa. Estou com ele (carro) até hoje, mas não trago para o Brasil. Quando voltar a jogar aqui, vendo para algum jogador de lá.

Mesmo vivendo uma grande fase, ele não se esquece das raízes e lembra com carinho da passagem pelo Botafogo. Victor Simões disse que ainda é bastante assediado pelos torcedores quando passa férias no Rio de Janeiro.

Victor Simões mantém a forma em sua estadia no
Brasil (Foto: Felippe Costa / Globoesporte.com)

- Renovei por mais três anos e não penso em voltar agora. Já recebi algumas propostas este ano, mas quero cumprir meu contrato com o Al Ahli, que abriu as portas para mim aqui. Sei que os torcedores do Botafogo guardam um carinho especial por mim e fico muito feliz quando eles me param nas ruas. Com certeza, vou encerrar minha carreira no Rio de Janeiro.

Perguntado se o time seria o próprio Botafogo, Victor Simões despistou:
 - Assim você me complica, mas quem sabe ......

FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/noticia/2011/09/achei-idolo-na-arabia-victor-simoes-ja-foi-preso-pelos-soldados-do-rei.html