sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Oposição reprova cadeiras vermelhas no Engenhão


Decisão da patrocinadora de pintar parte do estádio de vermelho está sendo motivo de discórdia em General Severiano

Marcelo Benevides
Publicada em 11/08/2011 às 17:55
Rio de Janeiro (RJ)

A polêmica das cores das cadeiras do Engenhão ecoou na vida política do Botafogo. O grupo "Mais Botafogo", movimento opositor à gestão do presidente Mauricio Assumpção, divulgou uma nota repudiando a escolha feita pela Brahma de pintar de vermelho e branco o setor sul do estádio alvinegro.

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De acordo com o grupo, a empresa não respeitou as tradições alvinegras ao escolher outras cores em vez de preto e branco, como a camisa do Botafogo. Outro ponto questionado é o fato de o clube entender que o Engenhão não faz parte do patrimônio e, que por conta disso, o contrato não precisaria passar pelo crivo do Conselho Deliberativo.

Setor Sul já está nas cores da patrocinadora (Foto: Alexandre Loureiro)

De fato, o Botafogo não é proprietário do Engenhão, uma vez que ganhou a concessão da Prefeitura do Rio de Janeiro, com direito de exploração das dependências até 2027. Mas a oposição entende que, durante este período, o clube responde por tudo o que diz respeito ao estádio. Assim, ele estaria inserido na questão patrimonial, devendo todos os contratos referentes ao espaço passarem obrigatoriamente pelo Conselho.

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- O estatuto deveria ser interpretado de uma maneira mais abrangente em relação à essa questão de patrimônio. Sempre que se refere ao Engenhão, surgem esses problemas. Cito o exemplo do Caio Martins. Ele também foi arrendado da mesma maneira pelo Botafogo e nem por isso deixou de ser patrimônio do clube. Portanto, o Engenhão é sim patrimônio do Botafogo - ponderou Gustavo Noronha, coordenador do movimento "Mais Botafogo".

O maior ponto de discórdia da oposição é o fato de o Botafogo ter cedido à exigência da Brahma. Como exemplo, os alvinegros citam o caso do Grêmio, que tem a Coca-Cola como patrocinadora do Estádio Olímpico. A empresa de refrigerantes não utilizou a sua logomarca em vermelho, cor do arquirrival Inter, atendendo a uma exigência do Tricolor Gaúcho.

- Há uma descaracterização do clube. Os parceiros comerciais devem ser respeitados, mas é preciso que as nossas cores também sejam respeitadas. O Botafogo é o único que não tem o vermelho na camisa. Não convém pintar as cadeiras dessa cor - reclamou Gustavo.

Veja a íntegra da nota do "Mais Botafogo":

O Grupo MAIS BOTAFOGO, cujos objetivos, dentre outros, são e serão sempre o crescimento e o restabelecimento do prestígio do clube, tendo em vista a descaracterização do estádio João Havelange
 (Engenhão) como do BOTAFOGO DE FUTEBOL E REGATAS, torna público o seu repúdio a esse
 esdrúxulo ato da atual diretoria que, além de ofender os sentimentos de grande maioria de sua imensa torcida, agride as tradições do Glorioso, que coloca as cores preta e branca como as cores tradicionais e estatutárias do clube desde os primeiros dias de sua existência. Colocar a cor vermelha nas cadeiras, para atender às exigências de uma empresa de bebidas, é uma ofensa irreparável aos milhões de torcedores do BOTAFOGO. O Mais Botafogo repele e exige a mudança imediata, pois não podemos considerar como nosso um estádio com cores que se identificam muito mais com as dos rivais do que com as do BOTAFOGO.

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