quinta-feira, 7 de abril de 2011

Wellington Paulista diz: 'Sou meio italiano, meio pernambucano'

Reprovado em 16 peneiras, inclusive no Palmeiras, atacante evoca origem na Mooca, em São Paulo, ao falar da empolgação por jogar no Verdão

Por Juliano Costa São Paulo

Wellington Paulista cruzeiro x funorte (Foto:  Washington Alves/VIPCOMM)Wellington Paulista: emprestado pelo Cruzeiro até
dezembro (Foto: Washington Alves/VIPCOMM)

Wellington Paulista foi reprovado em 16 peneiras até ser bem-sucedido. Todos os grandes paulistas, inclusive o Palmeiras, torceram o nariz para ele na adolescência. Mas Wellington não desistiu. Acabou se tornando jogador no clube de seu coração, o Juventus. No time da Mooca, chamou a atenção do Santos. Passou ainda por Alavés-ESP e Botafogo, até estourar de vez no Cruzeiro, fazendo dupla com Kleber. Agora, aos 27 anos, Wellington acredita ter chegado ao auge de sua carreira, com a transferência para o Palmeiras, clube de origem italiana, assim como o bairro onde nasceu e foi criado.
- Sempre vivi na Mooca, cercado de amigos palmeirenses. Minha avó materna era italiana e a família do meu pai é de Pernambuco. Então eu sou meio italiano, meio pernambucano - diz o jogador, orgulhoso de suas origens.
Wellington Paulista chega a São Paulo, vindo de Belo Horizonte, na tarde desta quarta-feira. Na quinta, passa pelos exames médicos de praxe, antes de assinar contrato. Ele diz que ainda não sabe se a apresentação oficial será na quinta ou na sexta-feira.

Havia uma grande expectativa em torno da contratação de um centroavante. Você vem para ser esse cara que vai assumir a 9 e ser titular?
Estou indo para jogar. Respeito meus companheiros, mas vou para jogar. Em todos os clubes por onde passei sempre fui muito bem, e a expectativa é de fazer um grande trabalho também no Palmeiras.
Eu gostaria de ser o 9. É uma camisa que carrega um significado especial, é a do cara que faz gol"
W. Paulista

A camisa 9 está vaga já há algum tempo. Faz questão de ficar com ela?
Ah, eu gostaria de ser o 9 porque sempre fui o 9, todos me reconhecem como o 9. É uma camisa que carrega um significado especial porque é a camisa do centroavante, a camisa do cara que está sempre fazendo gol.

Ansioso para reatar a dupla com Kleber?
Demais! Ele é um cara sensacional, um grande amigo, tanto dentro como fora de campo. Kleber fez muito para que eu acertasse com o Palmeiras. Quem negociou tudo foi o empresário dele, o Pepe (Giuseppe Dioguardi). Espero agora corresponder a essa confiança toda do Kleber.

Mas qual o segredo dessa parceria?
A gente se encaixou muito bem no Cruzeiro. Quando um estava na área, o outro estava fora, criando jogadas. É entrosamento. Quando ele sai para pegar a bola, eu sei para onde correr. Pode ver que a gente sempre procura o outro para fazer tabelas.

O camisa 10 é o Valdivia, chileno. Vê semelhanças entre ele e o Montillo, que é argentino?
Sim, são muito parecidos. Os dois conduzem bem a bola e têm muita qualidade no passe, estão sempre deixando os atacantes na cara do gol. O Montillo me ajudou bastante e tenho certeza que o Valdivia também vai.

Felipão o elogiou bastante em entrevistas. Já conversou com ele?
Ainda não, mas, nossa, estou muito feliz por poder trabalhar com ele. A gente sempre sonha trabalhar com os melhores do mundo, e o Felipão dispensa comentários. Tenho certeza que vou aprender e crescer muito com ele.

Seu empréstimo vai até dezembro. Depois disso fica livre?
Não, aí eu vou ter mais dois anos de contrato com o Cruzeiro e, em tese, vou ter que voltar para lá. Mas tem opção de compra nesse empréstimo aí, vamos ver o que vai acontecer. Se eu for bem, posso ficar.

Você foi criado na Mooca, um tradicional bairro italiano de São Paulo. Tem muito amigo palmeirense?
Demais, e sempre me cobraram que, um dia, eu tinha que ir para o Palmeiras. Minha família inteira é juventina, meu pai me levava para ver os jogos do Juventus na Rua Javari, mas é lógico que a presença de palmeirenses por perto sempre foi muito grande.

Você tem sangue italiano?
Tenho, sim. Tenho inclusive o passaporte italiano, porque meu avô materno era italiano. Mas a família do meu pai é de Pernambuco. Então eu sou meio italiano, meio pernambucano.

Tipo pizza de carne seca.
(Risos) É, isso aí.

É verdade que você fez peneira no Palmeiras e foi reprovado?
Eu fui reprovado em 16 peneiras. Fiz uma no Palmeiras, uma no São Paulo, uma no Santos, três no Corinthians, seis no Juventus, que é o clube do meu coração, e as outras foram em times do Interior. Fui aprovado na sexta vez no Juventus, já com quase 18 anos. Detalhe: como meia. Na verdade, eu queria jogar, não importava a posição, mas me aprovaram como meia. Só depois, por causa da minha altura (1,80m) e facilidade para fazer gol, me colocaram de atacante.

O Palmeiras foi campeão paulista em 2008, mas não ganha um título nacional ou internacional há mais de dez anos. A pressão é grande. Está preparado?
Opa! Na verdade, essa pressão já começou aqui em Belo Horizonte. Um palmeirense me encontrou na rua e já saiu cobrando gols (risos). Acho legal isso e estou preparado, sim. Quero muito ajudar o Palmeiras com gols e ver a torcida gritar “é campeão” novamente.
wellington Paulista cruzeiro entrevista (Foto: Tarcisio Neto / Globoesporte.com)Wellington Paulista: feliz da vida com a chegada ao Palmeiras (Foto: Tarcisio Neto / Globoesporte.com)

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