Equipe começa bem, abre 3 a 0 sobre o Colo Colo, mas perde o controle, tem três expulsos, e se complica para jogo contra o Cerro
Do seu camarote, Muricy Ramalho assitiu a tudo. O treinador será apresentado nesta quinta-feira e terá de quebrar a cabeça para montar a equipe para o confronto contra os paraguaios, que o Peixe precisa vencer para não depender de outros resultados na última rodada para avançar às oitavas. Com o resultado, o Santos foi a cinco pontos e segue em terceiro lugar no Grupo 5. Os chilenos, em segundo, tem seis. O Cerro, líder, está com oito.
Gols para Muricy festejar
O Santos entrou em campo passando um pouco do ponto. A vitória do Cerro Porteño sobre o Deportivo Táchira, por 2 a 0, fez com que o Peixe entrasse em campo muito pressionado. Afinal, os paraguaios foram a oito pontos, deixando Colo Colo com seis e o Peixe com dois. Um tropeço deixaria os santistas longe demais das oitavas. Por isso, o time entrou em campo com apenas dois. Por isso, nervosismo, a bola queimando nos pés, passes equivocados. Mas o espírito já era diferente. Ao contrário do que aconteceu nos primeiros três jogos, o Peixe jogou Libertadores, enfim. Foi determinado na marcação e procurou abafar o Colo Colo desde o início.
O clima da Vila Belmiro ajudou. A torcida também pareceu entender que o ambiente do Alçapão conta muito. Esgotou os ingressos e empurrou o time desde o minuto inicial. Paulo Henrique Ganso, que foi hostilizado por um grupo de descontentes após a derrota para o Palmeiras, por 1 a 0, domingo passado, teve seu nome gritado.
- Paulo Henrique é o maestro do Peixão!
Muricy Ramalho cumprimenta os torcedores do Santos durante a partida na Vila (Foto: Reuters)
O Peixe continuava tomando conta da partida. Estava difícil entrar tabelando pelo meio da zaga chilena. O jeito era chutar de fora. Afinal, o goleiro Castillo, como sabe bem o torcedor do Botafogo, não é dos mais confiáveis. Danilo arriscou aos 29, mas o goleiro defendeu. Aos 34, não teve jeito. Numa linda cobrança de falta, de pé direito, Elano acertou o ângulo esquerdo de Castillo. Explosão na Vila Belmiro, especialmente no camarote do presidente Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro. A seu lado, o técnico Muricy Ramalho, que vibrou muito.
Neymar comemora com a máscara que lhe
renderia segundo amarelo e expulsão (Foto: AP)
renderia segundo amarelo e expulsão (Foto: AP)
Aliviados, os jogadores alvinegros passaram a tocar a bola com mais calma, envolvendo o Colo Colo, que começou a sair mais, sem, no entanto, ameaçar o gol alvinegro.
Chapéu, máscara e expulsão
Os 12 primeiros minutos do segundo tempo viraram o jogo de ponta cabeça. Aos seis minutos, Neymar vez um gol antológico. Ele se antecipou a Cabión, passaou por Scotti, aplicou um chapéu em Cabrera e toca por cima de Castillo. Na comemoração, colocou uma das máscaras do seu rosto que foram distribuídas por um dos seus patrocinadores. O árbitro uruguaio Roberto Silvera não gostou da brincadeira e lhe deu o cartão amarelo. Como já tinha um, por falta em Jorquera no primeiro tempo, foi expulso.
Esse lance fez o clima esquentar muito dentro de campo. Em seguida, Zé Eduardo e Scotti trocaram empurrões e foram expulsos. Trocando em miúdos: o Peixe terá um jogo decisivo contra o Cerro Porteño, no dia 16, em Assunção, e não poderá contar com sua maior estrela, Neymar, e com seu principal centroavante: Zé Eduardo. Complicou. Como Paulo Henrique Ganso, que já tinha amarelo, também estava nervoso, o interino Marcelo Martelotte o tirou do campo, para a entrada de Alex Sandro
Mas a escalação para a semana que vem era um problema para Muricy Ramalho resolver depois. Ainda havia jogo. Com nove atletas em campo, o Peixe tratou de se acalmar. Passou a tocar a bola, marcando forte e tentando achar algum contra-ataque.
O Colo Colo, com um jogador a mais em campo, martelou até diminuir, aos 36. Jerez recebeu às costas de Pará, pela esquerda, invadiu a área e tocou por cima de Rafael. A pressão chilena aumentou muito. Os santistas, cansados, se desdobravam para tentar afastar a bola de sua área. Agora, era uma luta contra o tempo.
Tempo que demorava a passar. Para piorar as coisas, Alex Sandro sentiu o joelho e ficou caído no chão. O Santos, que já não tinha muita gente em campo, ficou escancarado. Aos 41, Rúbio recebeu no setor que deveria ser ocupado por Alex, driblou Rafael e diminuiu.
O jogo que estava tranquilo, se transformou em um drama. Dentro e fora de campo. Já no banco, após ser substituído, Elano arremessou uma toalha em direção à delegação do adversário e também foi expulso. O Colo Colo seguia em cima, mas também estava bastante tenso em campo. Jorquera discutiu com o juiz e também levou o vermelho. Foi o último ato de um jogo que teve cara de Libertadores, não necessariamente uma cara boa.
Rafael, Pará (Bruno Aguiar), Dracena, Durval e Léo; Adriano, Danilo, Elano e Ganso (Alex Sandro); Neymar e Zé Eduardo | Castillo, Magallanes, Cabrero, Scotti e Jerez; Mena (Cabión), Salcedo (Gazale), Fuenzalida (Rubio), Wilchez e Jorquera; Miralles |
Técnico (interino): Marcelo Martelotte | Técnico: Américo Gallego |
Gols: Elano, 34, Danilo, 35 minutos do primeiro tempo; Neymar, 7, Jerez, 36, Rúbio, 41 minutos do segundo tempo | |
Cartão vermelho: Neymar, Zé Love, Elano, Scotti e Jorquera | |
Cartões amarelos: Neymar, Elano, Ganso, Rafael (Santos), Wilchez, Magallanes, Cabión, Cabrera (Colo Colo) | |
Público e renda: 11.871 pagantes/537.295,00 | |
Local: Vila Belmiro, em Santos (SP). Data: 6/4/2011. Árbitro: Roberto Silvera (URU), auxiliado por Maurício Espinosa (URU) e Marcelo Costa (URU) FONTE: http://globoesporte.globo.com/futebol/libertadores/noticia/2011/04/santos-vence-jogo-dramatico-mas-perde-neymar-elano-e-ze-eduardo.html |
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