Em 2008, meia disputou torneio de juniores pelo Santos em Turim e chamou a atenção de observadores de times italianos. Na época, podia sair bem mais barato...
Leonardo Bertozzi
Ganso foi o grande nome da semifinal contra o Santo André, marcando os dois gols santistas no empate por 2 a 2 e convertendo sua cobrança na série de pênaltis, que terminaria com vitória do time dirigido por Narciso. O Santos, que já havia conquistado o troféu no ano anterior, repetiria a dose com vitória por 1 a 0 na final contra o River Plate, graças ao gol de Breitner, hoje emprestado ao Figueirense.
Na matéria da Gazzetta, o empresário, que não quis se identificar, afirmou que a presença de Ganso no torneio era uma exigência para a participação santista: "Ele vinha da primeira lesão grave no ligamento cruzado. Eu avisei: ou vinha Ganso ou não vinha o Santos. O Santos não acreditava nele. Somente Giovanni, ex-Barcelona, que o havia levado para o clube, repetia que ele explodiria".
Segundo a versão do agente, Ganso estava sem contrato e poderia se transferir por cifras quase simbólicas, na casa de 280 a 300 mil euros. No entanto, tal informação não condiz com os tempos originais da relação entre o meia e o Santos, já que em janeiro de 2008, época de sua participação na Copa São Paulo, já havia sido firmado um compromisso de cinco anos.
De qualquer maneira, o esforço para levar Ganso naquela época certamente teria sido menor que o de agora, com o jogador avaliado em 30 a 35 milhões de euros - e em meio a uma dura negociação com o clube para reduzir o valor da multa rescisória.
Aquele torneio contava com a presença de vários olheiros de clubes importantes, e um deles em especial se interessou pelo jogador "Paulo Henrique de '89": o Bologna. Relatório de Poerio Mascella, ex-goleiro e então consultor do clube, fez um relatório repleto de elogios: "Canhoto natural, usa com segurança também o pé direito. Tem ótimas qualidades técnicas, grande sensibilidade nos pés. Não é centroavante, mas também sabe fazer a parede: um 1-2 de calcanhar impressionante".
"Drible fatal, porque protege bem a bola e se livra do adversário mesmo quando dobram a marcação", prossegue a descrição de Mascella. "Maneira de caminhar que leva a crer em um jogador lento, mas sabe acelerar e avançar em progressão. Controle e disparo em um instante. Que pés!". A direção do Bologna, porém, não se dispôs a tentar.
Mesmo entre os italianos, porém, há quem ainda torça o nariz para o talento santista. Um deles é Pierluigi Casiraghi, chefe dos olheiros da Internazionale (apenas homônimo do ex-atacante).
"Eu não estava naquela competição, mas ninguém nos disse nada sobre ele. Um ano depois vi Ganso no Mundial Sub-20 do Egito e ele não me encantou. Jogava pela esquerda, no 4-2-3-1, em linha com Alex Teixeira e Giuliano e atrás de Alan Kardec. Raio de ação muito curto. Depois virou mais meio-campista, amadureceu", justifica Casiraghi.
O olheiro admitiu a possibilidade de Ganso ser especial depois de visitar o Brasil e buscar comparações com Hernanes, bem sucedido em sua primeira temporada na Itália pela Lazio. Mas mantém a desconfiança. "Ninguém a quem perguntei me disse que Hernanes era melhor. E Hernanes na Itália já provou algo. Sempre suspeito que os brasileiros sejam ótimos entre eles. Mas 30 milhões ele não vale".
Certamente Leonardo, técnico da Inter e admirador confesso de Ganso, pensa de outra maneira. Mas o dérbi pelo meia está apenas no começo.
FONTE:
http://esportes.br.msn.com/colunistas/artigo-espn.aspx?cp-documentid=28381756
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