ATLÉTICO-MG
Treinador reitera falha do time nos últimos jogos e reclama de relaxamento do time: "Esse tipo de acontecimento não pode voltar a acontecer"
Por Guilherme Frossard,
de Belo Horizonte
O Atlético-MG fez um bom primeiro tempo no Independência, neste
domingo, contra a Ponte Preta. Teve dificuldade, mas conseguiu furar o
bloqueio da forte defesa adversária e marcar o primeiro gol, com
Robinho. Foi para o vestiário com a vantagem mínima, porém, na volta,
deu tudo errado nos primeiros cinco minutos. A Macaca virou o jogo com
dois gols de Lucca, em lances de total desatenção da defesa. O Galo
partiu com tudo para o ataque e conseguiu apenas o empate, com Rafael
Moura, dando números finais ao jogo: 2 a 2 (veja os melhores momentos no vídeo clicando no LINK da FONTE abaixo).
Na entrevista coletiva após o jogo, o técnico Roger Machado ficou na
bronca com seus comandados. Ele reiterou que havia orientado sobre a
postura defensiva após o time sair na frente, disse que a desatenção não
pode mais acontecer e pediu colaboração de todo o time na manutenção do
resultado positivo.
- Se eu fiz o placar e quero garantir aquele placar, preciso fazer a
manutenção dele. Ou seja, marcar forte meu adversário e não abdicar de
jogar. A palestra (antes do jogo) foi em cima disso. Quando cheguei,
analisando as questões, era o processo defensivo que a gente tinha que
evoluir, porque o processo ofensivo nosso time é muito forte. Preciso
que todo mundo defenda. De todos os jogos, quando a gente conseguiu um
número alto de ações defensivas no jogo, ganhamos a grande maioria.
O
jogo do Paraná, tivemos 47 ações defensivas, foi o menor número da
temporada. E foi o primeiro jogo que tomamos três gols na partida. Todos
as vezes que a gente construiu defensivamente números importantes, a
gente venceu. Quando não construiu, saiu derrotado. Esse tipo de
acontecimento não pode voltar a acontecer. Time que quer ser campeão,
tem que ser forte defensivamente. Mesmo quando entram jogadores com
características ofensivas, tem que participar do processo defensivo.
Senão vou ter que empilhar volantes no time ou colocar mais zagueiros
para me tornar mais forte defensivamente. Essa é a análise feita, os
números comprovam isso.
O começo do Atlético-MG no Brasileirão não é nada positivo. O time tem
apenas dois pontos conquistados em três rodadas - duas delas com jogos
em casa, o que é ainda mais preocupante. Roger lembra o desempenho médio
de um campeão do Brasileirão e alerta sobre fim da "reserva" já na
terceira rodada.
- O percentual do campeonato disputado até agora é muito pequeno, mas
sem dúvida o fator local de um time que postula o título é determinante.
Uma equipe que é campeã do Campeonato Brasileiro perde quatro, cinco
jogos, um deles em casa, pode empatar mais um. É o percentual de pontos
que se perde no campeonato de longa duração e regularidade. Quando, na
segunda rodada, a gente queima a “reserva”, a gente aperta mais. Depois
de ter vindo até aqui no ano como um mandante perfeito, com todas as
vitórias, no Brasileiro foi uma derrota e um empate. É frustrante,
decepcionante, comentei no vestiário que nosso torcedor foi até muito
paciente com nossa equipe. (O problema é) a forma que temos encarado
alguns compromissos e parte dos jogos, demonstrando desconcentração e
permitindo que o adversário jogue, crie oportunidades. Temos que ter
consciência e mudar. A partir do momento que a gente não acredita que o
adversário é problema, ele mostra que é. Já mostrei, já treinamos,
ajustamos. Esses momentos são duros conosco.
Roger terá, mais uma vez, pouco tempo para fazer as correções no time
do Atlético-MG antes do próximo compromisso. Já nesta quarta, recebe o
Paraná pelo segundo jogo das oitavas de final da Copa do Brasil. O Galo
precisa de uma vitória simples para avançar à próxima fase.
Confira outras respostas do técnico atleticano na entrevista coletiva:
Opção por Maicosuel no segundo tempo
- A opção pelo Maicosuel foi justamente para colocar um jogador com
características ofensivas. Não foi sempre que optei pelo Maicosuel.
Muitas vezes optei pelo Otero, pelo Cazares. Nos últimos jogos, tenho
optado pelo Maicosuel. Não se trata de vergonha, se trata de ter a
consciência de fazer o que precisa fazer em campo, sempre. Não é de um
jogo pra outro, de um tempo pra outro, é sempre. Se fizer sempre, não há problema.
Quem é o culpado dos vacilos defensivos?
- Nunca falo especificamente. A questão é o processo defensivo. Todos
precisam participar. Por vezes um volante passa da linha da bola, tem
que voltar com agilidade. O lateral que se propõe a chegar à linha de
fundo tem que ter o retorno. Não se trata de um ou outro. Quando falo,
falo no processo.
Parte física e cansaço no segundo tempo
- Nos últimos dois jogos em casa pelo Brasileiro, os jogadores cansaram
muito no segundo tempo, porque correram muito mais que no primeiro
tempo. A intensidade dos deslocamentos dos atletas foi maior que no
primeiro tempo, porque o adversário saiu na frente ou conseguiu a
virada, como foi a caso. Correr atrás do adversário você desgasta muito
mais e cansa muito mais. Não é uma exclusividade do Atlético jogar
quarta e domingo. A gente acumulou energia para esse momento. Dez dias
atrás, a gente estava comemorando o fato de ter todo mundo à disposição e
o trabalho da parte física estava muito bem elogiado. A questão é no
campo, na parte técnica e tática.
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