VASCO
Acesso à Série A impede extinção da dignidade do torcedor, mas protestos de mais
de 50 mil pessoas e necessidade de mudanças no clube não podem ser ignorados
Resiliência.
1. fís propriedade que alguns corpos apresentam de retornar à forma original após terem sido submetidos a uma deformação elástica.
2. fig. capacidade de se recobrar facilmente ou se adaptar à má sorte ou às mudanças.
Quando se procura o significado da palavra "resiliência" nos dicionários onlines, são basicamente essas as definições que aparecem. O que isso tem a ver com o Vasco? Pode-se dizer, de certa forma, que o Vasco foi resiliente ao, pela terceira vez, disputar 38 rodadas com o objetivo de subir para a Primeira Divisão.
Ao vencer o Ceará neste sábado, o Vasco evitou o que seria o maior vexame de sua história - permanecer na Série B. Os contornos de dramaticidade que o fim da temporada ganhou serviram para religar o alerta já existente na percepção dos vascaínos: mudanças são mais do que necessárias, são urgentes.
Os pouco mais de 56 mil torcedores que compareceram ao Maracanã - número que contrasta a baixa de público de São Januário em 2016 - mostraram a tal resiliência. Esses sim. Resolveram empurrar de algum jeito o time, tomando o cuidado para que isso não parecesse que estão satisfeitos com a atual condição da instituição. Nem mesmo quando Thalles, em cinco minutos, virou o placar.
Não se pode ignorar os protestos e indignações de mais de 50 mil pessoas, ainda que elas estejam enfurecidas com o calor do momento. O instante fugaz não é mais ingrediente crucial dessa frustração generalizada.
A preocupação é vasta, dolorosa e já vem se tornando antiga. O Vasco passa por um processo de deterioração cruel e rápido, que faz com que seu maior bem, a torcida, não tenha a mínima perspectiva de melhora.
Apesar de todos os percalços nesta reta final de competição, o Vasco voltou para a Série A. É certo. O que serve para não extinguir a dignidade do torcedor, do próprio clube, da fachada de número 131 da Rua General Almério de Moura, em São Cristóvão. Mas isso não exclui o suplício de mais um ano perdido em sua história.
A incerteza paira em São Januário. Jorginho, como já era o esperado, não deve continuar no comando da equipe. Disse que conversará com o presidente Eurico Miranda e mencionou "vozes internas" que tentaram atrapalhar o seu trabalho durante a temporada.
No Vasco, há, aparentemente, uma concentração de poder bem direcionada, uma situação financeira aparentemente controlada e uma ilusão aparentemente disseminada de que as coisas estão dando certo.
Não se pode esquecer o bicampeonato estadual conquistado em 2016 e a marca de 34 jogos de invencibilidade e os esforços para manter os salários em dia. Mas se a tal situação confortável não se manteve durante os meses seguintes de uma Série B, há de se constatar que algo está errado.
O Vasco foi o 10º colocado do segundo turno da Segunda Divisão de 2016. E tinha na disputa times de investimento muito menor, de marca com força muito inferior do que a do Club de Regatas Vasco da Gama.
Deixando ou não o Vasco, Jorginho tem razão:
- O Vasco precisa de uma renovação, de uma maturação. É fato que o Vasco precisa de reforços mesmo. Se nós formos com esse grupo (para o ano que vem) vamos ter dificuldades, vamos ter problemas.
Do elenco atual, cerca de dois terços têm contrato até o meio do ano que vem ou além. E, se em 2017, começar bem a temporada e conquistar o Carioca de novo, com os mesmos personagens, é bom avisar: a torcida já viu esse filme.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/times/vasco/noticia/2016/11/ha-de-se-ter-resiliencia-vasco-e-o-suplicio-de-mais-um-ano-perdido.html
1. fís propriedade que alguns corpos apresentam de retornar à forma original após terem sido submetidos a uma deformação elástica.
2. fig. capacidade de se recobrar facilmente ou se adaptar à má sorte ou às mudanças.
Quando se procura o significado da palavra "resiliência" nos dicionários onlines, são basicamente essas as definições que aparecem. O que isso tem a ver com o Vasco? Pode-se dizer, de certa forma, que o Vasco foi resiliente ao, pela terceira vez, disputar 38 rodadas com o objetivo de subir para a Primeira Divisão.
Ao vencer o Ceará neste sábado, o Vasco evitou o que seria o maior vexame de sua história - permanecer na Série B. Os contornos de dramaticidade que o fim da temporada ganhou serviram para religar o alerta já existente na percepção dos vascaínos: mudanças são mais do que necessárias, são urgentes.
Jorginho não deve continuar no comando da
equipe (Foto: Andre Durão)
Os pouco mais de 56 mil torcedores que compareceram ao Maracanã - número que contrasta a baixa de público de São Januário em 2016 - mostraram a tal resiliência. Esses sim. Resolveram empurrar de algum jeito o time, tomando o cuidado para que isso não parecesse que estão satisfeitos com a atual condição da instituição. Nem mesmo quando Thalles, em cinco minutos, virou o placar.
Não se pode ignorar os protestos e indignações de mais de 50 mil pessoas, ainda que elas estejam enfurecidas com o calor do momento. O instante fugaz não é mais ingrediente crucial dessa frustração generalizada.
A preocupação é vasta, dolorosa e já vem se tornando antiga. O Vasco passa por um processo de deterioração cruel e rápido, que faz com que seu maior bem, a torcida, não tenha a mínima perspectiva de melhora.
Apesar de todos os percalços nesta reta final de competição, o Vasco voltou para a Série A. É certo. O que serve para não extinguir a dignidade do torcedor, do próprio clube, da fachada de número 131 da Rua General Almério de Moura, em São Cristóvão. Mas isso não exclui o suplício de mais um ano perdido em sua história.
A incerteza paira em São Januário. Jorginho, como já era o esperado, não deve continuar no comando da equipe. Disse que conversará com o presidente Eurico Miranda e mencionou "vozes internas" que tentaram atrapalhar o seu trabalho durante a temporada.
Thalles foi o responsável pela virada vascaína
(Foto: FERNANDO SOUTELLO / Agência Estado)
No Vasco, há, aparentemente, uma concentração de poder bem direcionada, uma situação financeira aparentemente controlada e uma ilusão aparentemente disseminada de que as coisas estão dando certo.
Não se pode esquecer o bicampeonato estadual conquistado em 2016 e a marca de 34 jogos de invencibilidade e os esforços para manter os salários em dia. Mas se a tal situação confortável não se manteve durante os meses seguintes de uma Série B, há de se constatar que algo está errado.
O Vasco foi o 10º colocado do segundo turno da Segunda Divisão de 2016. E tinha na disputa times de investimento muito menor, de marca com força muito inferior do que a do Club de Regatas Vasco da Gama.
Deixando ou não o Vasco, Jorginho tem razão:
- O Vasco precisa de uma renovação, de uma maturação. É fato que o Vasco precisa de reforços mesmo. Se nós formos com esse grupo (para o ano que vem) vamos ter dificuldades, vamos ter problemas.
Do elenco atual, cerca de dois terços têm contrato até o meio do ano que vem ou além. E, se em 2017, começar bem a temporada e conquistar o Carioca de novo, com os mesmos personagens, é bom avisar: a torcida já viu esse filme.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/times/vasco/noticia/2016/11/ha-de-se-ter-resiliencia-vasco-e-o-suplicio-de-mais-um-ano-perdido.html
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