BRASILEIRÃO SÉRIE B
38ª RODADA
Torcida lota Maracanã, apoia o time e não se priva de expor insatisfação com
Eurico, elenco e trajetória até o acesso na Série B, com direito a gritos de "Oeste”
Tensão,
agonia, incentivo, alguns minutos de muita festa e resignação. O
vascaíno reencontrou o Maracanã, vai reencontrar a Série A, mas foi para
casa na noite de sábado com a certeza de que muita coisa precisa mudar
para reencontrar o Vasco vitorioso. O Vasco tetracampeão brasileiro. O
Vasco que aprenderam a amar. A vitória por 2 a 1 sobre o Ceará, sábado,
encerrou o fim da via crucis na Série B, mas não iludiu os mais de 56
mil torcedores que apoiaram o time sem deixar de manifestar a
insatisfação pelo sofrimento até os 45 minutos finais da temporada.
O
risco de permanência na Segunda Divisão somado aos preços mais baixos
dos ingressos fez com que o torcedor trocasse o "abandono" dos jogos em
São Januário pela união no Maracanã. Desde o início da tarde, as ruas
nos arredores dos estádios foram tomadas por camisas cruz-maltinas, mas
vamos nos ater ao que aconteceu do lado de dentro. Mais precisamente nos
100 minutos entre o anúncio da escalação até o apito final. Isso porque
não dá para falar da reação da torcida sem falar das vaias e aplausos
ainda no anúncio da escalação.
Torcida do Vasco durante o jogo que confirmou
o acesso (Foto: REGINALDO PIMENTA
/ Agência Estado)
O
cenário já era previsto: Nenê o mais ovacionado. Diguinho e Jorge
Henrique muito vaiados, assim como Aislan entre os reservas. E vamos ao
jogo. Nos minutos iniciais, até passe certo no campo ofensivo era
comemorado, mas a postura passiva do Vasco foi minando a empolgação da
torcida. Por outro lado, o Ceará se mandava para o ataque e a tensão
tomava conta do ambiente. A equipe não atacava, não pressionava, e
sofria. Tanto que até falha de Martín que quase virou frango resultou em
ovação para o uruguaio.
O goleiro, por sinal,
vacilou uma vez, duas vezes, na terceira... Gol do Ceará! Um silêncio
assustador tomou conta do Maracanã. Ninguém acreditava. O acesso estaria
em risco? Menos mal que minutos antes o Oeste já tinha aberto o placar
em Recife. O gol gerou reações discretas no Rio de Janeiro e não foi
anunciado pelo estádio. Dez minutos depois, porém, uma explosão. Em
campo nada acontecia. Já na Arena Pernambuco... Não era nem preciso
vencer mais: 2 a 0 Oeste.
Vasco x Ceará teve festa no fim do jogo com
o acesso (Foto: André Durão)
Como
o Vasco pouco produzia em campo, o jeito foi agradecer. Não se sabe se
foi em tom de ironia, de provocação ao time ou até mesmo de gratidão,
mas o Maracanã explodiu em um grito: "Oeeeeeeeeeeste!
Oeeeeeeeeeeeeeeste!". Em seguida, começaram os protestos contra a
diretoria. Eurico Miranda foi o principal alvo e os únicos gritos
publicáveis eram de "o Vasco não precisa de você" e "fora Eurico". As
críticas revoltaram Álvaro Miranda, filho do presidente, que rebateu e
causou alvoroço em um dos camarotes. Ao término do primeiro tempo,
vaias.
Na volta do intervalo, cinco minutos de
êxtase. Em cinco minutos, tudo que a torcida do Vasco esperava: o telão
anunciou Eder Luis no lugar de Diguinho. Com dois minutos Thalles
empatou a partida, aos quatro Thalles fez o segundo. Não seria exagero
dizer que foram os cinco minutos mais alegres da temporada - apesar do
título Estadual. O Maracanã explodiu. Festa! Muita festa! Só festa!
Torcida do Vasco aliviada com o acesso (Foto:
RUDY TRINDADE/Agência Estado)
Dali
para frente, basicamente a preocupação era manter um repertório que
mantivesse a celebração no Maracanã: "Time da Virada", samba da Unidos
da Tijuca, "O campeão voltou"... A torcida do Vasco não parava de
cantar. Nem mesmo a bola no travessão que o Ceará colocou tirou a
empolgação. Pelo contrário, a comemoração foi de gol. Na metade final da
partida, porém, a alegria deu lugar ao senso crítico, e voltaram os
protestos. Gritos contra Eurico Miranda ditaram o tom até o apito final,
quando uma minoria celebrou, mas foi abafada por vaias e gritos de
"time sem vergonha".
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/times/vasco/noticia/2016/11/da-agonia-ao-alivio-com-10-minutos-de-festa-o-vasco-voltou-mas.html
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