quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Tyler Wright fica em 2º na França e é campeã mundial de forma antecipada





MUNDIAL DE SURFE 2016



 núCom uma etapa de antecedência, australiana garante o título da temporada ao vencer Tatiana Weston-Webb e ver amero 2 do ranking, Courtney Conlogue, cair na semi




Por
Hossegor, França




Antes de chegar na etapa derradeira no Havaí, a Liga Mundial de Surfe (WSL) já tem a sua campeã: Tyler Wright. Depois de bater na trave duas vezes ao ser vice em 2013 e 2014, a australiana de 22 anos, enfim, colocou seu nome na história do esporte. O título veio nesta quarta-feira, em Hossegor, França, quando Tyler passou pela "Havaiana-Gaúcha" Tatiana Weston-Webb na semifinal, e a número 2 do mundo, Courtney Conlogue, caiu diante de Carissa Moore na mesma fase. A derrota na decisão pouco interferiu na festa de Tyler, que celebrou muito o inédito título, mesmo com o vice da etapa de Hossegor.

Tyler Wright campeã surfe (Foto: Reprodução)
Tyler Wright é carregada após a confirmação 
do inédito título (Foto: Reprodução)


A surfista de Culburra Beach, costa sudeste australiana, engrossou ainda mais a hegemonia do país no esporte. A Austrália tem 22 títulos em 42 temporadas. Oriunda de uma família que respira o esporte (todos os seus quatro irmãos vivem do surfe), Tyler dividiu com o irmão mais velho Owen a dor de uma lesão que o tirara de todas as disputas pelo CT deste ano. Do imprevisto veio parte da força motriz, e o título passou a ser uma obsessão.

- Dedico esse título a ele. Meu irmão e a minha família são o que tenho de mais importante na minha vida, e a alegria que estou sentindo é até difícil de narrar - disse Tyler Wright, que saiu da água nos braços da torcida francesa após a confirmação do título.



SEMIFINAL DEFINE O TÍTULO

A bateria 1 da semifinal começou apenas no meio da tarde na França, uma vez que as ondas ainda estavam pequenas no início da manhã, o que fez a WSL adiar o início do evento por quatro vezes no mesmo dia, aguardando uma melhora nas condições. Aproveitando uma "onda gorda", típica das marés altas, Tyler saiu na frente com um 6.83. A resposta de Tatiana Weston-Webb foi imediata.

Utilizando a mesma série, ela surfou para um 6.33 equilibrando a disputa. Com dez minutos corridos, a australiana entrou em uma esquerda com rasgadas, recebendo um 7.57 dos jurados.

Tyler Wright austrália campeã mundial de surfe 2016 WSL (Foto: Damien Poullenot)
Australiana derrotou Tatiana Weston-Webb 
na semifinal (Foto: Damien Poullenot)


Precisando de 8.07 para virar, a “Havaiana-Gaúcha” não desistiu e seguiu dando trabalho à futura campeã mundial. No entanto, a irmã de Owen Wright achou um 8.83, deixando a rival a uma combinação de 16.41 da virada. Sem se abater, Tatiana entrou em mais uma esquerda levando 7.83 de pontuação. No entanto, a reação da Havaiana-Gaúcha parou mesmo por ali, e a vitória ficou mesmo com Tyler Wright.

Faltava a derrota de Courtney para Tyler garantir o título antecipado, independentemente do resultado da final de Hossegor. A número 2 do mundo abriu a bateria com uma onda média que lhe rendeu 4.17. A americana mal teve tempo de respirar, pois Carissa Moore respondeu com um 5.00.  Mais certeira em suas escolhas de ondas, a havaiana surfou para um 7.00 na metade da bateria, tomando a liderança.

Courtney Conlogue etapa da frança mundial de surfe (Foto: Divulgação/WSL)
Courtney Conlogue acabou caindo diante de 
Carissa Moore (Foto: Divulgação/WSL)


Para piorar ainda mais a situação da número 2 do mundo, Carissa aproveitou mais uma esquerda, rasgou duas vezes e levou 6.83. Empolgada, a campeã mundial ainda surfou para um 8.90, high score do dia, praticamente definindo a semifinal 2. A partir de então, Courtney não teve forças para reagir, dando adeus às chances de título.

Com a conquista sacramentada, a final da etapa acabou ficando em segundo plano para Tyler Wright, que festejou muito na areia após a derrota de Courtney na semi. Melhor para Carissa Moore, que dominou a bateria decisiva do início ao fim. A havaiana abriu com um 7.33. Pouco depois, ela levou um 7.27, ampliando a vantagem. Sem forças para reagir, a australiana ainda viu a rival voar para um 9.03, deixando a vitória bem encaminhada. Antes mesmo do fim, Wright já tirou a camiseta amarela, mostrando o número 3 da blusa de baixo em homenagem ao irmão. O vice em Hossegor não ofuscou a festa da australiana, que voltou para a areia para o segundo tempo das comemorações.



O ANO DE TYLER

Única que poderia evitar o título antecipado de Tyler em Hossegor, Conlogue foi a grande rival da australiana durante toda a temporada. Os primeiros capítulos dessa história já davam sinal do clímax que viveriam das surfistas, protagonistas e rivais na trama que teve início na Gold Coast, Austrália, pela primeira parada do tour deste ano, onde duelaram pelo título. Tyler venceu a etapa e, dali em diante, o roteiro ganhou em dramaticidade. O desfecho, que teve suspense e final antecipado antes das últimas páginas, fez o “bonequinho” aplaudir de pé. O título mundial de Tyler não seria o mesmo sem a constante presença da ameaçadora Courtney.


Toma lá, dá cá: surfistas se alternam na liderança do ranking

Em Bells Beach, o troco. Courtney vitimou Tyler nas quartas de final, venceu a etapa e arrancou das mãos da australiana a liderança provisória do ranking (18.000 x 15.200). Na terceira e última etapa da “perna australiana”, em Margaret River, Tyler foi para cima. Venceu outra final contra Courtney que, apesar da derrotada, manteve-se líder, com 26.000 pontos contra os 25.200 de Tyler. No Rio de Janeiro, pela quarta parada do Tour, Tyler triunfou: venceu, viu Courtney cair na semifinal e ultrapassou a adversária, que era líder há 2 etapas (35.200 x 32.500).

Tyler Wright comemora título da etapa de Margaret River (Foto: Divulgação/WSL)
Tyler Wright comemora título da etapa de 
Margaret River (Foto: Divulgação/WSL)


O Circuito Mundial seguiu para as Ilhas Fiji. No cenário paradisíaco, o pior resultado do ano para Tyler Wright. Após perder na primeira fase, encontrou na repescagem uma inspirada Bethany Hamilton, que a despachou. De quebra, para piorar o que já era ruim, assistiu de camarote Courtney chegar às quartas de final, somar 5.200 pontos e, mais uma vez, assumir a lycra amarela de líder do ranking (37.700 para Courtney contra 36.950 de Tyler).


Vitória na casa da rival, para dar moral

As circunstâncias fariam qualquer um acreditar que Courtney poderia deixar bem encaminhada sua trajetória rumo ao título da temporada com duas etapas seguidas dentro de casa (Huntington Beach e Trestles, ambas no estado da Califórnia). Mas, assim como aconteceu com Tyler na Austrália, Courtney não conseguiu confirmar o favoritismo e manter a liderança diante de sua torcida.
Na primeira das etapas nos EUA, em Huntington Beach, Courtney perdeu nas quartas para Tati Weston-Webb (campeã) e Tyler foi eliminada na semifinal pela havaiana Malia Manuel. No entanto, foi o suficiente para, mais uma vez, ultrapassar sua rival. Com o terceiro lugar, Tyler somou 43.450 pontos e Courtney, em quinto, chegou a 42.900.

Em Trestles, a diferença entre as duas aumentaria consideravelmente, já que Tyler sagrou-se campeã enquanto Courtney amargurou um nono lugar. Com 10.000 pontos a mais pela vitória, Tyler viu sua vantagem aumentar em 7.250 pontos. Àquela altura, restando 3 etapas (Portugal, França e Havaí), Tyler Wright já era apontada, enfim, como grande favorita ao título da temporada.

Tyler Wright estava inspirada na segunda fase da etapa de Trestles, nos EUA (Foto: Divulgação)
Australiana venceu a etapa de Trestles, nos 
EUA (Foto: Divulgação)


O Tour cruzou o atlântico e chegou para sua oitava etapa em Cascais, Portugal. O mundo mais uma vez pôde assistir as duas surfistas reafirmarem suas condições de protagonistas na corrida pelo título. Em jogo, uma mão no troféu para Tyler e, para Courtney, a oportunidade gigante de tirar 2.000 pontos de diferença entre as duas e manter-se viva para uma virada triunfal nas próximas etapas. Courtney levou. (Tyler 61.450 x 56.200 Courtney).

Na França, penúltima etapa, Tyler defendia o título conquistado ali no ano passado. Courtney, além da obrigação de chegar no mínimo à final para empurrar a disputa para o Havaí e evitar o título antecipado de Tyler, se viu na condição de “secadora”, já que uma vitória de Tyler na França significaria o fim.

Ambas nas semifinais, cada uma de um lado, o encontro de titãs só poderia ocorrer na final. Só que Carissa Moore tratou de dar uma ajuda à havaiana, eliminado Courtney da disputa do título.


AS BATERIAS DESTA QUARTA

1.Tatiana Weston-Webb (HAW)  14.16 x 16.40 Tyler Wright (AUS)
2.Courtney Conlogue (USA) 15.67 x 15.90 Carissa Moore (HAW)


FINAL
1. Tyler Wright (AUS) 9.83 x 16.36 Carissa Moore (HAW)


FONTE:
http://globoesporte.globo.com/radicais/surfe/mundial-de-surfe/noticia/2016/10/tyler-wright-vai-semi-na-franca-e-e-campea-mundial-de-forma-antecipada.html

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