OLIMPÍADAS RIO 2016
TÊNIS DE MESA
Na reedição da final do tênis de mesa de Londres 2012, mesatenista desaba em lágrimas ao vencer a compatriota Li Xiaoxia, que anuncia aposentadoria da seleção
Ning Ding vence Li Xiaoxia: China faturou
ouro e prata (Foto:Alkis Konstantinidis/Reuters)
ouro e prata (Foto:Alkis Konstantinidis/Reuters)
Duas
chinesas, ralis incríveis, ouro em disputa... Tudo
era importante, mas a atenção à final olímpica do tênis de mesa feminino
estava
em um único ponto: o saque de Ning Ding. Há quatro anos, ela fora
derrotada por
Li Xiaoxia, a mesma adversária da noite desta quarta-feira, no
Riocentro, palco
na Rio 2016, da reedição da decisão de Londres 2012. O movimento é
singular:
ela se agacha, de frente para a mesa, ao contrário da usual posição em
diagonal,
e, ao bater na bola, tenta um efeito único.
Acontece que a árbitra da
partida em
solo inglês, a italiana Paola Bongelli, o considerou irregular.
Penalizou a
atleta com a perda de três pontos, impossibilitando-a de repeti-lo. A
desconcentrou a ponto de fazê-la chorar. Não deu outra. Ela perdeu,
ficou com a
prata. No Brasil, o saque, ação na qual a bola deve estar à vista do
rival e deve ser
alçada a, no mínimo, 16cm de altura, não foi problema. Ela usou e ainda
jogou melhor, em uma grande final: venceu por 4 sets a 3, parciais de
11/9, 5/11, 14/12, 9/11, 8/11, 11/7 e 11/7. O bronze ficou com
a surpreendente Song Kim I, da Coreia do Norte.
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Li Xiaoxia, Ning Ding e Kim Song I no pódio
(Foto: Alkis Konstantinidis/Reuters)
A final, que levou bom público ao Pavilhão 3, foi o capítulo
mais recente da superioridade chinesa na modalidade. Se o país só deixou de
ganhar quatro dos 28 ouros da história olímpica nos dois gêneros, no feminino,
é soberano. Levou para casa todos os sete. E só deixou escapar duas pratas e
quatro bronzes.
- Eu simplesmente tentei esquecer aquele triste
episódio. A experiência de Londres me fez mais forte, a querer desafiar a
mim mesma. Acredito que as duas jogadores tiveram de dar o máximo.
Jogamos sete sets. Foi desgastante. Ao final da partida, me senti muito
leve. Foi por isso que chorei - comentou Ning Ding.
Li Xiaoxia chegou à final sem perder um único set. Ning Ding
foi superada em um. Na manhã desta quarta, na semifinal, eliminaram,
respectivamente, a japonesa Ai Fukuhara e a norte-coreana Song Kim I. Esperava-se
que, especialmente, Ai pudesse fazer um confronto equilibrado. Não ocorreu. O duelo
caseiro, sim.
- Primeiro, quero parabenizar a Ning. Depois,
gostaria de dizer que me esforcei ao máximo, portanto, não tenho
arrependimento. Eu estou muito feliz pela prata. Na última Olimpíada, eu
ganhei o ouro. A minha idade está aí. Não tenho como voltar no tempo.
No começo do ano, cheguei a dizer que iria me aposentar da seleção. Mas,
por algumas razões, entre as quais, a necessidade de servir ao meu
país, mudei. Depois dessa edição, acredito que vou me aposentar. Meu
corpo, talvez, não suporte competir em alto nível. Meu trabalho foi e
está feito - acrescentou Li, que teve três internações por pneumonia em
2015.
surpresa no bronze
É muita emoção: Song Kim I abraça treinador
ao comemorar a vitória na decisão do bronze
(Foto: Lucy Nicholson/Reuters)
Song
Kim I, da Coreia do Norte, não estava entre as cotadas
a ganhar medalha na Rio 2016. Talvez por isso, na entrevista coletiva
após superar a
japonesa Ai Fukuhara, a oitava no ranking mundial por 4 sets a 1 (11/7,
11/7,
11/5, 12/14 e 11/5), estivesse acanhada. A ponto de um dos membros da
delegação norte-acoreana fazer sinal para mudar a postura: deixar de
lado o olhar para baixo e adotar uma postura ereta, de cabeça para cima.
-
Eu treinei muito forte para estar aqui. Eu estou muito feliz pelo
resultado. Eu falei com a minha família já, por telefone. Foi legal.
Quero agradecer ao público que me apoiou, agradeço o apoio do povo
brasileiro - disse Song Kim I, que chorou durante a comemoração, ainda
na área de competição, ao abraçar o seu treinador.
Realmente, a torcida adotou a atual 50 do mundo. Torceu a ela, que já havia eliminado Mengyu Yu, de Cingapura, Szu-Yu, de Taipei, e a japonesa Kasumi Ishikawa. Na semifinal, perdera a Ning Ding, que seria medalhista de ouro. Perdeu apenas para as chinesas, as melhores do mundo.
Realmente, a torcida adotou a atual 50 do mundo. Torceu a ela, que já havia eliminado Mengyu Yu, de Cingapura, Szu-Yu, de Taipei, e a japonesa Kasumi Ishikawa. Na semifinal, perdera a Ning Ding, que seria medalhista de ouro. Perdeu apenas para as chinesas, as melhores do mundo.
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