OLIMPÍADAS RIO 2016
GINÁSTICA ARTÍSTICA
Imbatível há oito anos, japonês tem título ameaçado por ucraniano, mas consegue o ouro do individual geral. Após triunfo, se irrita com pergunta sobre favorecimento
Há sete anos a ginástica artística reverencia Kohei Uchimura. De tão perfeito, o japonês é chamado de rei, domina a prova do individual geral. Alguns o consideram imbatível, uma máquina. Nesta quarta-feira, o ucraniano Oleg Verniaiev mostrou que é sim possível destronar King Kohei. Mas não foi desta vez. Na última nota, o ginasta arrancou o bicampeonato olímpico e estendeu por mais um ano seu reinado no individual geral, em que os ginastas se apresentam nos seis aparelhos: solo, cavalo com alças, argolas, salto, paralelas e barra fixa. Por menos de um décimo, o ousado desafiante ficou com a prata na Olimpíada do Rio de Janeiro (92,365 x 92,266). O britânico Max Whitlock levou o bronze em meio à festa japonesa. Vida longa ao rei!
- Desde 2009 até agora esse título tem sido mantido por mim, mas desta vez foi realmente a mais difícil. Achei que estivesse próximo de admitir que seria difícil ganhar a medalha - disse Uchimura.
Kohei Uchimura vibrou muito com ouro
conquistado na última nota (Foto:
Damir Sagolj/Reuters)
+ Vício em Pokémon Go, Pantera Cor de Rosa como amuleto... Uchimura em nove fatos
+ O DNA Time Brasil
+ Confira aqui todos os Especiais Olímpicos do GloboEsporte.com
+ Confira a agenda completa da Rio 2016
+ Tudo sobre a Olimpíada em Tempo Real
+ Confira todos os resultados da Rio 2016! Clique e escolha a modalidade+ Veja o quadro de medalhas atualizado
Após seu mais novo e histórico triunfo, Uchimura foi questionado se enxerga algum tipo de ''simpatia'' por parte dos jurados. Uma vez que a disputa foi apertada e decidida no detalhe a seu favor. O japonês, sempre sereno, não gostou do tom da pergunta e rebateu.
- Você quer dizer que os juízes estavam ao meu favor?De forma alguma, isso jamais aconteceria. Não existe isso de juízes terem simpatia por um ou outro atleta. Nós fazemos o nosso melhor possível. Somos seres humanos, temos sentimentos. Mas são juízes profissionais e não há espaço para viés pessoal. Isso não pode entrar no julgamento - disse Uchimura.
Sergio Sasaki ficou com a nona
colocação (Foto: GettyImages)
Dois
brasileiros foram súditos honrados e viram de pertoKing Kohei mais uma
vez conquistar o título. Décimo colocado nos Jogos de Londres, Sérgio
Sasaki acertou tudo, somou 89,198 pontos, e conseguiu o nono lugar,
melhor posição de um brasileiro na história. Uma conquista e tanto para
um ginasta que passou um ano e meio afastado das competições por causa
de lesões.
Arthur Nory disputou pela primeira vez uma final olímpica individual e saiu da Arena Olímpica satisfeito com a 17ª colocação, com 87,331 pontos.
- Isso aqui é o meu paraíso. Eu venho aqui para desafiar a gravidade, vim me divertir, é isso que eu vim fazer. Estou pronto, estou aqui para isso, para realizar o meu sonho - disse o ginasta.
No paraíso mesmo ficou Uchimura. Não foi a primeira vez que conquistou o título no último aparelho, mas nunca a distância para um adversário tinha sido tão pequena. Nunca seu reinado esteve tão ameaçado. O bi foi conquistado, assim como seu primeiro título por equipes no Rio de Janeiro.
Ele quer mais, quer um terceiro ouro. No domingo, King Kohei tenta a apoteose olímpica na final do solo, quando terá como adversários os brasileiros Diego Hypolito e Arthur Nory e principalmente o compatriota Kenzo Shirai.
Max, Kohei e Oleg formaram o pódio da
Rio 2016 (Foto: Ricardo Bufolin/CBG)
1ª ROTAÇÃO
Assim
como no Mundial de 2015, Nory abriu a final no cavalo com alças. O
bicho foi difícil de domar. Por três vezes o brasileiro cometeu falhas,
mas conseguiu se segurar no cavalo. Na saída, colocou a mão no peito
aliviado. A nota 13,400 ficou um ponto abaixo do que tinha conseguido na
classificatória, mas pelo menos não caiu. Sasaki teve mais
tranquilidade no aparelho, encaixou bem os giros e conseguiu 14,766
pontos.O finalista olímpico terminou a primeira rotação na 11ª colocação. Nory, na 22ª segunda. Na ponta, os favoritos começaram a despontar. Buscando o bi da prova, Uchimura foi quase perfeito no solo e conquistou 15,766 pontos. Comemorou bastante, mas foi ultrapassado por Max Whitlock, vice-campeão mundial da prova em 2014. O britânico cravou sua série no cavalo com alças, aparelho em que é o atual campeão mundial. Com 15,875, ele largou na dianteira.
Arthur Nory abriu sua participação na final
no cavalo com alças (Foto: Damir
Sagolj/REUTERS)
2ª RORAÇÃO
Entre os líderes, mudança na dianteira. Uchimura não demorou para ultrapassar Whitlock. O japonês dominou o cavalo (14,900), o britânico teve dificuldade na saída das argolas (14,733). Quem colou nos dois foi Oleg Verniaiev. Líder da classificatória e maior desafiante de Uchimura, o ucraniano impressionou no cavalo (15,533) e ficou exatamente um décimo atrás de Kohei.
VÍDEO: CONFIRA TODAS AS APRESENTAÇÕES DE SERGIO SASAKI
CLICANDO NO LINK DA FONTE NO FINAL DA MATÉRIA ABAIXO
3ª ROTAÇÃO
Enquanto isso, Uchimura encarava seu aparelho mais fraco, ou melhor, menos forte. Ele cravou a série nas argolas e conseguiu 14,733 pontos. Não foi o suficiente para segurar a liderança. Verniaiev assumiu o primeiro posto com 15,300 nas argolas. Whitlock manteve a segunda colocação com 15,133 no salto. King Kohei viu seu reinado ameaçado na terceira posição, quase meio ponto atrás do ucraniano.
4ª ROTAÇÃO
O duelo pelo ouro ficou ainda mais acirrado na quarta rotação. Uchimura voou no salto, com a melhor nota do aparelho: 15,566. Só que Verniaiev veio logo na sequência e praticamente empatou: 15,500. Não deu para o japonês retomar a liderança, mas pelo menos ele ultrapassou Max Whitlock, que conseguiu 15,000 nas paralelas e caiu para o terceiro lugar.
VÍDEO: CONFIRA TODAS AS APRESENTAÇÕES DE ARTHUR NORY
CLICANDO NO LINK DA FONTE NO FINAL DA MATÉRIA ABAIXO
5ª ROTAÇÃO
Na disputa pelo título, Verniaiev se apresentou primeiro em sua especialidade: as barras paralelas. Atual vice-campeão mundial do aparelho, ele cravou a série para conseguir 16,100 pontos. Só Uchimura ainda estava à vista no retrovisor. O japonês conseguiu 15,600 no aparelho. A distância entre eles era de 0,9. Com 14,700 na barra fixa, Max Whitlock manteve o terceiro lugar, mas viu a briga pelo bronze se acirrar com o russo David Belyavskiy e os chineses Lin Chaopan e Deng Shudi.
6ª ROTAÇÃO
Oleg Verniaiev acirrou a disputa pelo ouro
até o fim, mas acabou na segunda colocação
geral (Foto: Mike Blake/REUTERS)
O ucraniano fechou a competição na barra fixa, precisando de 14,899 para levar o título. Na classificatória havia conseguido 15,133. Novamente fez uma série bem firme, com apenas um pequeno passo na saída. A torcida esperava por um novo campeão. Verniaiev esperava ser campeão, mas a nota 14,800 o colocou com a prata. A Arena Olímpica quase toda lamentou, menos os japoneses. Com 92,365 pontos, Kohei Uchimura conquistou o bi, menos de um décimo à frente de Verniaiev.
Kohei Uchimura levou mais um ouro na
Olimpíada do Rio (Foto: Ricardo
Bufolin/CBG)
FONTE:
Nenhum comentário:
Postar um comentário