domingo, 3 de abril de 2016

Rio freia o sonho do Praia, controla os ânimos e leva 11º título da Superliga



Time mineiro luta, mostra força, mas cariocas, no talento de Natália e Gabi, dão aula de maturidade para virar o terceiro set em e garantir novo título para Bernardinho




Por
Brasília, DF




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Antes da final, Bernardinho garantiu: a fome, não importam os títulos ou as finais seguidas, vai sempre estar lá. Todo o passado vitorioso não tirou a vontade do Rio de Janeiro neste domingo. Se o Praia Clube sonhava com uma conquista inédita, a equipe carioca entrou na quadra do ginásio Nilson Nelson, em Brasília, disposta a dar um choque de realidade nas adversárias. O que parecia improvável chegou a ganhar contornos de uma façanha concreta diante da luta das mineiras. Mas, no talento de Natália e Gabi e nos ataques de Monique, as cariocas souberam controlar os ânimos até nos momentos mais complicados. Em mais uma demonstração de maturidade, o Rio venceu por 3 sets a 1, parciais 25/18, 26/28, 28/26 e 28/26 e conquistou seu 11º título da Superliga.

- Foi uma maturidade que adquirimos nos últimos anos. Foi um jogo tenso, amarrado. Foi um jogo de muita adrenalina. Não foi de altíssimo nível em técnica, mas contribuímos em outros fundamentos. O trabalho delas adquiriu maturidade e consistência. São jogadoras que suportam pressão como pouco se viu no vôlei feminino. Não foi uma grande atuação, mas ganhar de um time como o Praia, que fez uma grande temporada, e suportar essa pressão, é importante - avaliou o técnico Bernardinho.
Do lado mineiro, Walewska valorizou a campanha do time que disputou sua primeira decisão na história da competição.

- Estou emocionada. Não costumo ficar. Mas o time merece muito. Ralou desde o início. Fizemos história no Praia. Ainda falta um pouco para ganhar do Rio. Pecamos no segundo set. Acho que essa equipe é muito merecedora de estar aqui hoje e protagonizado um grande jogo. Essa equipe foi muito valente.

Natália encara triplo do Praia Clube (Foto: Marcio Rodrigues/MPIX)
Natália voa para superar bloqueio do Praia: 
ponteira foi um dos destaques do jogo 
(Foto: Marcio Rodrigues/MPIX)


A tensão no olhar era nítida. Na tentativa de vencer os prognósticos, o Praia começou o jogo com tudo. Na primeira virada, Alix mandou a bola ao chão. No saque para fora de Claudinha, o Rio empatou. As mineiras abriram 3/1 e se animaram. Nada que assustasse o outro lado, porém. Apesar do equilíbrio, o Rio foi para o primeiro tempo técnico em vantagem: 8/6.

As cariocas chegaram a abrir boa diferença (12/8), mas o Praia encostou e ficou a um ponto do empate. O Rio, porém, tinha um diferencial: Natália. Com uma pancada, a ponteira deu tranquilidade ao time. Depois, se jogou para salvar uma bola, pouco antes de Gabi marcar no bloqueio. A jovem ponteira, aliás, era outra a se destacar no ataque. 

Gabi e Monique comemoram ponto carioca (Foto: Marcio Rodrigues/MPIX)Gabi e Monique comemoram ponto carioca (Foto: Marcio Rodrigues/MPIX)


As duas, com o apoio de Juciely, fizeram o Rio abrir 18/13, forçando novo pedido de tempo do Praia. As mineiras até tentaram reagir, mas já não havia tempo nem força. No bloqueio de Juciely sobre Walewska, as cariocas fecharam em 25/18.

Esqueça o equilíbrio do início do primeiro set. Empolgadas com a boa vitória na parcial inicial, as cariocas mantiveram o ritmo. Na verdade, aceleraram. No ataque de Carol, abriram 5/0 com facilidade. Só que as mineiras ainda tinham força. Na marra, conseguiram tirar a diferença e encostaram no placar (7/6). Juciely, porém, explorou o bloqueio das rivais e fez seu time ir em vantagem para o primeiro tempo técnico.

O momento, no entanto, ainda era do Praia. No bloqueio de Alix sobre Juciely, as mineiras empataram. O jogo, então, ganhou em equilíbrio. Rio ainda explorava o talento de Gabi e Natália, além da força no bloqueio. Enquanto isso, as mineiras forçavam o jogo com Ramirez e Alix. Foi quando o jogo chegou ao seu momento mais tenso.

O técnico do Praia, Ricardo Picinin, mandou Pri Daroit para a quadra, e as mineiras mostraram força. Conseguiram evitar um set point do Rio e deixaram tudo igual: 24/24. O Praia devolveu a vantagem em erro bobo, mas o Rio retribuiu com um bloqueio para fora. O momento era mesmo das mineiras. No bloqueio de Alix sobre Monique, as mineiras empataram: 28/26.

O time mineiro se empolgou. Quando Juciely ficou no bloqueio, o Praia já tinha 6/3 no segundo set. O fundamento, aliás, passou a ser o diferencial da equipe. Àquela altura, nem mesmo os ataques de Natália encaixavam mais. Com 8/4 contra no placar, Bernardinho tentou acertar a casa. A diferença até caiu, mas as rivais seguiam superiores.

Alix passou a fazer a diferença. A vantagem do Praia, então, cresceu (14/9). Bernardinho tentou a inversão 5 por 1 e mandou Courtney e Drussyla para a quadra. Mas nada parecia funcionar. O Rio parou, e o time mineiro deslanchou. Com um bloqueio forte e Alix inspirada, abriram 19/13. 
Mas nada é garantido quando do outro lado está o Rio. Na vontade, as cariocas mostraram por que chegaram a mais uma final. Monique cresceu, e a rede voltou a fazer a diferença. Com 23/19 a favor das mineiras, o time de Bernardinho foi buscar. Chegaram a ter o set point, depois de ponto polêmico de Gabi, mas o Praia ainda teve forças para lutar. Prolongou o set, mas não evitou a vitória carioca: 28/26, depois de bloqueio em ataque de Michelle.

A virada na parcial anterior deu força ao Rio. Monique, em pancada sem defesa do outro lado, abriu o quarto set. Logo, a vantagem já era de 6/1, depois de ataque de Juciely. O Praia ainda lutava por um milagre. Nas pancadas de Ramirez, ainda mostrava acreditar no título. Walewska também cresceu. Jogadora mais experiente das mineiras, a central fez a equipe virar o placar para 17/16.
A frieza do Rio, porém, parecia insuperável. A equipe carioca voltou a controlar os ânimos e virou o placar. Só que o Praia não queria desistir. Lutou e se manteve vivo até onde conseguiu. Mas o golpe final veio da


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