Medina, Mineirinho e Italo vencem na estreia e vão à 3ª fase em Margaret

Campeão mundial de 2014, defensor do título e melhor estreante do ano passado despacham gringos na Austrália para iniciarem bem terceira etapa do Circuito Mundial

Por GloboEsporte.com

Margaret River, Austrália

1. baterias da primeira fase

Gabriel Medina joga água para alto na onda que lhe rendeu 8,60 pontos (Foto: Reprodução/WSL)

A terceira etapa do Circuito Mundial de 2016 começou bem para os três principais brasileiros em ação nas ondas de Margaret River, no Oeste australiano. Gabriel Medina, Adriano de Souza e Italo Ferreira venceram as suas baterias contra gringos, na madrugada desta sexta-feira (tarde na Austrália), e avançaram diretamente para a terceira fase. Em busca de reabilitação após resultados ruins nas duas primeiras etapas desta temporada da elite (13º na Gold Coast e também em Bells Beach), Medina surfou com tranquilidade no mar com ondas pequenas para médias, no pico Main Break, para somar 14,40 pontos contra 12,27 pontos do italiano Leonardo Fioravanti e 10,16 do australiano Davey Cathels. Mineirinho, campeão do mundo no ano passado e defensor do caneco em Margaret, fez 13,10 pontos para superar o australiano Jacob Willcox (12,40) e o havaiano Keanu Asing (10,64). Melhor estreante em 2015, Italo Ferreira, atual número 5 do ranking, levou melhor ao fazer 15,76 pontos no duelo com o americano Kanoa Igarashi (14,54) e o australiano Jack Robinson (9,70).

Após a disputa das nove primeiras baterias da primeira fase, a Liga Mundial de Surfe (WSL) encerrou o primeiro de 12 dias da janela de realização da competição em Margaret. Uma nova chamada será feita às 20h (de Brasília) desta sexta-feira.

- Estou muito feliz por ter vencido a minha bateria da primeira fase, porque eu não estava me sentindo muito bem nos últimos dias e a minha prancha principal acabou quebrando. Essa perna australiana é cansativa, porque passamos bastante tempo na Austrália. Estou confiante em fazer um bom resultado nessa etapa - disse Medina, que está na modesta 22ª posição no ranking de 2016.
Outros três brasileiros também estrearam em Margaret. Alex Ribeiro, Caio Ibelli e Alejo Muniz ficaram em terceiro lugar nas suas baterias e vão disputar a segunda fase (repescagem). Maior destaque até aqui na temporada, o australiano Matt Wilkinson, que venceu as duas primeiras etapas, na Gold Coast e em Bells Beach, confirmou a fase iluminada e já está na terceira fase. Sem grande esforço, o atual líder do ranking somou 12,67 pontos para mandar o aussie Stuart Kennedy (9,17) e o havaiano Dusty Payne (7,60) para a repescagem.


Medina tira 8,60 e quebra prancha, mas vence com tranquilidade

Gabriel começou a bateria com uma belo cartão de visitas. Ele pegou uma direita de bom tamanho e detonou nas batidas em pontos críticos para receber nota 8,60 dos juízes. Medina tentou logo somar uma segunda nota, mas acabou caindo após a primeira manobra na esquerda por ter quebrado umas das três quilhas da sua prancha. O jovem astro precisou deixar o mar para trocar de equipamento e, com isso, perdeu cerca de cinco minutos. Enquanto isso, Davey Cathels assumiu a dianteira, com ondas notas 5,33 e 4,83, que lhe renderam o somatório de 10,16 pontos, nada que assustasse Gabriel, pois ele precisava de apenas 1,56 para retomar a dianteira. Convidado da organização, o italiano Leonardo Fioravanti abriu com um 5,90.


+ Confira o ranking do Circuito Mundial
+ Mineirinho tenta bi em Margaret River, e WSL testa proteção contra tubarões
+ Lesão no tornozelo afasta Jadson de Margaret River: "Impossível competir"
+ Melhor brasileiro em Bells, Italo aposta no estilo agressivo para voar alto na elite


De volta ao outside com sua nova prancha, Gabriel se posicionou bem à espera de uma onda que lhe fizesse recuperar a liderança e abrir boa vantagem. Ele dropou uma direita que parecia muito boa, mas acabou fechando depois dele encaixar uma manobra bem forte e outra nem tanto para receber 5,80 e ficar em primeiro, com 14,40 pontos.

Na sequência, Fioravanti demonstrou que não é por acaso o atual líder do ranking do QS, a divisão de acesso, e conseguiu a segunda melhor nota da bateria, ao receber 6,37. Com 12,27, ele pulou para segundo e passou a correr atrás de 8,04 para tirar a ponta de Medina.

Os dez minutos finais não mudaram em nada o panorama do confronto. Com ondas menores e pouco vento, os três surfistas tiveram dificuldades para encontrar formas de mudarem seus somatórios. Melhor para Gabriel, que iniciou com vitória a sua campanha no Oeste australiano.

Mineirinho surfa o básico e sai vitorioso

Adriano de Souza primeira fase Margaret River (Foto: Reprodução/WSL)

Adriano de Souza demorou cinco minutos para surfar a sua primeira onda. Na direita, ele conseguiu duas manobras e recebeu nota 4,67. O havaiano Keanu Asing aproveitou que a onda quebrou também para a esquerda e acabou também tirando 4,67. Se conectando aos poucos com o mar, Mineirinho enxergou uma outra direita e conseguiu encaixar três manobras de bom nível para tirar 6,67 e aumentar seu somatório para 11,34 pontos.

Vencedor da triagem, o local Jacob Willcox mostrou seu conhecimento do pico para obter notas 5,67 e 3,77 nas suas primeiras duas ondas para somar 9,44 pontos, tomando a segunda colocação de Asing (8,00). Adriano não deixou barato e obteve uma nova nota na casa dos 6. Com duas manobras estilosas, mas sem muita força e velocidade, o paulista recebeu 6,43, aumentando sua pontuação para 13,10 passados 15 dos 30 minutos de duelo.]

Mineirinho começou a pegar onda atrás de onda, mas nenhuma serviu para ele trocar notas (5,53, 3,93 e 0,90). Quem se deu melhor na segunda metade da bateria foi Willcox. O aussie acabou tirando a melhor nota, ao bater forte em uma direita para receber 6,73. Com isso, ele passou a ter 12,40 pontos, pontuação que lhe fez ir em busca de 6,37 para tirar a liderança de Adriano. Em terceiro lugar, Keanu Asing somou um 5,97 e corria atrás de 7,13 para vencer.

O campeão mundial sabia que precisava aumentar sua vantagem para não sofrer na reta final. Ele bem que tentou, mas ondas boas não pintavam em Main Break e o máximo que ele conseguiu foi uma nota 5,10. Sorte de Adriano que os seus rivais também nada conseguiram. A vitória era de Mineirinho, a vaga direta na terceira fase também.

- Estou contente por conseguir vencer essa bateria, pois o Willcox surfou muito bem e o Keanu é uma ameaça perigosa em qualquer tipo de condição de mar. Estou feliz por estar de volta a um lugar que me deu muita alegria no ano passado e estou tentando encontrar o meu ritmo. Quero ver se posso ir longe nesse campeonato mais uma vez, porque já sabemos que vai dar altas ondas nos próximos dias - comentou Adriano.


Italo vira no fim com aéreo de rotação completa

Italo encaixa aéreo de rotação completa para descolar nota 8,03 (Foto: Reprodução/WSL)

Semifinalista em Bells, Italo começou devagar a sua bateria, a quarta da primeira fase. Assim como os jovens Igarashi e Robinson, ele deixou passar algumas ondas e ficou sem dropar nada nos nove primeiros minutos. O duelo estava quase tendo um recomeço, quando o americano dropou uma esquerda e encaixou duas boas manobras para tirar nota 6,67 e abrir na frente.
Depois de 13 minutos de bateria, o potiguar enfim pegou sua primeira onda, mas logo saiu e ganhou apenas 0,80. Pouco depois, o melhor estreante de 2015 encaixou duas boas batidas, mas acabou deixando a prancha escapar e recebeu 3,60, passando a somar 4,40 pontos. Mais ligado, Kanoa Igarashi escolheu uma direita superior e mostrou radicalidade para ganhar 5,23 e aumentar sua vantagem na ponta, com 11,90.

Italo viu que era melhor se jogar nas direitas e conseguiu uma boa onda para aumentar seu somatório. Com bom jogo de backside, ele encaixou três manobras de bom nível e obteve nota 6,67, diminuindo a vantagem de Igarashi (11,90 a 10,27), faltando dez minutos. Coadjuvante na disputa, o convidado Jack Robinson esperou demais boas ondas, e acabou tendo de se contentar com um 3,70 na sua primeira.

Na reta final, o japonês naturalizado americano demonstrou que não estava para brincadeira e mandou ver em uma direita. Com manobras velozes, ele conseguiu 7,87 e passou a vencer com uma margem maior (14,54 pontos). Italo pegou uma onda, mas só conseguiu duas manobras e recebeu 6,40, passando a correr atrás de 7,87. Restavam apenas dois minutos quando Ferreira conseguiu mais do que precisava. Depois de duas batidas, ele transformou a onda em pista de decolagem e mandou um aéreo de rotação completa para descolar 8,03 e assumir a ponta. Não satisfeito, o potiguar ainda pegou uma última direita e ganhou 7,73 para sacramentar sua vitória com 15,76 pontos, contra 14,54 de Igarashi e 9,70 de Jack Robinson.


BATERIAS DA PRIMEIRA FASE

1: Jeremy Flores (FRA) 16,10 x Taj Burrow (AUS) 16,34 x Alex Ribeiro (BRA) 5,43
2: Julian Wilson (AUS) 17,10 x Kai Otton (AUS) 12,06 x Adam Melling (AUS) 15,47
3: Matt Wilkinson (AUS) 12,67 x Stuart Kennedy (AUS) 9,17 x Dusty Payne (HAV) 7,60
4: Italo Ferreira (BRA) 15,76 x Kanoa Igarashi (EUA) 14,54 x Jack Robinson (AUS) 9,70
5: Gabriel Medina (BRA) 14,40 x Davey Cathels (AUS) 10,16 x Leonardo Fioravanti (ITA) 12,27
6: Adriano de Souza (BRA) 13,10 x Keanu Asing (HAV) 10,64 x Jacob Wilcox (AUS) 12,40
7: Michel Bourez (TAH) 14,17 x Jordy Smith (AFS) 14,04 x Alejo Muniz (BRA) 13,13
8: Nat Young (EUA) 15,93 x Matt Banting (AUS) 15,53 x Caio Ibelli (BRA) 14,60
9: Joel Parkinson (AUS) 12,84 x Conner Coffin (EUA) 11,26 x Ryan Callinan (AUS) 10,50
10: Kelly Slater (EUA) x Kolohe Andino (EUA) x Miguel Pupo (BRA)
11: John John Florence (HAV) x Adrian Buchan (AUS) x Sebastian Zietz (HAV)
12: Wiggolly Dantas (BRA) x Josh Kerr (AUS) x Jay Davies (AUS)


FONTE:
http://globoesporte.globo.com/radicais/surfe/mundial-de-surfe/noticia/2016/04/medina-e-italo-tiram-notas-8-vencem-na-estreia-e-vao-3-fase-em-margaret.html