domingo, 20 de março de 2016

No primeiro Fla-Flu no Pacaembu, em 42, nada de gols, chuva e expulsões



CAMPEONATO CARIOCA 


Dilúvio fez partida ser adiada em um dia, mas, segundo relato de "O Globo", renda de 30.810 réis foi "assombrosa" diante das péssimas condições climáticas




Por
Rio de Janeiro




Até jogo-treino mereceu destaque no "O Globo" (Foto: Reprodução/O Globo)
Até jogo-treino mereceu destaque no "O Globo" 
(Foto: Reprodução/O Globo)

A apresentação do jogo feita por "O Globo", Flamengo, Fluminense (Foto: Reprodução/O Globo)
A apresentação do jogo feita por "O Globo", 
com as escalações de Flamengo e Fluminense 
(Foto: Reprodução/O Globo)


O primeiro Fla-Flu disputado fora do Rio, em 12 de março de 1942, deu-se justamente no Pacaembu, palco do próximo encontro entre Flamengo e Fluminense, agendado para domingo, às 16h. Os rivais duelaram em partida válida pelo Torneio Quinela de Ouro, também tratado como Rio-São Paulo pela imprensa. Corinthians, São Paulo e Palestra Itália - hoje Palmeiras - completaram o número de participantes. De acordo com "O Globo" do dia seguinte ao confronto, o empate por 0 a 0 registrou renda "assombrosa" levando-se em conta a enorme chuva que caía sobre a Terra da Garoa. Dilúvio, aliás, que fez a partida ser adiada em um dia.


Confira parte da coluna de Mário Filho em "O Globo" (Foto: Reprodução/O Globo)
Confira parte da coluna de Mário 
Filho em "O Globo" (Foto: 
Reprodução/O Globo)


Embora a edição de "O Globo" do dia 13 tenha tratado a igualdade sem gols como um espetáculo interessante entre Fluminense e Flamengo, campeão e vice do Carioca de 1941, na do dia 14 o colunista Mário Filho, que mais tarde emprestou seu nome ao Maracanã, dedicou o maior espaço de sua coluna para criticar a rixa entre o flamenguista Pirillo e o tricolor Spineli, expulsos no jogo.
"Não é a primeira vez que Pirillo e Spineli se engalfinham. Compreende-se que dois jogadores, num momento de exaltação, esqueçam as regras da educação esportiva. A reincidência, porém, coloca o gesto de indisciplina sob uma luza ainda menos favorável. Dá para desconfiar. E isso porque há uma classe, felizmente reduzida, de inimigos em football. Um jogador não podendo ver o "outro" sempre experimentar a vontade irreprimível de meter o pé. Não adianta o juiz promover as pazes. O abraço de reconciliação significa, apenas, uma maneira de evitar a expulsão de campo. E não foi ideado para os casos parecidos com o de Pirillo e Spineli. Tanto assim que Carlos Monteiro (o árbitro do jogo) não discutiu: foi logo mandando os dois para fora. Se Pirillo brigasse com Renganeschi, vá lá. Eles não têm nenhuma fatura a liquidar. Talvez Carlos Monteiro deixasse a coisa passar. Mas com Spineli..."

Este é apenas o primeiro tópico da coluna, dividida em 11. No segundo e terceiro, Mário Filho destaca que a rivalidade era antiga. No 11º, trata os dois como "hereges do Fla-Flu".
Apesar do contratempo, "O Globo", também do dia 14, destaca que o sucesso da dupla em São Paulo foi tão grande que até um jogo-treino entre os rivais mereceu destaque. Ambos se preparavam para a sequência da competição.


O Flamengo terminou a competição invicto, na condição de vice-campeão, com cinco pontos, três a mais que o Fluminense, lanterna e sem nenhuma vitória. O Corinthians ergueu o troféu, com dois triunfos e dois empates.


FONTE:
http://globoesporte.globo.com/rj/futebol/campeonato-carioca/noticia/2016/03/no-primeiro-fla-flu-no-pacaembu-em-42-nada-de-gols-chuva-e-expulsoes.html

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