Ex-tenista ainda enfrenta problema no quadril: "A quadra de tênis é um certo dilema para resolver", afirma o ídolo, que também pede maior valorização de Bellucci
Por Thiago Quintella
Rio de Janeiro
O
problema crônico no quadril acompanhou boa parte do fim da carreira de
Gustavo Kuerten. Foi ele que encurtou a carreira do brasileiro que, aos
31 anos, decidiu se aposentar em 2008, sem condições de lutar contra os
limites físicos de seu corpo. Hoje, quase oito anos depois, Guga ainda
continua lutando contra as dores e trabalha diariamente para voltar às
quadras. Não profissionalmente, é claro. Mas, ao menos poder jogar tênis
de uma forma em que se sinta bem, é um objetivo para o ex-número 1 do
mundo.
-
Está muito difícil para mim. Eu investi bastante na fisioterapia e
tenho
descansado só no domingo. Ainda lembro daquela imagem do Larri pegando
no meu
pé (risos). Eu sou dependente desse tipo de atividade para poder surfar,
jogar
um beach tennis, bater uma bola na quadra, mas meu parâmetro de
avaliação, de expectativa na quadra, ainda é muito grande. Ainda estou
esperando uma condição mais favorável para me sentir
mais solto dentro da quadra. A quadra de tênis ainda é um certo dilema
para
tentar resolver e encontrar a medida certa. Se eu continuar investindo,
todos os dias, são pelo menos duas horas
todos os dias de alguma atividade para ir para quadra e poder me
divertir - disse Guga.
Apesar
dos problemas e de ter tido a carreira interrompida, Guga deixou um
forte legado para o tênis nacional e mundial. Até por isso, as
homenagens são constantes e, como não poderia deixar de ser, o Aberto do
Rio prestou mais uma reverência: a quadra central, a partir desta
edição, se chamará "Quadra Gustavo Kuerten", deixando o nome do ídolo
eternizado no maior torneio do país.
Lisonjeado, ele agradeceu, mas pediu uma maior valorização de outros jogadores, como Thomaz Bellucci, já que a espera é sempre por "um novo Guga".
- Eles tavam sentindo minha vontade de entrar para jogar, que agora já estou em quadra desde a primeira bola até a última (risos). Foi uma enorme satisfação. São algumas consequências que fogem de um cenário de imaginário de qualquer pessoa, mesmo quando tinha ganho um Grand Slam. É legal para mim, para toda a família. Trouxe minha mãe depois de três anos, consegui trazer ela aqui. Mas é reconstruir, recontar a história do tênis brasileiro. É um grande evento, valorizando as pessoas que querem contribuir com o tênis. O Marcelo número 1 do mundo, agora um Grand Slam (do Bruno Soares). Isso às vezes passa meio despercebido. E aí a gente fica menos refém de ganhar ou perder, de ter um novo Guga, uma nova Maria Esther. O Bellucci está aí, há cinco anos pelo menos, 20, 30, 40 do mundo... tirando um ano que ele não esteve bem. Muito difícil fazer isso. É pouquíssimo o valor que ele recebe pelas façanhas porque o comparativo está sempre lá em cima.
Como
não poderia deixar de ser, Guga falou novamente sobre "Olimpíadas". Ele
lembrou que a última vez em que o Brasil chegou com tanta chance de
vencer uma medalha nos Jogos foi com ele mesmo, em 2000. Pelo momento de
Bruno Soares e Marcelo Melo, ele acredita que há sim grandes
possibilidades, mas pediu que todo o trabalho não seja desvalorizado em
caso de um insucesso no Rio de Janeiro.
- A possibilidade (de medalha) é claríssima. Nosso papel é ir além dessa dependência da medalha. Pode acontecer de perderem logo no início. A dupla é muito acirrada nas Olimpíadas. Eu acho que desde 2000, quando era número 2 em Sydney, é a nossa melhor chance, que seria inédito de tênis. Acho que é blindar um pouco esse acúmulo de tensão. Os meninos jogam bem na Copa Davis, gostam de envolver a torcida, para que esse estímulo seja favorável. Mas as Olimpíadas vão demonstrar pra gente que os maiores esportistas do universo vão vir para cá e vão sair derrotados - comentou.
A homenagem a Gustavo Kuerten aconteceria na quadra central ainda nesta segunda-feira, após a partida entre Thomaz Bellucci e Alexandr Dolgopolov. No entanto, com a forte chuva que castigou o Rio de Janeiro nesta tarde, a cerimônia foi adiada para terça-feira em horário ainda não definido pela organização.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/tenis/noticia/2016/02/homenageado-no-rio-guga-espera-voltar-quadras-ainda-e-um-dilema.html
Gustavo Kuerten em coletiva de imprensa no Aberto
do Rio (Foto: Bruno Lorenzo/Fotojump)
As Olimpíadas vão demonstrar para gente que os maiores esportistas do universo
vão vir para cá e vão sair derrotados
Gustavo Kuerten
Lisonjeado, ele agradeceu, mas pediu uma maior valorização de outros jogadores, como Thomaz Bellucci, já que a espera é sempre por "um novo Guga".
- Eles tavam sentindo minha vontade de entrar para jogar, que agora já estou em quadra desde a primeira bola até a última (risos). Foi uma enorme satisfação. São algumas consequências que fogem de um cenário de imaginário de qualquer pessoa, mesmo quando tinha ganho um Grand Slam. É legal para mim, para toda a família. Trouxe minha mãe depois de três anos, consegui trazer ela aqui. Mas é reconstruir, recontar a história do tênis brasileiro. É um grande evento, valorizando as pessoas que querem contribuir com o tênis. O Marcelo número 1 do mundo, agora um Grand Slam (do Bruno Soares). Isso às vezes passa meio despercebido. E aí a gente fica menos refém de ganhar ou perder, de ter um novo Guga, uma nova Maria Esther. O Bellucci está aí, há cinco anos pelo menos, 20, 30, 40 do mundo... tirando um ano que ele não esteve bem. Muito difícil fazer isso. É pouquíssimo o valor que ele recebe pelas façanhas porque o comparativo está sempre lá em cima.
Guga pediu que brasileiros deem mais apoio aos jogadores do país (Foto: Bruno Lorenzo/Fotojump)
- A possibilidade (de medalha) é claríssima. Nosso papel é ir além dessa dependência da medalha. Pode acontecer de perderem logo no início. A dupla é muito acirrada nas Olimpíadas. Eu acho que desde 2000, quando era número 2 em Sydney, é a nossa melhor chance, que seria inédito de tênis. Acho que é blindar um pouco esse acúmulo de tensão. Os meninos jogam bem na Copa Davis, gostam de envolver a torcida, para que esse estímulo seja favorável. Mas as Olimpíadas vão demonstrar pra gente que os maiores esportistas do universo vão vir para cá e vão sair derrotados - comentou.
A homenagem a Gustavo Kuerten aconteceria na quadra central ainda nesta segunda-feira, após a partida entre Thomaz Bellucci e Alexandr Dolgopolov. No entanto, com a forte chuva que castigou o Rio de Janeiro nesta tarde, a cerimônia foi adiada para terça-feira em horário ainda não definido pela organização.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/tenis/noticia/2016/02/homenageado-no-rio-guga-espera-voltar-quadras-ainda-e-um-dilema.html
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