Ex-vascaínos Rafael e Eduardo Costa já levaram a melhor em jogos decisivos diante do Coritiba no Couto Pereira. Jogadores cruz-maltinos descartam medo por violência
Rio de Janeiro
"Green Hell" ainda com sinalizador e muita
fumaça: ambiente intimidador (Foto:
André Raittz/Vanguard Photo Parlour)
O "Green Hell" como antes não existe mais. A festa original usava sinalizadores, foi criada em 2009 no jogo Coritiba x Internacional, pela Copa do Brasil, e repetida mais oito vezes, sem derrotas em campo: sete vitórias e dois empates. Mesmo depois da proibição de sinalizadores nos estádios, o ambiente intimidador nos jogos decisivos continuou sem os objetos pirotécnicos, mas ultimamente colecionou insucessos. E dois ex-vascaínos "sobreviventes" do inferno verde dão conselhos para os jogadores cruz-maltinos que tentarão salvar o time do rebaixamento.
Goleiro Rafael e ex-volante Eduardo Costa já
se deram bem em decisão no Couto Pereira
(Foto: Arte Esporte)
- Atmosfera de muita pressão. Lembro que nosso acesso ao estádio foi bem complicado, teve bastante escolta. Pegamos um caminho alternativo e mesmo assim teve muita dificuldade. Na torcida do Vasco estava minha família, irmão, pais... Eles ficaram um tempão isolados por precaução. Foi um jogo complicado, torcida lá empurra muito. Nosso time conseguiu esse título, além da qualidade, porque tinha bastante experiência. É manter a tranquilidade. Saber da importância que vai ser a partida, mas relaxar, não entrar nesse clima porque o jogo em si já tem a pressão, pode ficar além, isso prejudica. Os dois times estão lutando contra o rebaixamento, é pressão de torcida, de imprensa, tem que fazer o máximo para não entrar nesse clima. Tem que ter o coração quente, mas a cabeça fria.
Outro que passou por essa experiência e saiu por cima foi o goleiro Rafael. Só que o episódio foi depois de terminar sua passagem por São Januário, em 2008. No ano seguinte, ele estava no rival Fluminense que foi enfrentar o Coxa no Couto Pereira em um duelo onde os dois brigavam para escapar do rebaixamento, como será o Coritiba x Vasco deste domingo - o Tricolor na época precisava ao menos do empate, e o placar terminou 1 a 1. O pós-jogo ficou marcado pela confusão e violência dentro do estádio, mas o pré-jogo também foi complicado: teve foguetório perto do hotel na véspera, copos e latinhas arremessadas no ônibus... Atualmente no Macaé, o arqueiro disse que o segredo é não cair na pilha e tomar tudo como motivação.
- Foi pressão demais, desde quando chegamos a Curitiba. No hotel, a segurança cercou o quarteirão, mesmo assim teve rojão, confusão... Para chegar ao estádio tinha muita segurança, mas a gente passava perto dos torcedores. Muitos com a cara pintada, falando que era guerra, que o bicho ia pegar, jogando latinha, copo, dando soco no ônibus... Aquilo dá mais ânimo para entrar em campo, ainda mais em estádio cheio. Jogador de futebol sabe que existe pressão de tudo que é jeito, ainda mais se falando de permanência na Série A. É não perder o foco. Importante é o jogo, a partida, independentemente se vai ter isso, aquilo... Foi um jogo muito eletrizante mesmo, graças a Deus conseguimos o empate.
VASCAÍNOS DESCARTAM MEDO POR VIOLÊNCIA
- Medo nenhum, vou para jogar futebol. Torcida tem que ir para torcer. Isso está ficando um pouco para trás, o ser humano está evoluindo bastante. Espero que evolua cada vez mais. Tem que entender que as pessoas que estão ali em campo representando Coritiba ou Vasco são seres humanos que têm família, pai, mãe e filhos. Então não existe isso de irem lá querendo arrumar briga. Acho que não é a melhor forma de se resolver. Que se resolva na bola e o melhor vença sempre - criticou Luan, que já fazia parte do elenco em 2011, mas não foi relacionado para a final da Copa do Brasil no Couto Pereira.
Cadeiras foram arremessadas no campo em
confronto entre torcedores e policiais em
2009 (Foto: Reprodução SporTV)
- Creio que depois daquilo a segurança deve ter melhorado bastante no Couto Pereira. Nós jogadores não entramos em campo preocupados com isso, quando entro no jogo só consigo vivenciar aquilo. Depois que pode vivenciar essas coisas. Temos principalmente que jogar, depois vamos ver o que pode acontecer - alertou.
Para permanecer na Série A, o Vasco, além de vencer o Coritiba, no Couto Pereira, precisa torcer para o Figueirense não derrotar o time das Laranjeiras, no Orlando Scarpelli, e o Avaí não superar o Corinthians, em São Paulo. Todos os confrontos são às 17h (de Brasília) de domingo.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/times/vasco/noticia/2015/12/sobreviventes-do-green-hell-dao-conselhos-para-o-vasco-cabeca-fria.html
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