sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Para COI, Rio de Janeiro “concretizou uma transformação de 70 anos em 7”


Presidente da Comissão de Coordenação do COI diz que crise política e econômica não vai travar organização do Rio 2016 e que há “milhões” de detalhes para resolver



Por
Direto de Lausanne, Suíça



A menos de oito meses do início dos Jogos Olímpicos do Rio 2016 e com a situação política e econômica instável do Brasil, a preocupação não recai apenas sobre a realização do evento em si. A preocupação também é como ficará a Cidade Maravilhosa depois do evento. Barcelona é um dos modelos de sucesso pós-Olimpíadas, mas Atenas, que já vivia o início da crise antes de ser sede em 2004, se sufocou de dívidas nos anos seguintes, juntamente com o restante da Grécia. A crise no país dura até hoje. O que vai acontecer com o Brasil depois de sediar os primeiros Jogos Olímpicos na América do Sul? Na opinião da presidente da Comissão de Coordenação do Comitê Olímpico Internacional (COI), Nawal El Moutawakel, o legado será positivo não só para a cidade como também para todo o país.

 Nawal El Moutawakel - chefe da Comissão de Coordenação do Rio 2016 (Foto: Claudia Garcia) 
Nawal El Moutawakel - chefe da Comissão 
de Coordenação do Rio 2016 
(Foto: Claudia Garcia)


- Eu sigo o dossiê do Rio desde que o Rio se candidatou a acolher os Jogos. Mais de sete anos depois, ver como vibra esta cidade olímpica, ver a transformação total de uma cidade magnífica, ver como os cariocas aguardam com orgulho e impaciência o dia que eles vão acolher a chama olímpica, é um motivo de grande orgulho para mim também. Vai ter um Rio de Janeiro antes dos jogos e um Rio depois dos jogo. Hoje vemos novas estradas, construções esportivas e os jovens vão poder aproveitar, o Rio de Janeiro concretizou uma transformação de 70 anos em 7 anos - disse Nawal em entrevista exclusiva ao GloboEsporte.com em Lausanne.
De acordo com a marroquina, campeã olímpica em Los Angeles 1984, a situação econômica atual deve ser “monitorada”, mas não travar o dinamismo do evento. Nawal, assim como todos os membros do COI, se recusou a entrar em detalhes sobre o real valor dos cortes a que o orçamento será sujeito nas próximas semanas, frisando que as obras importantes estão quase concluídas. A ex-atleta é mais otimista que o próprio presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB), Carlos Nuzman, que em entrevista tinha anunciado que 80% dos trabalhos estavam terminados. Nawal eleva a fatia para 90%.

- Até ao dia de hoje, foram feitos 19 eventos-teste (em 2015) e que, durante os primeiros meses de 2016, vai haver mais 25. Tudo decorreu dentro da normalidade e temos o testemunho positivo dos atletas e das federações internacionais, são eles que o dizem, não é o COI. Os atletas são o mais importante. Quanto aos trabalhos, o Parque Olímpico está praticamente pronto, a Vila Olímpica também, o campo de golfe foi concluído, o espaço de canoagem também, portanto faltam algumas coisas, mas estamos entre os 90 e os 100% de obras concluídas -  disse.


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CONFIRA AS PARTES MAIS IMPORTANTES DA ENTREVISTA

Reta final
Houve uma apresentação do Comitê Rio-2016, depois eu fiz também a minha apresentação como Presidente da Comissão de Coordenação do COI. Neste momento, temos uma meta de 240 dias para o evento e não temos mais tempo a perder. Cada dia é importante para o Comitê de Organização, o COI e todos os nossos parceiros. Há uma satisfação geral em relação ao estado de avanço de todos os trabalhos. Há milhares, até milhões de detalhes para resolver de hoje até ao dia 5 agosto e cada etapa é importante. A complexidade de todos os projetos aumenta e cabe a nós resolver e superar todas as dificuldades e detalhes, mas que eu não vou citar aqui.

Orçamento
É normal que exista um desafio de último minuto, nós vimos, nestas semanas, as dificuldades econômicas e políticas do país, mas não é isso que nos vai impedir de ir em frente. A particularidade do Rio de Janeiro é que os Jogos Olímpicos contam com o apoio total da população brasileira e dos cariocas. Eu tenho a certeza que, com a paixão dos brasileiros, o país e a cidade do Rio vão organizar uma Olimpíada nunca antes vista na história.

Valor real dos cortes
A força de trabalho estruturada para cuidar desse caso ainda vai definir esses valores, tentando respeitar as diretrizes da nossa Agenda Olímpica 2020, que é a nossa base desde a chegada do presidente Thomas Bach, e ver como é que podemos organizar estes Jogos, cortando nas despesas inúteis, dentro das possibilidades humana.

Reação do COI à situação política do Brasil
Eu não quero me precipitar com respostas sobre essa situação, que nós observamos com atenção, mas eu quero ver como as coisas vão evoluir com o tempo, não é nada de novo, porque já vimos esses problemas acontecerem antes dos Jogos Olímpicos em outros países. Eu espero que tudo se resolva antes do dia 5 de agosto de 2016.

Segurança
Muito honestamente, a segurança, hoje em dia, é a prioridade número um de todos os governos e o Brasil está levando isso muito a sério, depois de tudo o que aconteceu em Paris provocado por pessoas que perderam um pouco a noção da vida digamos assim. O esporte dá muita esperança e eu espero que esse seja o caso. No Rio, vão estar 10.500 atletas de diferentes religiões, culturas e que serão unidos pelo esporte. Pode ser um sinal forte do Rio de Janeiro para mostrar ao mundo que o Brasil é um país de paz e fraternidade. O esporte une mais do que destrói, é uma arma de pa


FONTE:
http://globoesporte.globo.com/olimpiadas/noticia/2015/12/para-coi-rio-de-janeiro-concretizou-uma-transformacao-de-70-anos-em-7.html

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