Treinador deixa portas abertas para retorno do zagueiro, explica troca de goleiros e dá recado: "Temos que tratar jogador como homens. Não tem que ficar de coitadinho"
Dunga não fechou as portas da Seleção para Thiago Silva (Foto: André Mourão / MoWA Press)
Capitão da Seleção na última Copa do Mundo, Thiago Silva já
tinha entrado em conflito com o comandante ao se mostrar insatisfeito por
perder a faixa para Neymar. Em entrevista ao "Fox Sports", Dunga tratou o
defensor do PSG como um jogador qualquer em condição de ser convocado, mas
deixou nas entrelinhas o desconforto com algumas de suas atitudes recentes:
- O Thiago é um jogador que está aí e estamos observando.
Temos mesclado uns com mais experiência, uns com menos experiência. Pensamos
nas eliminatórias, pensamos na Copa do Mundo. Mas não adianta assessor ficar
botando notícia em jornal, não vai pressionar. O Thiago tem chance de voltar
(...) Na Seleção, são 23. Para ser capitão, tem que jogar. Antes de pedir
faixa, tem que jogar. O capitão é uma decisão do treinador. No futebol, não
posso excluir nada, mas temos que tratar os jogadores como homens, como
profissionais, e não como crianças. Não tem que ficar coitadinho, pobrezinho. É
um trabalho. Não sei de onde reivindicam posto. Você não reivindica, você ganha
o posto.
A polêmica envolvendo Jefferson se deu por conta da saída do
time titular após a derrota para o Chile, na estreia nas eliminatórias. Já a
partir do duelo com a Venezuela, Alisson, do Internacional, passou a ser o
preferido de Dunga. Em entrevista ao programa "Bem, Amigos!", do
Sportv, o goleiro do Botafogo disse acreditar que merecia "um pouco mais
de crédito" (confira o vídeo, clicando no LINK da FONTE no final da matéria abaixo).
O treinador, por sua vez, deu sua explicação para a troca:
- Sempre depois dos treinos, sento e falo sobre o rendimento
de cada jogador. A decisão foi minha. Conversei com o Taffarel, perguntei o que
achava, e ele concordou. Conversei com o auxiliar, preparador, médico... Quanto
a essa polêmica, é interessante. Falamos de mudança, de Europa, de tática,
sistema, e a Seleção não é um clube onde há um titular. A Seleção tem 23 que
convocamos e precisamos ter a confiança absoluta. O curioso é que tirei um
atacante titular na Copa do Mundo (Hulk), um lateral (Marcelo) e ninguém reclamou. Para mim, é
estranho reclamarem só do Jefferson.
No dia a dia, nos treinamentos, o Alisson
estava sobrando. Foi parecido quando treinei o irmão dele (Muriel) no Internacional.
Você vê o treino e a reação de todos os envolvidos. O jogador se escala.
Dunga se mostrou ainda contrário ao paternalismo que
acredita ter tomado conta do futebol brasileiro nos últimos anos e reprovou
tantos questionamentos após suas decisões:
- Tenho que ser justo com o que meus olhos estão vendo em
campo. Falamos em profissionalismo no futebol e queremos tratar os jogadores
como crianças. Ou evoluímos ou vai ser sempre esse paternalismo. Na Europa, o
cara tira três ou quatro e é fantástico, é rodízio. Aqui, se trocamos três, falam só de
um. Ele (Jefferson) falar aí fora mostra que quer jogar, mas tem que falar para mim. Falar
para os outros não vai mudar o meu pensamento. Não tem ônus nenhum. Não quero
ter razão, quero ganhar.
Terceiro colocado nas eliminatórias sul-americanas para a Copa
da Rússia, em 2018, o Brasil volta a jogar em 24 de março, na Arena
Pernambuco, diante do Uruguai. Cinco dias depois, o rival será o Paraguai, em
Assunção.
FONTE:
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