quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Terezinha busca manter a escrita na estreia do Brasil no Mundial de Doha


Maior medalhista do país em Mundiais - 10 pódios - defende três títulos e inicia busca pela hegemonia na prova dos 400m: "No dia que me considerar boa, mudo de esporte"




Por
Direto de Doha, Catar


Há mais de uma década, Terezinha Guilhermina é indiscutivelmente a número um nos 100m pela classe T11 (cego total). Aos 37 anos, a maior medalhista do Brasil em Mundiais, com 10 pódios (oito ouros e duas pratas), abre o Mundial de paratletismo, em Doha, no Catar, a partir desta quinta-feira, na pista do Catar Sports Club. Além de recordista, a mineira de Betim não acumula nenhuma derrota desde a medalha de prata nos 200m do Mundial de Assen, na Holanda, em 2006. No emirado do Oriente Médio, ela estreia nos 400m, com as eliminatórias marcadas para 4h33 (de Brasília). A disputa ainda conta com a presença de Thalita Simplicio e Jerusa Geber.

- O que mais me motiva e me faz renovar é a busca pela próxima medalha. As medalhas que eu já tive ninguém pode tirar do meu peito. A próxima medalha é o que me motiva a acordar todos os dias cedo para treinar e acreditar que eu posso melhorar, porque no dia que eu me considerar boa o suficiente, eu mudo de esporte. E eu não me sinto tão boa assim - disse Terezinha, que contou o que não faria caso deixasse o atletismo:

atletismo Terezinha Guilhermina Mundial paralímpico Doha (Foto: Daniel Zappe/CPB/MPIX)
Terezinha concede entrevista coletiva na 
véspera da estreia do Mundial de Doha 
(Foto: Daniel Zappe/CPB/MPIX)


- Já experimentei tiro com arco, nadar eu tenho medo de morrer afogada, lutar eu não gosto de apanhar... Teria que ser algo que não inclua essas duas (risos).

Ao lado do guia Guilherme Santana, a velocista se preparou em dias de intenso calor em Maringá (PR) para enfrentar as altas temperaturas de Doha, com sensação térmica de quase 50º C.

- Chegamos no dia 13 aqui em Doha, mas já tínhamos feito uma aclimatação em Maringá, que também é bem quente. O detalhe aqui é que, além do calor fora, você sempre encontra um ar condicionado muito gelado nos ambientes fechados. Esse choque térmico é algo que devemos nos preocupar, devemos ter sempre um agasalho para não ficarmos resfriados.

Além de defender os três títulos, a dupla ainda pode garantir o quarto pódio no revezamento 4x100m T11/13, uma surpresa para a velocista e o seu guia. Eles disputaram juntos o primeiro Mundial em Christchurch, na Nova Zelândia, em 2011.


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- Treinamos muito e vamos para o que der e vier em busca de mais medalhas. E vamos competir ainda no revezamento (4 x 100m T11/13), soubemos agora. Agora que os guias ganham medalha (desde o Parapan de Guadalajara 2011), eu quero a minha - destacou Guilherme.

Sem apontar rivais nas pistas, Terezinha acredita que manter a hegemonia mundial depende apenas de si mesma. A paratleta usa a competição como um dos passos mais importantes de sua preparação rumo o Rio 2016. Com modelitos exclusivos e ainda mais sofisticados do que o usual, com pérolas e detalhes em dourado, ela espera voar ainda mais rápido no Catar.

Terezinha Guilhermina 100m T11 (Foto: Marcelo Regua/MPIX/CPB)
Terezinha Guilhermina e o guia Guilherme 
Santana no Parapan de Toronto (Foto: 
Marcelo Regua/MPIX/CPB)


- A minha maior adversária se chama Terezinha Guilhermina. É contra ela que eu corro e é ela quem eu quero agradar. Estou aqui para correr por ela e fazer o melhor. Vou usar um toque meio joia nas minhas vendas. Vendas à la ouro, à la chique. Competir aqui é um grande desafio. O Mundial é a competição mais importante depois das Paralimpíadas. Acredito que depois de Londres tenho feito um bom trabalho. Esta vai ser a minha principal escala até 2016. Até lá, vou estar mais perfeita, mais rápida e mais colorida porque o Brasil merece.

As primeiras medalhas a serem disputadas por atletas da delegação verde e amarela serão com Mauro Evaristo de Souza (arremesso de peso - T42), Jonas Licurgo (final do lançamento de disco - F56), Alex Pires (1.500m - T46), Ana Cláudia Silva (salto em distância - T42), Alessandro Silva (arremesso de peso - T12), Edson Pinheiro (100m - T38) e Flávio Reitz (salto em altura - T42).
confira a programação dos brasileiros


Programação dos brasileiros - quinta-feira (22/10)
4h30 - Mauro Evaristo de Souza - final do arremesso de peso (F42)
4h33 - Jerusa Geber, Terezinha Guilhermina e Thalita Simplício – eliminatórias dos 400m (T11)*
4h36 - Jonas Licurgo - final do lançamento de disco (F56)
5h12 - Daniel Tavares - eliminatórias dos 400m (T20)*
5h39 - Edson Pinheiro - eliminatórias dos 200m (T38)*
11h00: Alex Pires – 1.500m T46 Final
11h08 - Felipe Gomes, Lucas Prado e Ricardo Oliveira - eliminatórias dos 100m (T11)*
11h20 - Ana Cláudia Silva - final do salto em distância (T42)
11h51: Alessandro Silva – final do arremesso de peso (F12)
12h32: Diogo Ualisson – eliminatórias dos 100m (T12)*
13h42: Yohansson Nascimento – semifinal dos 400m (T47)
14h36: Flávio Reitz – final do salto em altura (T42)


*Caso avance, compete ainda nesta quinta-feira
A repórter viaja a convite do Comitê Paralímpico do Brasil (CPB)



FONTE:
http://globoesporte.globo.com/paralimpiadas/noticia/2015/10/terezinha-busca-manter-escrita-na-estreia-do-brasil-no-mundial-de-doha.html

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