João Chiminazzo admite que dívidas de Corinthians e São Paulo já foram pagas, mas teme "precedente perigoso". Advogado chama direito de imagem de ação fraudulenta
O "Seleção SporTV" desta quarta ouviu os advogados de Corinthians e de Alexandre Pato sobre a briga judicial que pode rescindir o vínculo do jogador com o Timão. No primeiro contato telefônico, o diretor jurídico alvinegro afirmou que o valor referente aos 10 meses de direitos de imagem que estavam atrasados já foram pagos à empresa responsável por receber o dinheiro.
Minutos depois, o representante do atleta falou ao vivo e confirmou que o Alvinegro e o São Paulo, que devia outros três meses, acertaram a dívida depois da notificação judicial. Mesmo assim, ele mantém o desejo de deixar o jogador livre – no caso – dos dois clubes.
– Pato não consegue se desvincular só de um clube. Desvinculando-se do Corinthians, vai se desvincular do São Paulo por conta do empréstimo. A intenção dele é essa – confirmou João Chiminazzo, advogado do atacante, que disse desconhecer uma nova negociação com o Tricolor.
– Não participo disso, do que conversei com ele não tem nada. Mas ele está focado em jogar enquanto for jogador do São Paulo – afirmou.
Após ação na justiça, Alexandre Pato pode
estar de saída do São Paulo
(Foto: Marcos Ribolli)
Diretor jurídico do Timão, Rogério Molica garantiu que o pagamento foi feito a uma empresa brasileira contratada pelo atleta para receber os direitos de imagem, que representa a parte de salário que não é registrada em carteira, no regime CLT.
– Em relação ao Corinthians, o direito de imagem está tudo quitado. A quitação foi feita na semana passada. Hoje é o prazo que nos foi dado pela juíza e estamos apresentando (os recibos) nos autos. Não é devido ao jogador, mas sim à empresa, e ela paga para ele. Tem de ver com ela. Diz a lei que não se pode atrasar pagamento de salário. Isso é imagem devido a uma empresa, nada a ver com jogador. Ele não é sócio desta empresa – explicou Molica.
Ainda segundo João Chiminazzo, Corinthians e São Paulo foram notificados no dia 22 de maio e teriam 15 dias para pagar os atrasos, o que não foi feito. No dia 9 de junho, ele ingressou com a ação na Justiça do Trabalho caracterizando a falta de pagamentos.
– No dia 10 de junho, o Corinthians efetuou o pagamento, o que foi feito pelo São Paulo no dia 12. Já informamos à juíza que os pagamentos foram feitos, mas depois dos ingressos da ação. Se admitirmos o pagamento depois do ingressos da ação como um motivo para não rescindir o contrato, podemos criar um precedente incalculável. Podem parar de pagar os jogadores e só pagarem quando tiverem uma ação judicial. Isso vai causar uma enxurrada de ações, é perigoso. Para mim, não é motivo para jogador não ser liberado – frisou.
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Chiminazzo fez questão de classificar a prática de pagamento de direitos de imagem como "fraudulenta", já que é usado para o pagamento de menos impostos.
– No caso do Alexandre Pato, entendemos que direito de imagem é salário pago por fora, ele é feito de forma fraudulenta. Alexandre Pato tem um contrato de imagem gratuito com o São Paulo e depois tem um contrato que o São Paulo paga 100 mil. Isso é salário pago por fora – diz ele, que ainda citou casos de rescisões contratuais de Dill com o São Paulo e Luizão com o Corinthians, no passado, como precedentes.
Vale lembrar, porém, que Alexandre Pato assinou o contrato e sempre esteve ciente da prática. Uma das orientações do advogado ao jogador, por exemplo, é que procure a Receita Federal após os acertos.
– Se comprovado isso, não vai estar devendo nada porque
não tinha nenhuma prova. Não tinha autonomia para chegar na Receita e dizer: "Quero
pagar mais impostos". A partir do momento que tiver a ação, uma das primeiras recomendações
que fiz para ele e para o seu contador é encaminhar um ofício para a Receita apurar o saldo
devedor para que não fique devendo nada.
Caso seja usado contra o Avaí, neste domingo, o jogador não poderá mais
atuar por outra equipe no Brasileirão. Assim, abriria caminho para
retornar à Europa.
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