Pernambucana ganha elogios dos ex-tenistas número 1 do mundo, que acreditam que ela possa ir longe após conquistar seu primeiro WTA da carreira, em Bogotá
Teliana Pereira levanta taça de campeã do WTA de Bogotá, na Colômbia (Foto: Divulgação)
A conquista de Teliana Pereira no WTA de Bogotá, na
Colômbia, impressionou os dois maiores nomes da modalidade no país. Gustavo
Kuerten e Maria Esther Bueno vibraram com o título da pernambucana de 26 anos,
que pôs fim a um jejum que durava desde 1988, quando Niege Dias venceu em Barcelona. Os dois ex-número 1 do mundo veem
que a jogadora ainda pode evoluir muito e melhorar o 81° lugar que ocupa hoje
no ranking, sua melhor posição na carreira até aqui. Guga, comentarista do
Time de Ouro da TV Globo, ressalta não consegue enxergar hoje até onde Teliana
pode ir, mas destaca que a jogadora tem evoluído a cada ano que passa.
- Acho que o mais importante da Teliana é que ela continua
melhorando. O tênis dela, a cada ano, está mais consistente, mais competitivo,
com um grau de amadurecimento maior. Isso acaba impossibilitando uma previsão
de melhor ranking, do máximo que ela vai atingir na carreira. Agora é hora de
visualizar uma meta mais próxima. No meu ponto de vista, tentar entrar entre as
50 do mundo pela primeira vez, o que já é um novo nível, com outro tipo de
adversárias para ela confrontar, e ali tentar se habituar. O tênis funciona
assim, os estágios precisam ser vivenciados para o atleta começar a se sentir
confortável, tentar se habituar com aquilo e continuar crescendo. E o trunfo da Teliana é que ela continua
andando para frente todo ano. É normal, hoje em dia, os jogadores até os 30
anos, pelo menos, ainda viverem um processo de evolução. É muito provável que
ela ainda esteja distante do potencial máximo - disse Guga.
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Não foi só Teliana que teve uma campanha de sucesso em Bogotá. As paulistas Beatriz Haddad, de 18 anos, e Paula Gonçalves, 24, faturaram o título do torneio nas duplas na mesma quadra de saibro. Maria Esther Bueno, comentarista do SporTV, acredita que o caminho é não pensar em parar por aqui.
-
Foi super importante para o tênis brasileiro. Bom para
elas e valeu muito. É ótimo isso, não pode parar de pensar em evoluir -
disse a ex-tenista de 75 anos, dona de 19 títulos de Grand Slam (sete em
simples, 11 em duplas e
um em duplas mistas).
Para Gustavo Kuerten, tricampeão de Roland Garros, Teliana não
deve se preocupar agora em conquistar um Grand Slam. Segundo o ex-jogador, o
que aconteceu com ele em 1997 foi um acaso, e a tenista pernambucana deve
pensar num passo de cada vez, além de estar sempre disposta a trabalhar.
Teliana, Bia Haddad e Paula Gonçalves fizeram história em Bogotá (Foto: Reprodução/Twitter)
- Pensar em vencer um Grand Slam de uma hora para outra,
mesmo depois de ganhar um WTA, vejo que não é o momento. Claro, se acontecer,
melhor ainda, como foi comigo em 97. Mas isso é o acaso do acaso, é o absurdo
do tênis. É ocasional, tanto que, se repetir umas mil vezes aquele campeonato, não
vou ganhar nenhuma. Dentro da realidade, até para não atrapalhar o processo, é
hora de continuar seguindo passo a passo o caminho que ela planejou. E esse é
um mérito excelente. A Teliana, independentemente de uma boa fase ou ruim, está
disposta a continuar trabalhando para seguir evoluindo. Por isso, acho que
ainda é muito cedo para prever qual é o limite. Ela tem belas surpresas para
nos apresentar ainda no futuro - concluiu.
Teliana, que desembarcou no Brasil na segunda-feira, já
embarca nesta terça para o Marrocos, onde disputará o qualifying do WTA de
Marrakesh. Apesar do recado de Guga, o maior objetivo a curto prazo é mesmo tentar brilhar em Roland
Garros, entre o fim de maio e o começo de junho. No ano passado, quando disputou
pela primeira vez a chave principal no saibro francês, Teliana Pereira conseguiu avançar à segunda rodada.
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