Reforço fala sobre relação com treinador do Olympique, brinca com o medo de levar vermelho por excesso de vontade e se coloca à disposição para enfrentar o Santos
Dória veste a camisa do São Paulo e mostra incômodo ao falar de Bielsa (Foto: Marcelo Hazan)
O zagueiro de 20 anos falou muito sobre a relação quase inexistente com o técnico Marcelo Bielsa, do Olympique de Marselha, da França, responsável por emprestá-lo até o fim de junho.
Dória não jogou nenhuma partida pelo time principal do clube francês desde setembro de 2014, quando foi contratado. Desde então ele só atuou pela equipe B, motivo pelo qual está em forma e tem condições inclusive de estrear no clássico contra o Santos, quarta-feira, na Vila Belmiro - para isso, ele precisa ter o nome publicado no BID.
Bielsa reclamou de não ser consultado sobre a contratação de Dória logo na chegada do jogador, fator vital para minar o futuro do zagueiro no clube. Agora no Tricolor, ele explicou o que viveu durante os últimos cinco meses.
– Quando cheguei, fui comprado pelo presidente e ele (Bielsa) não foi consultado. Ele ficou chateado por ser treinador do time. No meu modo de pensar, quis provar que não precisava me utilizar. Ele não dava espaço. É o jeito dele. Não sou eu que vou mudar. Só falou para eu trabalhar. Quem conversava mais comigo eram os auxiliares, que ficavam sem jeito. Ele é bom, sim. Mas vou responder de uma forma meio grossa: não quero falar dele, porque ele não queria falar de mim. Ele falava: "pergunta para o Dória" – disse.
O defensor contou ter se apoiado na família para suportar o tempo de inatividade pelo time principal. Chegou, inclusive, a pensar ter desaprendido a jogar futebol. Ainda assim, Dória mostrou bom humor para falar sobre essa situação. E revelou um temor no São Paulo, onde diz começar de forma diferente por ter a aprovação total do técnico Muricy Ramalho.
– Falei com a minha família: "tenho de me segurar para não ser expulso no primeiro jogo, pela vontade que estou de jogar e de ouvir a torcida". Estou trabalhando muito mentalmente para fazer uma boa estreia e ajudar o São Paulo – disse Dória, que já treina com bola.
Apresentado com a presença de sócios-torcedores do Tricolor, Dória por fim disse que ficaria frustrado caso fique fora de uma eventual final da Taça Libertadores. Como seu contrato acaba no dia 30 de junho, ele pode perder as semifinais e a decisão da competição sul-americana.
O São Paulo e o Olympique de Marselha têm um pré-acordo verbal para prorrogação do vínculo, mas não há nada no contrato. Por isso as partes precisariam conversar novamente para oficializar o assunto. O defensor tem preço fixado em 12 milhões de euros (R$ 37,8 milhões).
Confira os principais trechos da entrevista de Dória:
Inatividade no Olympique
– O que aconteceu lá foi um problema fora de campo. Não comigo. Entre o presidente e o treinador. Eu estava bem, adaptado ao lugar. Estava adaptado à língua e esperava uma oportunidade, mas é uma opção do treinador. Não tenho de me meter nessa parte. Foi uma opção dele e obedeci, porque era empregado do clube. Aqui fui bem recebido pelos torcedores. Agradeço a eles. E também ao Muricy
Perder a final da Libertadores– Com certeza quero jogar, mas não tem só a Libertadores. São três competições para disputar. Todas são importantes. Claro que a Libertadores é o que o clube está visando, mas é da minha vontade, sim, ficar. Vou brigar pelos títulos. Claro que todos querem jogar a final. Se acontecer, quero jogar. Participar de uma campanha brilhante e não jogar a final é decepcionante, mas prefiro pensar jogo a jogo até lá. Não posso falar da final, se nem estreamos ainda.
Condição física: pronto para enfrentar o Santos
– Joguei 90 minutos domingo passado. Sem ser esse último jogo antes de vir. Muitos podem pensar que por não estar jogando no time principal eu estava parado, mas atuei no time B. Fiquei na reserva do principal e jogava pelo time B. Estou em forma. Com certeza (estou pronto para enfrentar o Santos).
Dória treina com bola no CT do São Paulo,
na manhã desta segunda-feira
(Foto: site oficial / saopaulofc.net)
– Quando cheguei, fui comprado pelo presidente e ele não foi consultado. Ele ficou chateado por ser treinador do time. No meu modo de pensar, quis provar que não precisava. Ele não dava espaço para o jogador. É o jeito dele. Não sou eu que vou mudar. Só falou para mim trabalhar. Quem conversava mais comigo eram os auxiliares, que ficavam sem jeito. É bom técnico. Vou responder de forma meio grossa: não quero falar dele, porque ele não queria falar de mim. Ele falava: Pergunta para o Dória.
Como suportou cinco meses sem jogar
– Minha esposa ajudou muito. Às vezes chegava muito triste, por estar atuando no time B. Teve chance de eu poder jogar, mas improvisou outros na minha posição. A torcida pedia bastante para eu jogar, o presidente também. As vezes pensava que desaprendi a jogar futebol, mas todos me apoiavam. Sabia que não era um problema meu"
Muricy aprovou contratação
– Começa de outra forma. Apesar de ser dois jeitos diferentes, eles são muito frios. Até o cara que tem mais moral no clube recebe o mesmo tratamento. Não ficam em cima, falando você é isso ou aquilo. Lá é seco. Estão lá para trabalhar, ganhar o jogo e acabou. Aqui tem mais conversa. Já começa de uma forma melhor.
Ansiedade para estrear pelo São Paulo
– Falei com a minha família: tenho de me segurar para não ser expulso no primeiro jogo, pela vontade que estou de jogar e de ouvir a torcida. Estou trabalhando muito mentalmente para fazer uma boa estreia e ajudar o São Paulo.
FONTE:
http://glo.bo/1DckEkn
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