Esporte Espetacular conversa com técnico Dorival Junior, recém-demitido do Palmeiras, que diz que seu acerto com Paulo Nobre não foi cumprido
O ano de 2014 foi difícil para o técnico Dorival Júnior. Aos 52 anos, ele sofreu com o falecimento do pai, com a doença grave da esposa e terminou o ano convivendo com a ameaça do rebaixamento do Palmeiras, de onde acabou demitido mesmo sem ter caído para a Segunda Divisão (clique no vídeo e veja a reportagem de Mauro Naves).
A decisão da diretoria do Palmeiras surpreendeu
o técnico. Segundo ele, em setembro, foi combinado com o presidente Paulo
Nobre que o treinador só aceitaria comandar o Palmeiras caso permanecesse em 2015.
- Com o Palmeiras eu apenas pedi isso: se tivessem
me trazendo pensando exclusivamente na finalização da competição, eu agradeceria
e, por já ter passado por uma situação dessa, eu não gostaria que a situação se
consumasse – explica.
A missão de Dorival era
evitar o rebaixamento do clube para a Série B. Ele alcançou o objetivo, mas
isso não foi bastante para evitar a demissão.
- Com o objetivo alcançado, é natural que você crie uma
expectativa. Não estou decepcionado, de
maneira nenhuma. Apenas, naquele momento a gente conversou e, quando a gente
conversa com pessoas sérias, não há necessidade de assinar um documento. Pelo
menos eu sempre pensei dessa forma.
Dorival passou por um ano difícil em 2014
(Foto: Reprodução TV Globo)
Os
dirigentes argumentaram que o rendimento de apenas 38% do time sob o
comando do treinador não foi bom e que a permanência na Série A só
aconteceu graças à combinação de resultados na última rodada.
- Valorizo muito o que foi alcançado e conquistado lá,
pois só nós que estamos lá dentro e minha equipe de profissionais e a própria
diretoria sabemos de todos os problemas e dificuldades que enfrentamos.
Dorival e a esposa Valéria (Foto:
Reprodução TV Globo)
Esta não é a primeira
vez que Dorival deixa um clube em meio a polêmica. Em 2010, teve problemas com
Ganso e Neymar quando comandava o Santos. Nada disso, porém, se compara ao
problema pessoal que o técnico vem enfrentando desde maio, quando sua esposa Valéria
foi diagnosticada com um câncer de mama. Quando aceitou comandar o Palmeiras,
em setembro, ele achou que o problema estava superado depois de uma
primeira operação.
- No momento em que eu acertei com o Palmeiras ,já tinha
um ok do grupo médico. A situação mudou completamente, mas eu já estava dentro
do Palmeiras e não seria correto em voltar atrás, ainda que muito preocupado.
Valéria, que vive em Florianópolis,
já passou por cinco operações. E enquanto Dorival cuidava do time, os amigos e
familiares davam apoio a mulher.
- Graças a Deus tive apoio da família de um modo geral, e
alguns amigos de Florianópolis. Eu não fui muitas vezes. Tive ajuda de muitas
pessoas no processo, porque um clube de futebol te exige 24
horas de concentração e preparação.
Ela iniciou o primeiro tratamento na segunda-feira passada.
Ela tem muita força e vai se dar muito bem.
O treinador espera que as dificuldades enfrentadas
dentro e fora de campo não se repitam no ano que vem. Perguntado se 2015
será melhor, ele responde diretamente.
- Não tenha dúvida! 2014 não foi simples, não foi fácil. Mas eu agradeço a
Deus a oportunidade de crescimento de todos nós. E nas adversidades é que nós
crescemos, evoluímos, melhoramos, e nos preparamos pra algo melhor.
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