quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Após saída do patrocinador, risco de desmanche assombra o Fluminense

Apesar de terem contrato, Fred, Conca, Henrique, Rafael Sobis, Walter, Jean, Wagner e Cícero passam a ter futuro incerto nas Laranjeiras


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Rio de Janeiro


Jogadores Fluminense campo (Foto: Richard Souza)Oito jogadores têm vínculo com a Unimed 
(Foto: Richard Souza)


A quarta-feira, dia 10 de dezembro, marca o início de novos tempos no Fluminense. Novos e incertos. Após 15 anos de sucessos, fracassos, carinhos e rusgas, a Unimed deixa o clube e um gigantesco ponto de interrogação paira sobre as Laranjeiras. A pergunta que foi feita várias e várias vezes ao longo da relação agora precisa de uma resposta convincente e rápida do presidente Peter Siemsen. Há vida sem a patrocinadora? O mandatário tricolor concederá entrevista coletiva no fim da manhã desta quinta-feira, às 11h, nas Laranjeiras, para falar sobre o futuro do clube, e o GloboEsporte.transmitirá ao vivo, acompanhando também em Tempo Real.

O clima de incerteza que os atletas viveram ao longo de toda a temporada sobre a continuidade ou não da parceria só piorou com a notícia da ruptura. Sem o aporte financeiro que já lhe deu grandes times e títulos, o Fluminense precisa se reinventar para tentar evitar um desmanche no seu grupo profissional. Buscar alternativas para gerar receitas capazes de manter o processo de reorganização das finanças, a principal bandeira da diretoria, mas garantir um elenco forte e um time competitivo para 2015.


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São oito os jogadores com vínculo com a Unimed: Fred, Conca, Henrique, Rafael Sobis, Walter, Jean, Wagner e Cícero, que passaria a receber direitos de imagem da cooperativa a partir do ano que vem. Os demais já recebem valores que representam de 50% a 80% de seus vencimentos. Caso a empresa não pague, os jogadores teriam de ir à Justiça. O presidente da antiga patrocinadora, Celso Barros, espera que eles busquem outras equipes, o que o livraria da obrigação de cumprir com os pagamentos. 

E é exatamente esse o ponto que mais pode sangrar sem o patrocinador. Ao anunciar o fim do contrato com o clube, Celso deixou em dúvida o futuro de alguns dos principais jogadores do plantel tricolor, já que eles ainda têm contrato de direito de imagem com a empresa. Segundo o GloboEsporte.com apurou, a Unimed não cumprirá os acordos, pois atravessa grave crise financeira. Celso, no entanto, garante que honrará os compromissos:

- Eu garanto: a Unimed vai cumprir todos os seus contratos com os jogadores do Fluminense. Os contratos serão honrados. Mesmo que a parceria tenha sido encerrada, mesmo que a marca da Unimed não esteja estampada no uniforme do clube.

Casos de Fred e Conca são os mais delicados. Sobis não deve ficar
Todos os jogadores citados na reportagem são ou foram titulares do Fluminense em boa parte do ano, formam a base da equipe e estão entre os mais talentosos e experientes. O maior temor, no entanto, cerca dois nomes: o atacante Fred e o meia Darío Conca. 


Contratos acabam em 2015
Fred
Wagner
Walter
Rafael Sobis
Robert

Contratos mais longos
Henrique - 30/06/2016
Conca - 8/01/2017
Jean - 31/12/2017
Cícero - 30/06/2018

A dupla tem o maior salário do elenco. Fred recebe R$ 950 mil, enquanto o argentino ganha R$ 750 mil. O contrato do camisa 9 termina em dezembro de 2015. O de Conca é mais longo: vai até janeiro de 2017. Até lá, a Unimed teria de pagar R$ 7,8 milhões a Fred e R$ 12 milhões a Conca. O centroavante estaria na mira do Cruzeiro, enquanto o camisa 11 tem sondagem de fora do Brasil. 

Disposto a vê-los fora do Fluminense, Celso Barros não dificultaria uma negociação. Vale lembrar: em ambos os casos, a Unimed Participações tem direito a 80% dos direitos econômicos dos atletas. A possibilidade de a dupla se despedir é real e passa a ganhar corpo. 

Quem não deve iniciar 2015 no Fluminense é Rafael Sobis. O atacante tem contrato com o clube até 19 de julho do ano que vem. Ou seja, pode assinar com outra equipe no próximo mês. Segundo o agente do jogador, Jorge Machado, Rafael está em dúvida sobre a sua permanência. No encerramento do Brasileirão, o camisa 23 deixou claro que pode sair e se queixou da falta de estrutura do clube. A diretoria tricolor não fará força para segurá-lo. Sobis recebe R$ 450 mil e uma renovação está praticamente descartada. 

Diego Cavalieri Treino Academia Fluminense (Foto: Nelson Perez / Fluminense F.C. )Diego Cavalieri Treino Academia Fluminense (Foto: Nelson Perez / Fluminense F.C. )


Clube tenta manter Gum e Cavalieri 

Definida a saída da Unimed, o Fluminense agora sabe que não terá ajuda para tentar manter dois de seus principais jogadores. O zagueiro Gum e o goleiro Diego Cavalieri ficarão sem contrato a partir de 31 de dezembro e aguardam uma solução do clube durante as férias.

A negociação com Cavalieri se arrasta há pelo menos quatro meses. Em agosto, a pedida salarial de R$ 500 mil do goleiro assustou a diretoria tricolor, que pisou no freio. Depois, ele reduziu em R$ 100 mil, mas as tratativas pararam por conta do caso Unimed, que pagava direitos de imagem ao jogador. Agora, se quiser segurar o camisa 12, o Fluminense precisará achar uma solução sozinho. Ele já foi sondado por Palmeiras e Santos.

Foi também em agosto que Gum sofreu uma grave lesão. A fratura na perna esquerda o afastou dos gramados e colocou em dúvida sua permanência nas Laranjeiras. Relacionado por Cristóvão Borges na última rodada do Brasileirão, contra o Cruzeiro, ele aguarda uma posição do clube. A renovação, que já foi muito provável, agora é incerta. São muitas as dúvidas em torno do Fluminense e, pelo menos por ora, poucas respostas.


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