quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Presidente do Conselho se opõe e tentará barrar leilão do Brinco de Ouro

Paulo Souza, que preside o Conselho Deliberativo, critica a postura do empresário Roberto Graziano e promete fazer tudo para embargar processo do estádio alviverde


Por
Campinas, SP


Brinco de Ouro, estádio Guarani (Foto: Carlos Velardi/ EPTV)Brinco de Ouro foi a leilão por conta de dívidas trabalhistas do clube (Foto: Carlos Velardi/ EPTV)


A Magnum, parceira do futebol do Guarani, arrematou o Brinco de Ouro em leilão nesta quinta-feira, mas, se depender de um grupo dentro do clube, não terá facilidades para tomar posse do estádio. O presidente do Conselho Deliberativo, Paulo Souza, criticou a manobra da empresa e garantiu que tentará, através de embargo de arrematação e com ajuda da prefeitura de Campinas, impedir o resultado do leilão. Presente ao pregão nesta tarde, o empresário Roberto Graziano, dono da Magnum (empresa especializada em relógios) cobriu a oferta de dois concorrentes (um de Jaboticabal, outro ligado a um sheik árabe) e pagou R$ 44,4 milhões pelo patrimônio bugrino.

O presidente do Conselho se apoia em duas explicações para tentar embargar o resultado. Primeiro, o valor, muito aquém do que realmente vale o complexo do Brinco de Ouro (que o próprio Graziano, em apresentação aos sócios, avaliou em cerca de R$ 320 milhões). O próximo argumento é a existência de duas matrículas cedidas há anos pela prefeitura de Campinas. Para Sousa, os dois fatores invalidam a arrematação do estádio.


– Vamos fazer o possível e o impossível para evitar tudo isso. Não posso deixar o Guarani ser arrematado por R$ 40 milhões. Trata-se de preço vil. Entramos em contato com a prefeitura para tentar embargar. Foi uma tremenda desgraça para o Guarani Futebol Clube, porque vai ficar com a totalidade da dívida e vai perder o patrimônio – afirmou o presidente, ao GloboEsporte.com.

 O Graziano não é filantropo. Ele vai doar R$ 250 milhões para o Guarani? Não vai. Como vai ser esse aporte no futuro? Ele não é o anjo que estão falando. Está indo atrás dos interesses da empresa dele, e eu tenho que ir atrás dos interesses do Guarani
Paulo Souza, presidente do Conselho Deliberativo do Guarani

 Paulo Souza também duvida da boa intenção de Roberto Graziano com o Guarani. Presente na única vez em que o empresário esteve no clube, durante apresentação do projeto imobiliário aos sócios, o conselheiro criticou a postura do dono da Magnum ao arrematar o estádio nesta quinta. Ele também não acredita que a empresa vai completar o aporte financeiro prometido ao clube e teme que o Bugre tenha perdido o seu patrimônio e fique sem condições de pagar dívidas.

– Ele conseguiu ficar com o estádio de graça, sem dar nada ao clube. Com o patrimônio, nós conseguiríamos arrematar a totalidade das nossas dívidas. Agora estamos com a dívida e sem o patrimônio. O Graziano não é filantropo. Ele vai doar R$ 250 milhões para o Guarani? Não vai. Como vai ser esse aporte no futuro? Ele não é o anjo que estão falando. Está indo atrás dos interesses da empresa dele, e eu tenho que ir atrás dos interesses do Guarani. Vamos usar todos os meios possíveis para evitar esse desastre na história do Guarani – completou.

Segundo o presidente do Conselho Administrativo do Bugre, Horley Senna, a tentativa de embargo ameaça a parceria entre Magnum e Guarani para o futebol. Se Paulo Souza tiver sucesso na empreitada, Senna acredita que Roberto Graziano abrirá mão da oferta e romperá com o clube. Neste caso, o Brinco de Ouro seria arrematado pela segundo maior lance. 

- Se o leilão for embargado, o Roberto vai retirar a sua proposta e cancelar a parceria com o clube. Aí, passaria a valer a segunda maior oferta - explicou o mandatário alviverde. 


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Nos bastidores, o presidente Horley Senna sabia que possíveis interessados iriam ao leilão desta quinta-feira para tentar o estádio. Por isso, o cartola requisitou a presença de Roberto Graziano, homem-forte da Magnum e seu amigo pessoal. O temor se concretizou quando empresários da cidade de Jaboticabal e pessoas ligadas a um sheik árabe fizeram os primeiros lances. A disputa, lentamente, durou até chegar aos R$ 44 milhões. Então, Graziano se levantou e formalizou a oferta final: R$ 44,450 milhões. Ninguém cobriu, para alívio dos bugrinos presentes ao pregão.

A quantia, segundo combinado verbal entre clube e empresa em reuniões, é um adiantamento de tudo aquilo que vai ser investido na agremiação. De acordo com projeção apresentada pela Magnum aos sócios, em meados de novembro, o Guarani receberá 14% do valor do empreendimento (estimativa é de R$ 320 milhões) por todo o estádio. Com o pagamento dos R$ 44,4 milhões, o Bugre terá então R$ 276 milhões quando a prefeitura autorizar o projeto. Esse valor será usado para quitação de dívidas fiscais, tributárias e previdenciárias, todas negociáveis diretamente pelo clube. O que sobrar vai para a construção de uma arena multiuso, um Centro de Treinamento e uma nova sede social. Tudo será discutido em assembleia de sócios no futuro.



FONTE:
http://glo.bo/1zAEGRu

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