Empresários desmentem versão do clube e nega que tenha intermediado empréstimo. Caso teve dinheiro devolvido e agora será investigado pela nova gestão alvinegra
O estranho caso da
comissão que o Botafogo pagou por um empréstimo no fim do mandato de Maurício
Assumpção ganhou um novo capítulo sem explicação. O Globoesporte.com
apurou nesta quinta-feira
que o trio de empresários paulistas que, em outubro, emprestou R$ 3
milhões recebeu do clube
um pedido de troca de intermediários - um mês após a quantia ser
transferida para o primeiro "comissionado", o advogado carioca César
Reis.
No sábado, dia 15 de novembro, quase um mês depois de os recursos serem transferidos e de ter enviado o contrato original, o Botafogo pediu aos empresários Thiago Ferro, Marcus Sanches e Fernando Garcia que trocassem o intermediário da transação. O clube enviou aos empresários um novo contrato, substituindo César Reis pela advogada Michelle Cristina Gusman Barreto, também carioca.
Mais de um mês depois de
receber R$ 300 mil em sua conta, César Reis devolveu o dinheiro para o
empresário Marcus Sanchez, que prontamente o repassou para Michele Gusman, a nova
intermediária apontada pelo clube. Procurados pela reportagem em São Paulo, os empresários não quiseram dar
entrevistas. Mas informaram por meio de assessoria de imprensa que
desconhecem Michele Gusman – assim como desconheciam César Reis – e que só
cumpriram nos dois contratos o que o Botafogo indicou.
Em entrevista gravada pelo reportagem no dia 13 de novembro, Reis admitiu ter recebido os R$ 300 mil e repassado a empresas indicadas por Sidnei Loureiro, ex-gerente do clube. O GloboEsporte.com teve acesso ao novo contrato – que traz Michele Gusman como intermediária – e verificou que ele não apenas traz cláusulas idênticas ao anterior, como desmente a versão dada pelo Botafogo no dia 22, segundo a qual a indicação do intermediário havia sido do empresário Thiago Ferro. A única diferença entre os documentos é o nome do intermediário. A cláusula 1.2.2. do contrato é clara:
No sábado, dia 15 de novembro, quase um mês depois de os recursos serem transferidos e de ter enviado o contrato original, o Botafogo pediu aos empresários Thiago Ferro, Marcus Sanches e Fernando Garcia que trocassem o intermediário da transação. O clube enviou aos empresários um novo contrato, substituindo César Reis pela advogada Michelle Cristina Gusman Barreto, também carioca.
Parte do contrato que mostra o pedido de mudança
de intermediário no empréstimo ao Botafogo
(Foto: Reprodução )
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Em entrevista gravada pelo reportagem no dia 13 de novembro, Reis admitiu ter recebido os R$ 300 mil e repassado a empresas indicadas por Sidnei Loureiro, ex-gerente do clube. O GloboEsporte.com teve acesso ao novo contrato – que traz Michele Gusman como intermediária – e verificou que ele não apenas traz cláusulas idênticas ao anterior, como desmente a versão dada pelo Botafogo no dia 22, segundo a qual a indicação do intermediário havia sido do empresário Thiago Ferro. A única diferença entre os documentos é o nome do intermediário. A cláusula 1.2.2. do contrato é clara:
– A indicação das contas bancárias e
determinação de crédito na conta de terceiro é de responsabilidade do BFR,
tendo sido uma determinação expressa do BFR, sem qualquer interferência de
MARCUS, que apenas efetuará os créditos nas contas indicadas.
Primeiro contrato, ainda com Cesar Reis como
intermediário do empréstimo
(Foto: Infoesporte)
Nas cláusulas
anteriores, o contrato determina que o Botafogo deve receber R$ 2,7 milhões, e
Michele, os outros R$ 300 mil, a serem depositados numa conta poupança no Banco
do Brasil. Os empresários acrescentaram que
foram surpreendidos no dia 15 de novembro, quando o clube pediu não apenas a
modificação do contrato – que já havia sido enviado a eles com o nome de César
Reis –, como também a devolução e nova transferência – mais de um mês depois da
transferência inicial.
Nesta quinta-feira, a
nova diretoria do clube informou que foi procurada por Sidnei Loureiro, e
este disse que ocorrera um mal-entendido que seria esclarecido. O
Conselho Fiscal do clube já informou que pedirá todos os esclarecimentos
e documentos aos envolvidos no caso.
CRONOLOGIA
01/09 – O presidente do
Botafogo assina um contrato de empréstimo com o trio de empresários de São
Paulo em que indica o advogado carioca César Reis como intermediário.
13/10 – Marcus Sanchez
transfere R$ 300 mil para a conta de César Reis na Caixa Econômica Federal.
17/10 – Marcus Sanchez
transfere R$ 2,7 milhões para a conta da Companhia Botafogo.
13/11 – O GloboEsporte.com
tem acesso ao contrato e questiona César Reis, que diz ter recebido o dinheiro a
pedido de Sidnei Loureiro – e depois o repassou para três empresas apontadas por este último.
15/11 – O clube entra em
contato com os empresários paulistas pedindo a troca de intermediários no
contrato.
18/11 – César Reis devolve R$
300 mil para Marcus Sanchez
22/11 – O Botafogo informa ao
GloboEsporte.com que não conhece César Reis e que não tem contrato assinado por
ele. Diz também que o responsável pela intermediação é o empresário Thiago Ferro. Sidnei Loureiro diz
que César Reis se confundiu na entrevista falando de "outro negócio" em que
esteve envolvido. A assessoria dos empresários informa que a intermediação no negócio ocorreu a pedido do Botafogo.
24/11 – Questionado em
reunião no Conselho Fiscal, o diretor financeiro do Botafogo diz que só há um
contrato no clube, e nele consta o nome de César Reis.
27/11 – Os empresários informam, novamente através de assessoria, que a intermediação ocorreu a pedido do Botafogo.
FONTE:
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