segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Cecílio pede que Tigre “não baixe a cabeça” apesar de 4ª derrota seguida

Treinador do Criciúma não se abala com resultado negativo em sua estreia e quer que a equipe mantenha-se confiante para tentar escapar da zona de rebaixamento


Por
Criciúma, SC

 

Quando Toninho Cecílio desembarcou no Heriberto Hülse, o discurso era de sair da zona rebaixamento após sete jogos. A oratória não muda, mas são seis jogos para tal. O Tigre “queimou” a chance ao perder por 2 a 1 em casa para o São Paulo. Um jogo que, na visão do treinador, o Carvoeiro poderia ter ganhado. Mas Cecílio gostou da entrega da equipe em sua primeira partida como comandante da equipe e, por conta disso, mandou recado ao elenco para que não esmoreça na luta contra a degola.

- Queria ganhar este jogo, mas não posso baixar a cabeça, e nem os jogadores devem baixar a cabeça. Eles me entregaram uma partida intensa. Estou chegando agora, mas o torcedor está acompanhando este discurso a 32 rodadas. Não vou baixar a cabeça e não quero que alguém a baixe. O profissional vive de bons momentos e também de difíceis. Vamos disputar os 18 pontos que temos e estamos a quatro de sair da zona do rebaixamento. Se ganhasse, estaria um. Mas precisamos construir isso, eu sei que é difícil, é uma responsabilidade do comandante. Vou encontrar argumentos para chegamos fortes diante do Cruzeiro (fora de casa, no próximo domingo), é uma obrigação – disse o treinador, na entrevista coletiva.

Confira a íntegra da entrevista coletiva

Avaliação do jogo
- Entramos com a proposta congestionar o meio e também sair em velocidade, com o Roger pela direita e o Lucca na esquerda. Vi o Criciúma iniciando o jogo desta maneira, criando dificuldades ao São Paulo, que tentava controlar o jogo com troca de passes. Infelizmente houve a contusão do Roger. A entrada do Paulo (Baier) foi importante, quando o coloco é para tentar encostar mais na área de decisão, tirar a responsabilidade de marcação. Ele entrou bem, articulando, mudou a cara da equipe, que ganhou em qualidade, e no aspecto técnico. Perde-se um pouco em intensidade e mobilidade. No momento que levamos gol no primeiro tempo, na maior parte o Criciúma estava se impondo a partida, com força e velocidade, mas tomamos gol no escanteio do Edson. Trabalhamos esta jogada, mas a qualidade do São Paulo nos fez tomar o gol, temos que trabalhar mais ainda. Mesmo sendo treinada, a jogada foi muita rápida e difícil. Entendo que é da característica do São Paulo. A equipe não pode baixar a cabeça, nesta época do campeonato e situação, vamos ficar atentos a isso. No intervalo fio para tentar melhorar a saída no meio, com o Cleber Santana mais atrás e o Maurinho jogando de maneira agressiva. Não vim para perder de pouco, mas para ganhar, eu tinha que arriscar. O Maurinho veio treinando bem, acompanhava ale, é um atleta que Santa Catarine fez um número de gols interessante no estadual, e ele tem qualidade técnica, do drible, a força e a velocidade. Voltamos melhores que o São Paulo e fui com Martinez para ganhar mais qualidade, porque o João Vitor estava desgastado e eu precisava de um homem com lucidez, o que o Martinez tem. Ele erra pouco passe,  joga de cabeça erguida. Crescemos, acho que os três encaixaram bem, tivemos volume e chegamos ao empate. Mas nos causou grande desgaste e o São Paulo botou dois jogadores de velocidade para segurar laterais. Eles fizeram  as jogadas no contra-ataque, acho que faltou um pouco de atenção nossa. O empate não poderia ser desprezado aos 35 do segundo tempo. Temos que ter maturidade de que não pode tomar contra-ataque em casa, que era uma situação que poderíamos evitar. Tomamos gol no cruzamento bem feito e finalização do Kardec. Tenho tentando escalar melhor formação e estratégia de jogo. Perdemos, mas acredito que o Criciúma fez jogo para ganhar a partida. Se olhar o resultado de vitória para o Criciúma não seria anormal. 

Toninho Cecílio Criciúma (Foto: Fernando Ribeiro/criciumaec.com.br)
Toninho Cecílio lembra que ainda restam 18 
pontos a serem disputados (Foto: Fernando 
Ribeiro/criciumaec.com.br)


Atacante e mudanças
- Sempre o treinador pensa nisso. Era 20 minutos do segundo tempo não podia fazer mais uma naquele momento, havia gasto uma por lesão ainda no primeiro tempo. Tive apenas duas para o aspecto técnico e tático. Achei o João Vitor estava desgastado, ainda que bem no jogo, e tinha o Paulo Baier como homem de meio. Se eu coloco um atacante, no caso o Zé Carlos, ficaria com Paulo Baier e Cleber Santana no meio, o que poderia fazer com que a gente tomasse uma goleada. Quer colocar um jogador de área junto com Souza. Mas tenho que agredir e não poderia tomar gols. Estou trabalhando o Zé Carlos para ele entrar bem na hora que puder me ajudar. Acompanhei-o em 2012 e tem presença forte e identificação com clube que não podemos desprezar, além da capacidade de fazer gol. 


Próximo adversário: Cruzeiro
- Pode ser que eu mude a equipe, vou estudar Cruzeiro, ver algumas partidas. Eu não sei adiantar agora e pode ser que entre com mesma estratégia, mas temos o desfalque Rodrigo (Souza, emprestado pelo adversário) e a volta do Cortez. Mas é prematuro para alguma estratégia. Se houver algo para encaixar melhor, devo fazer, dentro do meu conhecimento. Vou estudar bem, trabalhar no limite, vamos mais uma vez começar um estudo para ver o que é melhor para esta partida, ou algo diferente, vamos ver. 

maicon paulo baier Criciúma x São Paulo  (Foto: Getty Images)Paulo Baier entrou na vaga de Roger Gaúcho, machucado (Foto: 
Getty Images)


Roger Gaúcho sai cedo
- Não tive informação do DM ainda, é difícil eu falar, tenho que esperar. Preciso ainda ter esta informação. É um jogador que vai ajudar bastante, foi meu atleta no São Caetano e sei que ele desempenha outras funções. Consegue me ajudar em posições diferente e posso o manipular sem mexer em substituições. Não vou olhar ausência como problema. Vou confiar no grupo. O momento é esse, de estender a mão aos jogadores, porque o resultado foi horrível, a derrota. 


Ponto positivo
- A forma que respeitaram a camisa e o jogo que fizer, tive o time sério. Quero agradecer a eles, me deram isso na minha estreia. Sei que estão muito chateados por não terem dado vitória ao torcedor, mas são profissionais e não abro mão de não ter jogador de cabeça baixa. Sei que o discurso está desgastado, mas vamos em frente. 


Segundo gol, o baque
- No segundo gol nós estávamos próximos de fazer outro. Foi um jogo igual, é ruim tomar quando se está jogando bem. Esse baque precisa ser revertido o quanto antes. Se o São Paulo toma teria o baque também, ao 37 minutos tomar o gol é um baque para qualquer equipe. A gente estava numa briga, e eles sentiriam também. Acho que é dentro da normalidade, reagiram e tentaram, o jogo foi corrido e desgastante. 


Motivar a equipe para o próximo jogo
- Tenho que encontrar o argumento, o primeiro, que não abro mão, é de ser profissional. É uma obrigação para quem vive de 90 minutos. Temos que chegar no jogo de cabeça erguida e forte. Dentro da semana, temos algumas formas, gosto de motivar com argumento, dados e histórias, coisas que vivemos. É possível pela qualidade da nossa equipe. É possível chegar lá e ter uma vitória, vamos atrás de uma vitória contra o líder. 


Gol de bola parada
- Acho que temos que insistir e trabalhar. Mesmo assim temos o risco de tomar o gol. Nós também temos bola parada boa. O cruzeiro teria preocupação maior que bola trabalhada, porque é um time mais leve que São Paulo, de mais mobilidade. O São Paulo tem bola área como ponto forte. Temos que trabalhar mais, não deixar de corrigir o posicionamento. A responsabilidade é toda minha, vou corrigir, chamo isso para mim. Preciso melhorar esta questão, tivemos  um bom comportamento contra São Paulo, mas aquela foi uma bola fatal. Não lembro de termos perdido outras, o segundo gol foi de bola área, mas em movimento. Preciso corrigir sempre e não deixar de dar o treino específico de bola parada.


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