sexta-feira, 14 de março de 2014

Grêmio martela, mas não marca e só empata com Newell's na Arena

Time cria muitas chances de gol no segundo tempo, mas as desperdiça e não tira zero do placar em noite de casa cheia no novo estádio tricolor

CRÔNICA 
 
por Diego Guichard
 
O grupo é o da morte. O adversário, o mais temido na chave mais forte da Taça Libertadores. E as dificuldades que se avizinhavam acabaram se concretizando na noite desta quinta-feira, numa Arena repleta por 43.628 mil torcedores. O Grêmio fez um primeiro tempo ruim, cresceu na segunda etapa, mas não conseguiu sair do 0 a 0 com o bom time do Newell's Old Boys.
O Tricolor saiu de campo com a sensação de que enfrentou o adversário mais forte do grupo. Muito conscientes, os argentinos tocaram a bola com qualidade durante boa parte do jogo. Ao longo da partida, o time de Enderson Moreira encontrou uma forma de atacar e perdeu várias boas oportunidades de gol na segunda etapa. Barcos e Pará desperdiçaram as melhores e não deram ao Grêmio a importante e merecida vitória.
Com o resultado, o Grêmio foi aos sete pontos e se manteve na primeira colocação do Grupo 6. Já o Newell's foi a quatro e divide a segunda colocação com o Nacional de Medellín. Os dois times voltam a se enfrentar na próxima rodada da Libertadores, quarta-feira, às 22h (de Brasília), no caldeirão do El Coloso del Parque.
Newell's toca, Grêmio assiste
Os primeiros minutos de jogo tiveram cara de Libertadores. Catimba argentina, toque de bola do Newell's e muito contato físico. Mas pouco a pouco o Grêmio passou a se impor. Aos cinco minutos, após boa trama com Luan, Zé Roberto saiu na cara de Guzmán e tentou driblá-lo, mas o goleiro argentino deu um tapa e evitou o pior. Um minuto depois, quase um gol antológico. Wendell arrancou da esquerda para o meio, passou por seis jogadores – isso mesmo, seis –, mas foi desarmado antes de entrar de frente para o gol.
Barcos no jogo contra o Newell's (Foto: Wesley Santos/Agência PressDigital) 
Barcos perdeu boas chances contra o Newell's 
(Foto: Wesley Santos/Agência PressDigital)
 
O trabalho de bola do Newell's se mantinha invejável. Muita troca de passes, de pé em pé, mas sem muita objetividade. Quem tinha as melhores ações ofensivas era mesmo o Grêmio. Isso até os 20 minutos, quando os argentinos construíram uma ótima oportunidade. Maxi Rodríguez fez bom lançamento para o jovem Ponce, de apenas 16 anos, que pegou de primeira e mandou na rede pelo lado de fora. A Arena, mesmo que por alguns segundos, emudeceu.

Depois do início insinuante, o Grêmio arrefeceu. Passou a forçar as jogadas com o garoto Luan, que não fez um bom primeiro tempo. Com isso, os argentinos passaram a ficar ainda mais à vontade em campo e quase abriram o placar aos 29. Maxi Rodriguéz, o melhor jogador da etapa inicial, recebeu com liberdade na intermediária e mandou uma bomba. A bola fez uma curva e passou raspando a trave da meta defendida por Marcelo Grohe.

O tempo passou, mas o panorama do jogo não se alterou. O Newell's se assentou em campo e passou a trocar passes com ainda mais naturalidade. O Grêmio não conseguiu mais atacar, não conseguiu dar um chute a gol sequer e parecia torcer pelo apito do árbitro para tentar se restabelecer no vestiário. Quando isso aconteceu, a fala do lateral-esquerdo Wendell comprovou que o time não estava confortável em campo.

– Os caras estão tocando muito a bola, estamos deixando. Isso está nos incomodando. Vamos ter que corrigir isso para voltar e conquistar a vitória – disse.

Um time mais veloz

Com um minuto de segundo tempo, o Grêmio fez algo que não havia feito durante toda a primeira etapa: chutou a gol. Ramiro recebeu com liberdade pela intermediária e arriscou, mas a gola saiu à direita do gol de Guzmán.

Luan domina a bola contra o Newell's Old Boys (Foto: Wesley Santos/Agência PressDigital) 
Luan domina a bola contra o Newell's Old Boys 
(Foto: Wesley Santos/Agência PressDigital)
 
O Newell's não mudou a sua forma de jogar. A impressão que passava é de que jamais mudaria, não importava o placar ou contexto do jogo. Porém, o Grêmio decidiu alterar. Nos primeiros minutos já estava mais agressivo, amparado nas boas arrancadas de Luan. Mas a principal alteração veio mesmo do banco. Dudu entrou na vaga de Riveros e deixou a equipe mais ofensiva. No seu primeiro lance, ele avançou pelo meio e bateu para boa defesa do goleiro.

Dois minutos depois, aos 16, surgiu a melhor oportunidade do Grêmio em todo o jogo. Luan fez boa jogada pela direita e serviu a Pará, que, enfim, acertou um cruzamento. Colocou a bola na cabeça de Zé Roberto, que tocou, mas mandou a bola por cima do gol com muito perigo. Mas o gol não saia. Nem mesmo aquela pressão que deixa o torcedor na iminência de comemorar. Então, Enderson Moreira virou-se ao banco outra vez. Colocou o argentino Alan Ruiz na vaga de Zé Roberto aos 22 minutos.

O time cresceu. Se empolgou. Passou a empurrar o Newell's para o seu campo de defesa e criou boas situações para marcar. Em uma das mais claras, Alan Ruiz fez grande jogada, deu um chapéu no marcador e depois serviu a Barcos. O Pirata, livre, na frente do goleiro, bateu de perna esquerda para fora. Dois minutos depois, um lance inacreditável. Barcos recebeu na área, a zaga afastou e a bola se pfereceu a Pará, que mandou uma bomba. Ela parou no travessão e não entrou. E se não entrou neste lance, não iria mais entrar. O Grêmio seguiu em cima, mas não conseguiu chegar às redes e perdeu os seus primeiros pontos na Libertadores.


 
 
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