sábado, 22 de março de 2014

'Geração Romário': séries A e B do Carioca têm oito xarás do Baixinho

Entre polêmicas e glórias, atacante inspira nomes de jovens jogadores que começam a se projetar para o futebol nos gramados do Rio de Janeiro

Por Rio de Janeiro

romario 1994 (Foto: Cezar Loureiro/Globo)Romário na Copa de 1994: inspiração para batizar os bebês da época (Foto: Cezar Loureiro/Globo)
 
Romário nasceu com a vocação para a eternidade. Durante os anos em que desfilou pelos gramados do mundo, o centroavante ganhou o título de Rei da Grande Área. E alguns destes súditos, encantados com a arte de Vossa "Pequena" Majestade, resolveram agraciá-lo com uma das mais belas homenagens possíveis: o nome do filho. Só entre os atletas das Séries A e B do Campeonato Carioca, estado que o Baixinho fez de reino, oito se chamam Romário - todos nascidos na época em que o craque brilhava nos campos.

Entre eles, o mais emblemático: Romário Barbosa de Oliveira. Também atacante, revelado nas categorias de base do Flamengo, o jogador nasceu justamente no momento da coroação maior do ídolo: 17 de julho de 1994 - data em que o Brasil conquistou a Copa do Mundo nos Estados Unidos. O parto aconteceu durante a final contra a Itália, e o resultado não poderia ser outro: o nome do novo brasileiro, claro, virou homenagem ao herói do tetra.

- Meu pai sempre foi vascaíno doente. Ele gosta muito de futebol e do Romário. O Baixinho é um cara que dispensa comentários dentro de campo. Em 1994 ele acabou com a Copa, levou o Brasil ao título. E minha mãe sempre soube que meu pai era fanático pelo Vasco e que gostava do Romário. Na final da Copa de 1994, minha família estava toda reunida vendo o jogo. Até que a bolsa da minha mãe estourou. Nasci no meio do jogo que consagrou o Romário. Por isso, eu não poderia receber outro nome - disse Romário Barbosa, jogador do Madureira.

Romário, do Madureira, contra o Flamengo (Foto: Fabricio Salvador/Madureira Esporte Clube) 
Romário Barbosa de Oliveira na partida contra 
o Flamengo pelo Carioca (Foto: Fabricio 
Salvador/Madureira Esporte Clube)
 
Nasci no meio do jogo que consagrou o Romário. Por isso, eu não poderia receber outro nome"
Romário Barbosa, jogador do Madureira

Com nome de craque, Romário Barbosa não demorou muito para seguir os passos de quem inspirou seu nome. Logo cedo, se apaixonou pela bola e resolveu trilhar o caminho do futebol. Hoje profissional, o jovem atleta do Madureira, além de carregar o nome, resolveu se espelhar no ex-jogador da Seleção para superar as barreiras da profissão.

- Sempre tive vontade de ser jogador, mas não esperava chegar ao profissional. Mas quando meu pai me deu o nome de Romário, ele meio que me "forçou" a ser jogador. Sempre tive muito incentivo em casa. No começo, quando comecei a trilhar o caminho do futebol, meus pais ficaram meio assustados, com medo de não dar certo. Mas graças a Deus estou conseguindo construir minha carreira. E eu me espelho muito no Romário. Ele também veio de uma família humilde, sem muitas condições. E um dia teve um pensamento como o meu, de sempre dar o melhor em campo - concluiu.

muito além do nome
Nome, sobrenome e localização no gramado. Aos 20 anos, Romário Corrêa de Souza carrega semelhanças com o Baixinho que vão desde a certidão de nascimento até a posição em que atua. Disputando o Campeonato Carioca pelo Boavista, o atacante surgiu definitivamente para o futebol nas categorias de base do Vasco, mesmo clube que projetou o ex-jogador da Seleção.
Ainda vinculado ao time de São Januário, o atleta é mais um dos Romários do estadual do Rio de Janeiro que luta para ganhar destaque nos gramados.

- Eu nasci no dia de Santo Amaro. Só que meu pai é fanático por futebol. Aí minha avó falou para colocar o meu nome de Romário porque toda a minha família é apaixonada pelo Vasco. Eu trabalhava na rua vendendo alface e verduras quando era mais novo. Via meu pai jogar na várzea, lá em Campos dos Goytacazes. Então, comecei a gostar de futebol. Mas meu pai não deixava eu sair de casa. Eu pegava a bicicleta e ia escondido para jogar no Goytacaz. Fiquei no clube um tempo e depois fui para o Americano. Até que veio a proposta do Vasco - recordou.

romario vasco (Foto: Marcelo Sadio/Flickr Vasco)Romário Correia de Souza com a camisa do Vasco, clube que detém os seus direitos (Foto: Marcelo Sadio/Flickr Vasco)
 
Apesar de carregar o nome de um dos maiores jogadores de futebol da história do Vasco, Romário Corrêa de Souza, curiosamente, revela idolatria por outro craque cruz-maltino.

- Apesar de me inspirar muito no Romário, apesar de tê-lo como referência, meu ídolo maior é o Edmundo. Ele tem muito carinho pelo Vasco, conquistou muitos títulos. É um cara que admiro desde pequeno. Até pela ligação da minha família com o clube - concluiu.

romário rubro-negro
comemoração Flamengo Copinha (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)Romário Perelli disputou a Copinha pelo Flamengo (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)
 
Herói de tantas jornadas, Romário de Souza Faria foi idolatrado por onde passou. Hoje, anos depois de o Baixinho ter pendurado as chuteiras, um novo Romário tenta fazer fama nos gramados da Gávea. Mesmo sendo meia, Romário Perelli, aos 19 anos, se espelha naquele que considera o maior de todos quando está de frente para o gol.

- Meu pai era muito fã do Romário, e eu nasci com a Copa de 1994 em andamento. Eu amo jogar futebol, é o meu sonho desde criança. No começo, era mais brincadeira, mas depois eu escolhi que era isso que eu queria para a minha vida. Graças a Deus meus pais sempre me apoiaram nesse sonho. Apesar de não ser da mesma posição que o Romário, sempre que tenho oportunidade de estar em frente ao goleiro me espelho nele. Ele é o cara para mim – disse Romário Perelli.

No Boavista, Romário Santos da Silva é mais um desta lista. No entanto, o nome pode até ser o mesmo, mas as coincidências param por aí. Ao contrário do Baixinho, que escolheu a região entre a meia-lua e a pequena área para brilhar, Romário Silva tem o seu futebol jogado pelos lados do campo. Lateral-esquerdo, onde é conhecido como "Romarinho", o atleta tem passagem pelo único clube grande do Rio de Janeiro no qual o Baixinho não atuou: o Botafogo.

- Meu pai botou meu nome em homenagem ao Romário. Nasci em 1991, antes da Copa de 1994, mas meu ele já era fã do Romário desde os tempos de Vasco. É vascaíno e gosta muito de futebol. Sou de Recife e sempre gostei de futebol também. E meu pai, mesmo morando em Recife, torce pelo Vasco. Meu avô tinha um time de futebol lá e foi onde comecei a jogar. Passava a tarde toda no gramado. Minha mãe até reclamava. Até que fui jogar no Santa Cruz. Cheguei ao Rio com 15 anos. Comecei a jogar de atacante pelos lados, mas tive a oportunidade na lateral e acabei ficando. Tive uma passagem pelo Botafogo e fiz alguns testes no Vasco. Procuro me inspirar no Romário, eu o tenho como um ídolo. Sou muito fã dele - declarou Romário Santos da Silva.

Romarinho, do Boavista (Foto: Léo Borges/NaJogada) 
Lateral-esquerdo, Romário Santos da Silva 
defende o Boavista no Campeonato 
Carioca (Foto: Léo Borges/NaJogada)
 
As fintas desconcertantes e o faro de gol de Romário inspiraram e ainda inspiram muitos nomes pelo Brasil afora. Somente no Campeonato Carioca, oito jogadores homônimos tentam se aventurar com a bola nos pés.

Confira abaixo a lista de todos os “Romários” que estão inscritos no Campeonato Carioca.

Série A
Romário de Oliveira dos Santos – Atacante do Bangu – Nascimento: 20/09/1993
Romário Corrêa de Souza – Atacante emprestado pelo Vasco ao Boavista – Nascimento: 15/01/1992

Romário Santos da Silva – Lateral-esquerdo do Boavista – Nascimento: 12/08/1991
Romário Perelli Pereira Pacheco de Oliveira – Meia do Flamengo – Nascimento: 03/07/1994          Romário Barbosa de Oliveira – Atacante do Madureira – Nascimento: 17/07/1994


Série B
Romário Oliveira Pacheco – Atacante do Angra dos Reis – Nascimento: 20/09/1993
Romário Costa Barroso – Meia da Portuguesa da Ilha – Nascimento: 18/09/1993
Romário Carvalho de Almeida – Meia do Tigres do Brasil – Nascimento: 07/11/1993



FONTE:
http://globoesporte.globo.com/rj/serra-lagos-norte/noticia/2014/03/geracao-romario-series-e-b-do-carioca-tem-oito-xaras-do-baixinho.html

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