Entre polêmicas e glórias, atacante inspira nomes de jovens jogadores que começam a se projetar para o futebol nos gramados do Rio de Janeiro
Romário na Copa de 1994: inspiração para batizar os bebês da época (Foto: Cezar Loureiro/Globo)
Romário
nasceu com a vocação para a eternidade. Durante os anos em que desfilou
pelos gramados do mundo, o centroavante ganhou o título de Rei da
Grande Área. E alguns destes súditos, encantados com a arte de Vossa
"Pequena" Majestade, resolveram agraciá-lo com uma das mais belas
homenagens possíveis: o nome do filho. Só entre os atletas das Séries A e
B do Campeonato Carioca, estado que o Baixinho fez de reino, oito se
chamam Romário - todos nascidos na época em que o craque brilhava nos
campos.
Entre eles, o mais emblemático: Romário
Barbosa de Oliveira. Também atacante, revelado nas categorias de base do
Flamengo, o jogador nasceu justamente no momento da coroação maior do
ídolo: 17 de julho de 1994 - data em que o Brasil conquistou a Copa do
Mundo nos Estados Unidos. O parto aconteceu durante a final contra a
Itália, e o resultado não poderia ser outro: o nome do novo brasileiro,
claro, virou homenagem ao herói do tetra.
- Meu pai
sempre foi vascaíno doente. Ele gosta muito de futebol e do Romário. O
Baixinho é um cara que dispensa comentários dentro de campo. Em 1994 ele
acabou com a Copa, levou o Brasil ao título. E minha mãe sempre soube
que meu pai era fanático pelo Vasco e que gostava do Romário. Na final
da Copa de 1994, minha família estava toda reunida vendo o jogo. Até que
a bolsa da minha mãe estourou. Nasci no meio do jogo que consagrou o
Romário. Por isso, eu não poderia receber outro nome - disse Romário
Barbosa, jogador do Madureira.
Romário Barbosa de Oliveira na partida contra
o Flamengo pelo Carioca (Foto: Fabricio
Salvador/Madureira Esporte Clube)
Com
nome de craque, Romário Barbosa não demorou muito para seguir os passos
de quem inspirou seu nome. Logo cedo, se apaixonou pela bola e resolveu
trilhar o caminho do futebol. Hoje profissional, o jovem atleta do
Madureira, além de carregar o nome, resolveu se espelhar no ex-jogador
da Seleção para superar as barreiras da profissão.
-
Sempre tive vontade de ser jogador, mas não esperava chegar ao
profissional. Mas quando meu pai me deu o nome de Romário, ele meio que
me "forçou" a ser jogador. Sempre tive muito incentivo em casa. No
começo, quando comecei a trilhar o caminho do futebol, meus pais ficaram
meio assustados, com medo de não dar certo. Mas graças a Deus estou
conseguindo construir minha carreira. E eu me espelho muito no Romário.
Ele também veio de uma família humilde, sem muitas condições. E um dia
teve um pensamento como o meu, de sempre dar o melhor em campo -
concluiu.
muito além do nome
Nome,
sobrenome e localização no gramado. Aos 20 anos, Romário Corrêa de
Souza carrega semelhanças com o Baixinho que vão desde a certidão de
nascimento até a posição em que atua. Disputando o Campeonato Carioca
pelo Boavista, o atacante surgiu definitivamente para o futebol nas
categorias de base do Vasco, mesmo clube que projetou o ex-jogador da
Seleção.
Ainda vinculado ao time de São Januário, o
atleta é mais um dos Romários do estadual do Rio de Janeiro que luta
para ganhar destaque nos gramados.
- Eu nasci no dia
de Santo Amaro. Só que meu pai é fanático por futebol. Aí minha avó
falou para colocar o meu nome de Romário porque toda a minha família é
apaixonada pelo Vasco. Eu trabalhava na rua vendendo alface e verduras
quando era mais novo. Via meu pai jogar na várzea, lá em Campos dos
Goytacazes. Então, comecei a gostar de futebol. Mas meu pai não deixava
eu sair de casa. Eu pegava a bicicleta e ia escondido para jogar no
Goytacaz. Fiquei no clube um tempo e depois fui para o Americano. Até
que veio a proposta do Vasco - recordou.
Romário Correia de Souza com a camisa do Vasco, clube que detém os seus direitos (Foto: Marcelo Sadio/Flickr Vasco)
Apesar
de carregar o nome de um dos maiores jogadores de futebol da história
do Vasco, Romário Corrêa de Souza, curiosamente, revela idolatria por
outro craque cruz-maltino.
- Apesar de me inspirar
muito no Romário, apesar de tê-lo como referência, meu ídolo maior é o
Edmundo. Ele tem muito carinho pelo Vasco, conquistou muitos títulos. É
um cara que admiro desde pequeno. Até pela ligação da minha família com o
clube - concluiu.
romário rubro-negro
Romário Perelli disputou a Copinha pelo Flamengo (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)
Herói
de tantas jornadas, Romário de Souza Faria foi idolatrado por onde
passou. Hoje, anos depois de o Baixinho ter pendurado as chuteiras, um
novo Romário tenta fazer fama nos gramados da Gávea. Mesmo sendo
meia, Romário Perelli, aos 19 anos, se espelha naquele que considera o
maior de todos quando está de frente para o gol.
- Meu pai era muito fã do Romário, e eu nasci com a Copa de
1994 em andamento. Eu amo jogar futebol, é o meu sonho desde criança. No
começo, era mais brincadeira, mas depois eu escolhi que era isso que eu queria
para a minha vida. Graças a Deus meus pais sempre me apoiaram nesse sonho.
Apesar de não ser da mesma posição que o Romário, sempre que tenho oportunidade
de estar em frente ao goleiro me espelho nele. Ele é o cara para mim – disse
Romário Perelli.
No Boavista, Romário Santos da Silva
é mais um desta lista. No entanto, o nome pode até ser o mesmo, mas as
coincidências param por aí. Ao contrário do Baixinho, que escolheu a
região entre a meia-lua e a pequena área para brilhar, Romário Silva tem
o seu futebol jogado pelos lados do campo. Lateral-esquerdo, onde é
conhecido como "Romarinho", o atleta tem passagem pelo único clube
grande do Rio de Janeiro no qual o Baixinho não atuou: o Botafogo.
-
Meu pai botou meu nome em homenagem ao Romário. Nasci em 1991, antes
da Copa de 1994, mas meu ele já era fã do Romário desde os tempos de
Vasco. É vascaíno e gosta muito de futebol. Sou de Recife e sempre
gostei de futebol também. E meu pai, mesmo morando em Recife, torce pelo
Vasco. Meu avô tinha um time de futebol lá e foi onde comecei a jogar.
Passava a tarde toda no gramado. Minha mãe até reclamava. Até que fui
jogar no Santa Cruz. Cheguei ao Rio com 15 anos. Comecei a jogar de
atacante pelos lados, mas tive a oportunidade na
lateral e acabei ficando. Tive uma passagem pelo Botafogo e fiz alguns
testes no Vasco. Procuro me inspirar no Romário, eu o tenho como um
ídolo. Sou muito fã dele - declarou Romário Santos da Silva.
Lateral-esquerdo, Romário Santos da Silva
defende o Boavista no Campeonato
Carioca (Foto: Léo Borges/NaJogada)
As
fintas desconcertantes e o faro de gol de Romário inspiraram e ainda
inspiram muitos nomes pelo Brasil afora. Somente no Campeonato Carioca,
oito jogadores homônimos tentam se aventurar com a bola nos pés.
Confira abaixo a lista de todos os “Romários” que estão inscritos no
Campeonato Carioca.
Série A
Romário de Oliveira dos Santos – Atacante do Bangu – Nascimento: 20/09/1993Romário Corrêa de Souza – Atacante emprestado pelo Vasco ao Boavista – Nascimento: 15/01/1992
Romário Santos da Silva – Lateral-esquerdo do Boavista – Nascimento: 12/08/1991
Romário Perelli Pereira Pacheco de Oliveira – Meia do Flamengo – Nascimento: 03/07/1994 Romário Barbosa de Oliveira – Atacante do Madureira – Nascimento: 17/07/1994
Série B
Romário Oliveira Pacheco – Atacante do Angra dos Reis – Nascimento: 20/09/1993
Romário Costa Barroso – Meia da Portuguesa da Ilha – Nascimento: 18/09/1993
Romário Carvalho de Almeida – Meia do Tigres do Brasil – Nascimento: 07/11/1993
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/rj/serra-lagos-norte/noticia/2014/03/geracao-romario-series-e-b-do-carioca-tem-oito-xaras-do-baixinho.html
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