A CRÔNICA
por
GLOBOESPORTE.COM
Numa noite que teve furada de Seedorf e bico de Lodeiro na cobrança de
escanteio, seria muito, muito difícil o Botafogo vencer. Precisando dos
três pontos para não deixar o Cruzeiro disparar na liderança do
Brasileiro, a equipe alvinegra tropeçou em hora péssima e local errado.
Num sábado à noite, no Maracanã, perdeu de 1 a 0, gol de pênalti
polêmico, para uma Ponte Preta que, se pouco chegou ao gol e pode ter
sido beneficiada por um erro de arbitragem, teve ao menos o mérito de se
fechar bem e tentar decidir nos contra-ataques.
Com a terceira derrota seguida - segunda em casa -, o time se mantém com 42 pontos, pode ver a líder Raposa abrir 11 de vantagem e ainda, de quebra, perder a segunda posição na tabela neste domingo, caso o Atlético-PR, com 41, supere o Vitória, em casa. Ou terminar em quarto, se o Grêmio, com 39, bater o São Paulo no Morumbi.
A Ponte Preta, treinada pelo técnico Jorginho, ex-Flamengo, permanece na penúltima colocação, mas, com 22 pontos e um jogo a menos, começa a ter esperanças de reação para escapar do rebaixamento. O gol marcado por Elias deu ao clube a primeira vitória no Maracanã em toda sua história e um alento ao time, que na terça-feira receberá o lanterna da competição, o Náutico, no Moisés Lucarelli. O Botafogo fará o clássico com o Fluminense, quarta-feira, também no Maracanã, em que precisará vencer para quebrar a má fase e reagir na tabela.
9.673 presentes e renda de R$ 260.010, os jogadores do Botafogo campeões da Copa Conmebol em 1993 receberam homenagens da diretoria pelos 20 anos da conquista, que serão completados nesta segunda-feira. Depois do jogo, os atuais atletas eram só tristeza pelo resultado da noite de sábado.
Seedorf, que teve desempenho ruim e saiu vaiado pela torcida, pediu tranquilidade.
- Estamos em segundo. É um momento que a gente tem de refletir, mas com calma. Nossa situação é sempre positiva, visto que estamos brigando lá em cima. Vir de três derrotas não é bom. Esperamos que a gente não perca muitos pontos para o Cruzeiro e fique longe demais, mas não podemos abaixar a cabeça. O Botafogo fez coisas muito boas para pensar que não vai retomar a pegada de antes.
Na Ponte, o volante Fellipe Bastos comemorou o resultado, principalmente por ter sido fora de casa e contra um adversário forte.
- Essa vitória é importantíssima, em cima de um time que está lutando para ser campeão. Com certeza,.temos chances de escapar (do rebaixamento). A gente tem mostrado nos jogos, apesar de ter perdido para o Atlético-PR.
Jogamos fechadinhos contra um time que está lutando para ser campeão. A gente soube jogar, fizemos um gol no primeiro tempo e no segundo só exploramos o contra-ataque.
Vantagem para a Ponte
O Botafogo teve mais posse de bola, foi mais ofensivo, incisivo e mais organizado taticamente. E, mesmo tramando mais jogadas, não conseguiu, nos primeiros 45 minutos, criar uma chance de perigo que fizesse a torcida se empolgar no Maracanã num sábado à noite até então sem grandes emoções.
Aquele toque final, aquela jogada que faz a diferença não existiu no primeiro tempo. A quantidade de passes errados, sem dúvida, contribuiu. Foram 30 dos alvinegros em 45 minutos. O time estava mal tecnicamente. Pouco inspirados, Seedorf e Lodeiro, os grandes responsáveis pelo talento da equipe, pouco produziram. Pela direita, Hyuri também teve raros momentos para empolgar o torcedor. Bem marcado, Rafael Marques arriscou uma bola de fora da área que nem chegou a assustar muito. Até os volantes, Marcelo Mattos e Gabriel, tentavam de longe um bom arremate, sem sucesso. O melhor tiro foi do lateral Edílson, mas Diego Sacoman, bem na partida, como seu companheiro de zaga, Ferron, desviou de cabeça, para escanteio.
Diante de sua posição bem incômoda na tabela - figura em penúltimo lugar -, a Ponte pouco ia ao ataque. O lema era se fechar bem na defesa à espera de um bote. As apostas eram na velocidade de Adaílton. Os laterais pouco se arriscavam a avançar. Até que, aos 41, Artur arrancou pela direita, e, após a entrada de Lima, caiu na área. O árbitro marcou o pênalti, bastante discutível. Elias bateu de canhota quase no meio do gol, mas a bola passou por baixo de Jefferson e morreu no fundo da rede: 1 a 0 para a Macaca, aos 42.
Justo ela, que pouco foi à frente e chegou ao Maracanã apenas para se proteger.
Oswaldo saca Seedorf
O primeiro tempo terminou como uma lição para o Botafogo. Não bastava apenas ter o domínio territorial, a posse de bola. Faltavam brilho e empolgação. A exemplo da partida contra o Flamengo, Seedorf recuou no segundo tempo para ficar mais solto, como um volante que iniciasse as jogadas. A torcida já perdia a paciência, e escolheu o lateral Lima, substituto de Julio César, poupado e no banco, como vítima. Mas o técnico Oswaldo de Oliveira botou Otávio e tirou Hyuri, apagado principalmente após ter levado o terceiro cartão amarelo, que vai tirá-lo do clássico contra o Fluminense.
Jorginho, técnico da Ponte, mexeu logo em seguida, trocando Adaílton
por Adrianinho. A intenção do técnico da Macaca era manter-se ligado nos
contra-ataques, mas com um pouco mais de marcação no meio de campo,
auxiliando os volantes Baraka e Fellipe Bastos. Com isso, o técnico
deixou apenas Rildo na frente, tentando resolver na correria. O camisa
11, apesar de isolado, incomodava a zaga. Mas àquela altura - 15 minutos
do segundo tempo -, o Botafogo pressionava um pouco mais. O goleiro
Roberto já fizera boa intervenção em centro de Lima. Mas Seedorf errava.
Com direito a furada de bola. Oswaldo percebeu e resolveu sacar a
estrela da companhia. Seedorf saiu balançando a cabeça, sem olhar para o
treinador. Em seu lugar, entrou Henrique, com Rafael Marques recuando
para exercer a função do holandês.
Curioso é que Lodeiro também não estava em seu dia. A ponto de jogar um cobrança de escanteio direto pra fora, por trás do gol. O tempo passava, e Oswaldo ainda tentou uma última cartada, com Alex no lugar de Marcelo Mattos. Jorginho já se fechara, trocando Alef por Magal. O Botafogo pressionava, e a guerreira zaga da Ponte sobrevivia aos ataques. O Alvinegro só deu susto com Alex, no último lance. Bom para a Ponte, que conseguiu a primeira vitória no Maracanã em toda sua história.
Com a terceira derrota seguida - segunda em casa -, o time se mantém com 42 pontos, pode ver a líder Raposa abrir 11 de vantagem e ainda, de quebra, perder a segunda posição na tabela neste domingo, caso o Atlético-PR, com 41, supere o Vitória, em casa. Ou terminar em quarto, se o Grêmio, com 39, bater o São Paulo no Morumbi.
A Ponte Preta, treinada pelo técnico Jorginho, ex-Flamengo, permanece na penúltima colocação, mas, com 22 pontos e um jogo a menos, começa a ter esperanças de reação para escapar do rebaixamento. O gol marcado por Elias deu ao clube a primeira vitória no Maracanã em toda sua história e um alento ao time, que na terça-feira receberá o lanterna da competição, o Náutico, no Moisés Lucarelli. O Botafogo fará o clássico com o Fluminense, quarta-feira, também no Maracanã, em que precisará vencer para quebrar a má fase e reagir na tabela.
saiba mais
Antes da partida, que teve 6.272 pagantes,9.673 presentes e renda de R$ 260.010, os jogadores do Botafogo campeões da Copa Conmebol em 1993 receberam homenagens da diretoria pelos 20 anos da conquista, que serão completados nesta segunda-feira. Depois do jogo, os atuais atletas eram só tristeza pelo resultado da noite de sábado.
Seedorf, que teve desempenho ruim e saiu vaiado pela torcida, pediu tranquilidade.
- Estamos em segundo. É um momento que a gente tem de refletir, mas com calma. Nossa situação é sempre positiva, visto que estamos brigando lá em cima. Vir de três derrotas não é bom. Esperamos que a gente não perca muitos pontos para o Cruzeiro e fique longe demais, mas não podemos abaixar a cabeça. O Botafogo fez coisas muito boas para pensar que não vai retomar a pegada de antes.
Na Ponte, o volante Fellipe Bastos comemorou o resultado, principalmente por ter sido fora de casa e contra um adversário forte.
- Essa vitória é importantíssima, em cima de um time que está lutando para ser campeão. Com certeza,.temos chances de escapar (do rebaixamento). A gente tem mostrado nos jogos, apesar de ter perdido para o Atlético-PR.
Jogamos fechadinhos contra um time que está lutando para ser campeão. A gente soube jogar, fizemos um gol no primeiro tempo e no segundo só exploramos o contra-ataque.
Time da Ponte celebra Elias, autor do gol da vitória histórica (Foto: Nina Lima / Agência O Globo)
Vantagem para a Ponte
O Botafogo teve mais posse de bola, foi mais ofensivo, incisivo e mais organizado taticamente. E, mesmo tramando mais jogadas, não conseguiu, nos primeiros 45 minutos, criar uma chance de perigo que fizesse a torcida se empolgar no Maracanã num sábado à noite até então sem grandes emoções.
Aquele toque final, aquela jogada que faz a diferença não existiu no primeiro tempo. A quantidade de passes errados, sem dúvida, contribuiu. Foram 30 dos alvinegros em 45 minutos. O time estava mal tecnicamente. Pouco inspirados, Seedorf e Lodeiro, os grandes responsáveis pelo talento da equipe, pouco produziram. Pela direita, Hyuri também teve raros momentos para empolgar o torcedor. Bem marcado, Rafael Marques arriscou uma bola de fora da área que nem chegou a assustar muito. Até os volantes, Marcelo Mattos e Gabriel, tentavam de longe um bom arremate, sem sucesso. O melhor tiro foi do lateral Edílson, mas Diego Sacoman, bem na partida, como seu companheiro de zaga, Ferron, desviou de cabeça, para escanteio.
Diante de sua posição bem incômoda na tabela - figura em penúltimo lugar -, a Ponte pouco ia ao ataque. O lema era se fechar bem na defesa à espera de um bote. As apostas eram na velocidade de Adaílton. Os laterais pouco se arriscavam a avançar. Até que, aos 41, Artur arrancou pela direita, e, após a entrada de Lima, caiu na área. O árbitro marcou o pênalti, bastante discutível. Elias bateu de canhota quase no meio do gol, mas a bola passou por baixo de Jefferson e morreu no fundo da rede: 1 a 0 para a Macaca, aos 42.
Justo ela, que pouco foi à frente e chegou ao Maracanã apenas para se proteger.
Oswaldo saca Seedorf
O primeiro tempo terminou como uma lição para o Botafogo. Não bastava apenas ter o domínio territorial, a posse de bola. Faltavam brilho e empolgação. A exemplo da partida contra o Flamengo, Seedorf recuou no segundo tempo para ficar mais solto, como um volante que iniciasse as jogadas. A torcida já perdia a paciência, e escolheu o lateral Lima, substituto de Julio César, poupado e no banco, como vítima. Mas o técnico Oswaldo de Oliveira botou Otávio e tirou Hyuri, apagado principalmente após ter levado o terceiro cartão amarelo, que vai tirá-lo do clássico contra o Fluminense.
Seedorf tem atuação apagada e é substituído por Henrique (Foto: Nina Lima / Agência O Globo)
Curioso é que Lodeiro também não estava em seu dia. A ponto de jogar um cobrança de escanteio direto pra fora, por trás do gol. O tempo passava, e Oswaldo ainda tentou uma última cartada, com Alex no lugar de Marcelo Mattos. Jorginho já se fechara, trocando Alef por Magal. O Botafogo pressionava, e a guerreira zaga da Ponte sobrevivia aos ataques. O Alvinegro só deu susto com Alex, no último lance. Bom para a Ponte, que conseguiu a primeira vitória no Maracanã em toda sua história.
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