Boullier fala de Hulkenberg, admite crise financeira, mas garante que nome será escolhido por méritos. Dirigente também comenta saída de Raikkonen
Eric Boullier, chefe da Lotus (Foto: Getty Images)
- Ambos são muito velozes. Felipe está mais no fim da carreira do que no início. Ele quase foi campeão (em 2008) – foi campeão por meia volta! Ele tem muita experiência, o que é muito valioso. Já Hulkenberg é bem cotado no paddock. A questão é se gostaríamos de ser conservadores e trabalhar com um piloto experiente – especialmente com os novos motores e sistemas de energia do próximo ano – ou se apostaremos em um jovem? – ponderou.
Perguntado o quão valioso seria ter um piloto que já venceu corridas, como no caso de Felipe, que possui 11 vitórias no currículo, Boullier seguiu:
- É verdade que você tem um nível diferente de confiança quando você é um cara que já venceu corridas. Isso está na lista de prós de Felipe – admitiu.
Dirigente falou de Massa e Hulkenberg, concorrentes por uma vaga na Lotus (Foto: Editoria de Arte)
- Terá efeito zero em nossa decisão. Quero escolher um piloto por mérito, não por dinheiro – garantiu.
Boullier, sobre Kimi: 'Situação era parecida ano passado e tudo foi resolvido'
E foi justamente a questão financeira que fez Raikkonen optar por deixar o time. Recentemente, o finlandês admitiu que salários e bonificações atrasados pesaram em sua decisão. Não escondendo o incômodo com o fato de o assunto ter se tornado público, Boullier explicou a situação:
- Bem, agora é de conhecimento público que atrasamos em pagá-lo e ele ficou chateado. Ao gerenciar o fluxo de caixa (não falo de dinheiro em si ou orçamento, que são garantidos pela Genii), é um problema quando você tem custos fixos e quer manter o desenvolvimento. Você tem que decidir onde gastar o dinheiro. Nossos fornecedores e pessoas-chave que desenvolvem o carro foram nossa prioridade, talvez Kimi não fosse. Mas ele estava em uma situação semelhante no ano passado nesse mesmo período e tudo foi resolvido. Ele será pago.
Para Boullier, segurança financeira fez Raikkonen optar por Ferrari (Foto: AFP)
- Foi decepcionante, mas não amargo. Temos que lidar com os fatos. Não podemos viver de expectativas. Adoraríamos manter Kimi e seguir a história legal que construímos nos últimos dois anos, mas temos que lidar com a realidade. A combinação Kimi e Lotus como marca encaixava perfeitamente (tanto dentro quanto fora da pista). Kimi é uma personalidade, um personagem. Ele tem carisma e é veloz aos domingos. Mas nosso plano não é de um ano, temos que olhar para os próximos cinco anos. Então sua saída não é tão crucial - minimizou.
Boullier também especulou os motivos para Kimi acertar com a Ferrari, equipe que deixou no fim de 2009 pela porta dos fundos para abrir espaço para Fernando Alonso, seu futuro companheiro em 2014.
- Minha aposta é que ele queria mais segurança, sim, mas também há elementos de vingança. Mostraram a porta a ele no passado e agora o chamam. Mas isso é apenas suposição. É melhor perguntar para ele.
'Joga pedra' na Genii...
O dirigente tratou também de dizer que a crise que o time passa é menor do que aparenta e aproveitou para alfinetar a Genii, grupo financeiro que controla a equipe:
- Veja em algumas outras equipes: na RBR e na Mercedes, essas companhias patrocinam os times. A Genii tem uma estratégia diferente: eles emprestam o dinheiro. É parte da estratégia que parceiros se juntem à equipe para que a Genii recupere seus investimentos. Então, 70% da dívida da Lotus vem da Genii. Amanhã, eles podem escrever dizendo que o dinheiro é um patrocínio, e aí então nossa dívida será drasticamente reduzida. Nossa dívida é similar a da maior parte das equipes. Se a Mercedes, por exemplo, disser que o dinheiro investido em Brackley é somente um empréstimo, então sua dívida com o time será muito maior que a nossa – explicou.
Eric Boullier e Gerard Lopez, o co-fundador da Genii e dono da equipe Lotus (Foto: Getty Images)
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