Eleito o melhor estrangeiro do Campeonato Búlgaro, meia diz que badalação subiu à cabeça e lembra jogada 'Foi um recurso na hora, me vi apertado e fiz'
Com apenas 16 anos, ele já aparecia para o Brasil com sua habilidade. Inventor de um drible inusitado, a ‘lambreta invertida’, Vander foi personagem principal de matéria do "Esporte Espetacular", em 2004 (assista no vídeo ao lado). Na base do Flamengo desde os oito, o meia-atacante, no entanto, não vingou na equipe carioca. Vander, que subiu para o profissional em 2009, não teve oportunidade com o então técnico Cuca. Rodou por equipes pequenas do Brasil e parou no Botev Plovdiv, da Bulgária.
Aos 24 anos, o jogador reconhece que faltou maturidade no início da carreira.
- Faltou oportunidade e também maturidade da minha parte. Sei que se eu jogasse me sairia muito bem, mas o extracampo pesou pelo meu jeito de ser. A badalação, por já ter contato com jogadores do profissional, subiu um pouco à cabeça, mas as pessoas exageravam. Não era como falavam.
Com 24 anos, Vander (E) tenta dar a volta por cima no Botev Plovdiv, da Bulgária (Foto: Arquivo Pessoal)
- Eu lembro do dia da reportagem. Foi num domingo, e estávamos jogando contra o Olaria. Nessa época, atuava no Flamengo, e quando vi o pessoal da Globo lá nem acreditei. O lance aconteceu do nada na primeira vez, não foi uma ideia que eu tive antes. Foi um recurso na hora, me vi apertado pelo adversário, e na hora fiz. Saiu perfeito e eu fiquei marcado como inventor do drible.
Até chegar à Bulgária, Vander foi levado por Romário para o América-RJ logo após deixar o Fla. Depois, passou pelo futebol mineiro antes de deixar o Brasil. Jogou no Democrata de Governador Valadares e no Ipatinga (atual Betim), onde foi autor do gol que marcou o acesso do clube à Série B, em 2011. Uma contusão, no entanto, quase o fez abandonar o futebol, e a proposta búlgara foi considerada fundamental na sua carreira.
- Fiz um belo campeonato na Série C, fiz inclusive o gol do acesso. Tive um problema no joelho, fiquei seis meses sem jogar, mas um diretor do clube que estou viu meus jogos e gostou. Quando eu estava praticamente recuperado, ele me fez a proposta, e agarrei essa oportunidade – contou.
Vander foi premiado após ótima temporada, sendo o único estrangeiro eleito entre os dez melhores do Campeonato Búlgaro 2012/2013. Já adaptado, ele revela que não teve propostas para se naturalizar e diz que só planeja um retorno ao Brasil dentro de cinco ou seis anos. O meia-atacante ainda aponta as diferenças que sentiu no futebol do país em relação ao brasileiro.
Quarto agachado da esquerda para a direita, Vander era promessa no Flamengo (Foto: Arquivo Pessoal)
O Botev Plovdiv terminou na quarta colocação do último campeonato, mas a vaga para a Liga Europa "caiu no colo" após o CSKA Sofia, terceiro, desistir da disputa devido aos graves problemas financeiros que atravessa. O time de Vander estreia contra o Astana Kazajo, do Cazaquistão, e o brasileiro mostra confiança.
- A expectativa é muito boa. Com as contratações que chegaram, estamos com grandes chances de sermos campeões nessa temporada. Na Liga Europa, podemos surpreender. Nosso time tem um estilo de jogo um pouco diferente do que costumamos ver e isso pode surpreender muito. É uma equipe que tem muita paciência e joga em cima do adversário. Gostamos de jogar com a bola, tanto dentro quanto fora de casa – analisou.
Habilidade com a bola Vander tinha desde os temposdo Flamengo, em 2004 (Foto: Arquivo Pessoal)
- Eles têm dado oportunidade para outros jogadores, não-búlgaros, jogarem. Antes eram muito fechados para isso, agora vêm aprendendo muito.
A seleção da Bulgária ocupa a segunda colocação no Grupo B das eliminatórias europeias para a Copa de 2014, com 10 pontos, atrás apenas da Itália, que tem 14. No momento, está classificada para a repescagem, deixando para trás seleções como a Dinamarca e a República Tcheca.
*Texto do estagiário Thiago Benevenutte sob supervisão de Márcio Mará
FONTE:
http://www.blogger.com/blogger.g?blogID=4193150885514913552#editor/target=post;postID=491982397584339314
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