Atacante revela ajuda de colegas e pedido da mãe para trocar de uniforme com o argentino, se diz confiante na vaga e afirma que é outro 'taticamente'
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O PSG está em situação delicada na Liga dos Campeões. Nesta
quarta-feira, precisará vencer o poderoso Barcelona no Camp Nou para
avançar à semifinal (ou empatar a partir por 3 a 3). Seria esse o maior
triunfo, até o momento, da passagem de Lucas
pela equipe francesa. Mas, pelo menos, o atacante já tem outro prêmio
do confronto contra os catalães: o uniforme de seu ídolo. Na semana
passada, o brasileiro deixou o Parque dos Príncipes com o empate e a
camisa 10 de Lionel Messi.Como nada contra o Barça é fácil, conseguir a recordação também foi uma novela. A camisa de Messi foi um pedido da mãe de Lucas, que teve ajuda de dois “empresários”: o lateral-esquerdo Maxwell, seu companheiro no PSG, e o lateral-direito Daniel Alves, um dos melhores amigos do argentino no time espanhol.
- O Maxwell jogou com ele, eles são amigos. Ele pediu para o Messi trocar comigo, e ele aceitou numa boa. Como ele saiu no intervalo, eu pedi para o Daniel Alves, que disse que estava tudo certo. No fim do jogo, o Daniel levou a camisa do Messi para mim, e pegou a minha para dar a ele - explicou o atacante em entrevista ao GLOBOESPORTE.COM.
- Apesar de todas as dificuldades, é o nosso país, o país que a gente ama, conhece a cultura, e só esse entusiasmo de falar a língua portuguesa nos motiva ainda mais. Jogar no Brasil será uma inspiração grande.
Confira a entrevista completa abaixo:
GLOBOESPORTE.COM: Enfrentar o Barcelona foi a realização de um sonho, talvez um dos maiores no futebol europeu?
Lucas e Thiago Silva comemoram o empate do
PSG contra o Barça na última terça (Foto: Reuters)
PSG contra o Barça na última terça (Foto: Reuters)
Você disse que está aprendendo muito. Em que seu futebol mais melhorou até agora?
Aprendi bastante na parte tática, melhorei meu posicionamento. Tenho que jogar sem a bola, né. Aqui cobram muito, todo mundo tem de marcar, fazer sua função dentro de campo. No Brasil aposta-se muito na qualidade técnica, e a parte tática fica um pouquinho de lado.
E o Ancelotti é um cara paciente para te ensinar tudo isso? A relação com ele é boa?
Ele é uma pessoa muito bacana, do bem, tem paciência para falar o que quer que eu faça. A gente usa bastante os brasileiros para me ajudarem na comunicação quando não entendo o que ele fala, mas é uma pessoa excelente.
A situação do PSG é difícil na Liga. A classificação é possível?
Aquela ansiedade de jogar contra o Barcelona, viver um sonho de criança, passou no primeiro jogo. Deu para tirar um pouquinho do nervosismo. Agora é entrar com a cabeça mais tranquila. Eles têm uma grande equipe, são favoritos, mas a gente tem elenco para vencer, passar à próxima fase. Vamos nos concentrar bastante, focar no jogo. Será mais um jogo da minha vida.
E o Messi? Como foi enfrentá-lo?
Ele é diferente, não é a toa que foi eleito quatro vezes o melhor do mundo. Sou fã dele, é meu ídolo, muito rápido, forte, pega a bola e vai sempre em direção ao gol com muita qualidade. Foi uma honra enfrentá-lo.
Lucas persegue Jordi Alba: atacante diz ter evoluído taticamente no futebol europeu (Foto: Reuters)
A qualidade de conduzir a bola muito próxima do pé e a força quando arranca. É muito difícil parar, ele não cai, vai sempre em direção ao gol com dribles curtos. É muito imprevisível.
Então você torce para ele não se recuperar a tempo de jogar na quarta?
(risos) Se ele puder ficar fora iria nos ajudar. Ele é um astro, um ídolo, um gênio. Se ele jogar, espero que não esteja tão inspirado.
E você ficou com a camisa dele?
Pois é, consegui pegar. Minha mãe pediu, e eu também já queria. Comentei com o Maxwell, que jogou com ele, é amigo, e pedi para ele falar com o Messi, que aceitou numa boa. Como ele saiu no intervalo, pedi para o Daniel Alves, que disse que estava tudo certo. No fim do jogo, o Daniel levou a camisa do Messi para mim, e pegou a minha para dar a ele.
Então o Messi também está com a sua?
Carlo Ancelotti ao lado de Leonardo: italiano foi
elogiado por Lucas (Foto: Reprodução / Site Oficial)
elogiado por Lucas (Foto: Reprodução / Site Oficial)
Além da parte tática, que diferenças você destaca do futebol europeu para o brasileiro?
A estrutura dos estádios. É tudo organizado, certinho, as pessoas ficam bem próximas do campo. Não tem a violência que existe ainda entre torcidas no Brasil, com ônibus apedrejados, quebrados. O gramado é bem ralinho, sempre molhado. O clima é diferente, estava muito frio, agora já tem até sol. Sem falar que o estádio está sempre lotado com 40 mil pessoas, isso torna cada jogo muito emocionante.
E a torcida tem gritado seu nome em todos os jogos. Você sente esse carinho?
É verdade, eu sinto, e estou muito surpreso com isso. Apesar de já estar adaptado, não totalmente, eu não esperava por isso tão rapidamente. Tenho muito a melhorar ainda, mas gritam meu nome nos estádios, nas ruas. Havia uma expectativa muito grande na época da transferência, e estou conseguindo conquistar cada um aos poucos. É um carinho enorme, e me deixa muito contente.
Falta o primeiro gol, não é? Está ansioso?
Fica sempre a ansiedade de marcar o primeiro gol na Europa, na Liga dos Campeões, no Campeonato Francês, e poder comemorar com a torcida. Mas o importante é a equipe vencer, e eu conseguir ajudar. Na hora certa vai sair. Toda hora é boa, mas logo vai sair, e aí vai abrir a porteira.
Lucas com Leonardo em evento da fundação 'Gol de letra' no domingo (Foto: Divulgação / Site oficial do PSG)
Sem dúvida, está se aproximando. É difícil, ainda faltam alguns jogos, mas temos tudo para sermos campeões, e coroarmos essa nova era do PSG, que não conquista um título faz tempo. Seria maravilhoso chegar campeão, quero ganhar tudo que disputo.
Quais as melhores e piores coisas de se morar em Paris?
Jogar no Brasil será uma inspiração grande"
Lucas, sobre a Copa das Confederações
A Copa das Confederações, mesmo fora de São Paulo, pode te ajudar a matar essa saudade?
Sem dúvida. Seja onde for, espero estar lá para matar a saudade de estar com nosso povo. Apesar de todas as dificuldades, é o nosso país, o país que a gente ama, conhece a cultura, e só esse entusiasmo de falar a língua portuguesa nos motiva ainda mais. Jogar no Brasil será uma inspiração grande, sabendo que teremos a torcida do nosso lado, com mais cobrança também, mas poderemos fazer bons jogos com a empolgação da torcida.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/liga-dos-campeoes/noticia/2013/04/lucas-corre-atras-ganha-camisa-de-messi-mas-torce-para-idolo-nao-jogar.html
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