Com poucas horas de descanso, grama
sintética e desfalques importantes, Verdão tem tradição no torneio como
trunfo para começar bem nas oitavas
Por Alexandre Lozetti
Tijuana, México
Verdão vai atuar no gramado sintético do estádio Caliente nesta terça-feira (Foto: Alexandre Lozetti)
Foram mais de 15 horas em aeroportos e aviões até a delegação do
Palmeiras chegar a Tijuana, pouco mais de 24 horas antes da partida. A
equipe ainda teve de reconhecer a temida grama sintética do estádio
Caliente, onde vai atuar nesta terça-feira. De quebra, desfalques
importantes ficaram no Brasil, como o artilheiro Leandro, que não está
inscrito, e meia Valdivia e o goleiro Fernando Prass, que estão
lesionados. Por fim, o Verdão ainda terá pela frente um time que, apesar
de ter terminado em segundo no seu grupo, fez mais pontos na fase
anterior, e impôs ao campeão Corinthians sua única derrota na
Libertadores nas últimas 20 partidas.
Num clima de “contra tudo e contra todos”, o Palmeiras aposta na
tradição para conseguir um bom resultado diante do Tijuana no primeiro
jogo das oitavas de final da competição continental. Tradição de um
clube que já participou da competição 15 vezes, e foi campeão em 1999,
enquanto o adversário desta noite foi fundado apenas em 2007. São 99
anos de história contra seis. Fator que pode não decidir, mas o técnico
Gilson Kleina e seus comandados querem fazer pesar dentro de campo.
Mesmo na Série B do Campeonato Brasileiro, fato ressaltado pela
imprensa mexicana, o Palmeiras é respeitado como um grande no país do
primeiro duelo. Até porque, segundo os jornais locais, “os clubes
brasileiros estão acostumados a colocar fim ao sonho dos mexicanos”.
Além do bom time do Tijuana, o Verdão terá de superar uma viagem
desgastante. Após conseguir marcar os jogos para as datas que gostaria, a
diretoria não conseguiu reservar lugares em vôos com maior
antecedência, chegando ao local somente na tarde de segunda-feira.
A grama sintética também será inimiga. Fernando Prass, goleiro titular,
já havia tido uma experiência com esse tipo de piso quando atuava em
Portugal. E nem com isso o Verdão poderá contar, já que ele teve uma
luxação na clavícula e será substituído por Bruno. Por fim, o
retrospecto negativo fora de casa é mais um trauma a ser superado.
Até agora, foram três derrotas em três jogos como visitante na
Libertadores: contra Tigre na Argentina, Libertad no Paraguai, e
Sporting Cristal no Peru. A partida diante do Tijuana terá início às
22h30 (horário de Brasília), 18h30 no fuso horário da cidade mexicana. O
árbitro será o uruguaio Martín Vasquez, auxiliado pelos compatriotas
Mauricio Espinosa e Marcelo Costa. O GLOBOESPORTE.COM acompanha todos os
lances do confronto em tempo real.
Tijuana: a formação dos Xolos para o início das
oitavas de final não deverá ter surpresas. O argentino Antonio Mohamad
mandará a campo Saucedo, Nuñez, Gandolfi, Aguilar e Castillo; Pellerano,
Arce e Corona; Martínez, Riascos e Moreno.
Palmeiras: o técnico Gilson Kleina vai promover o
retorno de Kleber ao time titular, e escalar Tiago Real no meio-campo.
Apesar de ter treinado como volante durante a semana, Henrique vai
formar dupla de zaga com Maurício Ramos. O Verdão vai entrar em campo
com Bruno; Ayrton, Maurício Ramos, Henrique e Marcelo Oliveira; Marcio
Araújo, Charles, Wesley e Tiago Real; Vinícius e Kleber.
Tijuana: o lateral-esquerdo Garza tem uma lesão
muscular, e trabalha para estar à disposição do treinador na partida de
volta, dia 14, no Pacaembu.
Palmeiras: Vilson, Fernando Prass, Leandro Amaro e
Patrick Vieira estão machucados, assim como Valdivia, que poderia ter
retornado, mas voltou a sentir uma lesão na coxa direita na semana
passada. Leandro e Léo Gago não estão inscritos porque já atuaram pelo
Grêmio.
Tijuana: apesar
da fama e do visual de Martínez, o “Neymar equatoriano”, e de Moreno já
ter vencido a Libertadores contra o próprio Palmeiras, em 2000, quando
atuava pelo Boca, o grande destaque da fase de grupos foi Riascos. Forte
e veloz, ele preocupa por seus chutes e jogadas de infiltração.
Palmeiras: Kleber volta a atuar na Libertadores depois
de perder um gol inacreditável diante do Tigre, nos últimos minutos, e
antes de o Palmeiras levar o gol argentino. Com a confiança de Gilson
Kleina mesmo depois de perder pênalti na decisão contra o Santos, será o
responsável por segurar a defesa do Tijuana atrás.
Nuñez, lateral-direito do Tijuana: “O
Palmeiras é um rival muito complicado, assim como todos os brasileiros.
Vai ser uma partida muito difícil, mas esperamos conseguir um bom
resultado aqui para cravarmos a classificação no Brasil.”
Gilson Kleina, técnico do Palmeiras: "Já
conversamos bastante no hotel e na vinda para cá. Não podemos voltar do
México em desvantagem. Vamos buscar a vitória e, se não der, temos de
trazer o empate. Qualquer vantagem será importante. Será o momento da
superação, mas temos a obrigação de fazer a nossa parte, agora que
estamos em apenas uma competição."
* O duelo desta terça-feira será o primeiro entre as equipes.
* O Palmeiras já disputou 73 partidas como visitante na Taça
Libertadores da América. O desempenho é o seguinte: 27 vitórias, 12
empates e 34 derrotas, com 101 gols marcados e 105 sofridos.
* O Tijuana será o segundo adversário mexicano que o Verdão enfrentará
no torneio. Em 2000, a equipe enfrentou o Atlas nas quartas de final e
obteve duas vitórias, por 2 a 0 e 3 a 2.
* Brasileiros e mexicanos duelaram em 64 ocasiões na Libertadores. A
vantagem é verde e amarela, com 32 triunfos, 12 empates e 20 derrotas.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/libertadores/noticia/2013/04/palmeiras-aposta-na-camisa-para-bater-grama-cansaco-e-tijuana.html