quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Grêmio patina na chuva e perde pela 1ª vez na Arena: 2 a 1 para Huachipato

Barcos estreia com gol e boa atuação, mas não é o suficiente para ofuscar os erros defensivos do time de Luxemburgo na Libertadores


 A CRÔNICA

por Hector Werlang


Era um jogo de extremos. O Grêmio turbinado por quatro reforços e entusiasmado pela classificação nos pênaltis diante da LDU. O Huachipato, sem três titulares, e em crise: sem vitória e sem gol marcado no Campeonato Chileno, do qual é o atual campeão. Mas, amigo, Libertadores é diferente. O Tricolor jogou mal encontrou um rival dedicado e eficiente. Resultado: patinou na chuva que caiu em Porto Alegre e perdeu na estreia da fase de grupos, o primeiro fracasso na Arena, após duas vitórias: 2 a 1.

O revés determinou o mau começo do projeto de ser tri da América. É o terceiro na Chave 8, sem ponto. Tem a sua frente o próprio Huachipato, líder, e o Fluminense. Atrás, o Caracas. Os dois primeiros avançam às oitavas de final.

As duas equipes voltam a campo na próxima quarta-feira. O Tricolor desafia o Fluminense enquanto o Huachipato recebe o Caracas. O primeiro é às 22h, o segundo às 19h45m.


grêmio huachipato barcos (Foto: Lucas Uebel/Grêmio FBPA)Barcos estreou com gol na Arena (Foto: Lucas Uebel/Grêmio FBPA)

Filme de terror

Com quatro caras novas, o Grêmio não se achou. Pareceu perdido em campo. As estreias de André Santos, Adriano e Barcos além do retorno de Cris (recuperado de problema muscular na panturrilha direita) não surtiram o efeito esperado de aumentar a qualidade. Pior: o desentrosamento ficou evidente. Os três treinos da semana, que determinaram as saídas de Alex Telles, Fernando e Marcelo Moreno, respectivamente, não foram suficientes. Foi a tônica do primeiro tempo.

O Huachipato, atual campeão do Chile, tratou de aproveitar o contexto


Com os jogadores bem postados atrás e uma marcação invejável, jamais permitiu a entrada de jogadores rivaism sua área. E, apostando na velocidade de Brian Rodriguez, levou perigo nos contragolpes. Nem parecia estar em crise (perdeu dois e empatou um no campeonato nacional sem marcar um único gol) e com três desfalques (Merlo, Claudio Muñoz e Reyes).

Não demorou para criar oportunidades. A primeira, aos cinco minutos, foi um chute de fora da área de Sandoval, defendido por Marcelo Grohe.


Falcone, aos 12, só não marcou, da pequena área, pois teve a finalização bloqueada por André Santos. Era o indício de gol, que saiu aos 16. Brian Rodriguez avançou pela direita e cruzou. Falcone, livre, só completou: 1 a 0.

A adversidade abalou o time e o estádio. Passes errados, chutões e um time mal posicionado fizeram a torcida reclamar. Nenhuma jogada combinada, nenhuma tabela, o reflexo de um time sem conjunto, geraram poucas, mas existentes, vaias. Além dos gritos de ‘Fernando’ abafaram o incentivo. Só aos 33, em chute de fora de área de Elano, o Grêmio ameaçou. O goleiro Veloso espalmou. Só não ficou pior pois Grohe fez duas defesas em chutes de Brian Rodriguez, o segundo ao ganhar de Saimon na velocidade e finalizar de dentro da área.

Apagão no estádio, apagão no time

No intervalo, faltou luz na Arena. Os refletores do lado Leste ficaram apagados por quase todos os 15 minutos. O sistema elétrico voltou a funcionar momentos antes de o jogo ser reiniciado. O apagão se refletiu no time.

Com Marcelo Moreno no lugar de Adriano, Luxa apostou no esquema com três atacantes. Mas... foi o Huachipato quem marcou. Contreras cruzou da direita, e Brian Rodriguez marcou de cabeça. Um lindo gol, aos cinco minutos. O atacante se antecipou a Cris e finalizou ao chão, no lado contrário a Grohe: 2 a 0 e indício de tragédia.

O Grêmio teve o mérito de reagir rápido. Uma confusão na área do Huachipato resultou em pênalti. Contreras, literalmente, defendeu com as mãos chute de Barcos. O centroavante pegou a bola, deslocou o goleiro e descontou. A comemoração com gesto típico do Pirata teve a companhia de uma modesta avalanche, celebração proibida por autoridades e Conmebol, entre os corredores das cadeiras atrás do gol no Setor Sul.

Foi o sinal para o técnico Jorge Pellicer entrar em ação. Ele lançou mão de Nunez, um volante, e adotou o sistema de duas linhas de quatro. Eram, então, oito jogadores a bloquear as ações tricolores. Deu certo. Basta ver que só aos 25 Zé Roberto foi lançado e, dentro da área, chutou por cima na saída de Veloso.

Luxa fez a sua cartada final. Sacou André Santos e Vargas para as entradas de Marco Antonio e Welliton. Zé Roberto virou lateral-esquerdo. O Grêmio continuou com mais posse de bola, mas sem força para concluir. Teve em Barcos um atacante voluntarioso. Teve em Zé um oásis. Que cruzou, após driblar três, para Welliton empatar, mas a bola saiu. Aos 40.

O Grêmio perdeu. A primeira derrota na Arena, no seu terceiro jogo – ganhou o amistoso contra o Hamburgo e a partida diante da LDU, pela pré-Libertadores. Terá de se recuperar fora de casa.



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