Técnicos fazem duelo à parte na Arena Concórdia, em Campinas. Evitam olhares, cumprimentam-se rapidamente e não comentam reconciliação
Um aperto de mão no início, outro por obrigação ao final da partida e
ponto final. Para quem esperava um reencontro tenso, polêmico ou
caloroso, o primeiro duelo entre Bernardinho
e José Roberto Guimarães na Superliga Feminina de vôlei foi até
decepcionante. Frio seria o termo mais apropriado. Durante a vitória do
Rio de Janeiro por 3 a 1 sobre o Campinas, na noite desta terça-feira,
na Arena Concórdia, os dois treinadores evitaram até mesmo a troca de
olhares durante as quase duas horas de confronto e pouco quiseram
comentar o assunto após a partida.
- Não vou falar sobre isso - disse Zé Roberto, irritado com a
repercussão do caso e com a insistência dos jornalistas em perguntar
sobre o encontro.
- Achei absolutamente normal, nada de mais. Só vamos falar do jogo - resumiu Bernardinho, mais calmo pelo resultado positivo.
Comandantes das seleções brasileiras masculina e feminina nos três últimos Jogos Olímpicos (2004, 2008 e 2012), Bernardinho e Zé Roberto mostraram qual seria a tônica do duelo antes da partida. No primeiro contato entre as comissões técnicas, durante o aquecimento das atletas, um caminhou em direção ao outro e estendeu a mão. Cumprimento recíproco, mas sem olhares e palavras. O que se repetiu no fim, com um breve aceno com as cabeças.
Muito pouco para quem esperava um indício de reaproximação. Zé Roberto, em sua chegada ao Campinas, teria se mostrado disposto a acertar os ponteiros com o ex-amigo - com quem cortou relação nas Olimpíadas de 2004 por uma discussão com a levantadora Fernanda Venturini, mulher de Bernardinho. O próprio Bernardinho, que a princípio se mostrou incomodado, disse que teria conversado com o desafeto normalmente se fosse procurado. A intenção, porém, ficou só no discurso dos dois.
Quase trombada é o máximo de contato
Claramente incomodados com os assuntos ligados aos dois, Bernardinho e Zé Roberto se evitaram durante todo o primeiro set. Com a bola girando, não trocaram olhares e nenhuma vez reclamaram do time adversário: a estratégia era mesmo esfriar o já tão quente duelo. O único encontro foi no estilo. Avesso a reclamações, Zé Roberto assumiu uma postura de Bernardinho, que, famoso pelos gestos espalhafatosos em quadra, manteve-se calmo durante o jogo inteiro.
Depois de tanto se evitarem no primeiro set, os dois quase se esbarraram na troca de lados. Bernardinho, tenso com a partida, logo rumou para o banco de reservas adversário para se preparar para a segunda parcial. Zé, ainda de costas, distribuia broncas às suas jogadoras pelos erros. Quando virou, o tricampeão olímpico deu de cara com o desafeto. Quase houve uma trombada, o que seria cômico depois de tanto esforço para evitar qualquer tipo de contato. Mas ficou no quase. Sem olhares mútuos, eles se esquivaram e seguiram caminhos opostos.
Vitória deixa Bernardinho leve, e Zé Roberto irritado
Os rivais tiveram reações bem diferentes no segundo set, ambas baseadas nos desmepenhos de suas equipes. Com a vantagem obtida na primeira parcial, Bernardinho apenas orientou as comandadas, que lideravam o placar naturalmente. Já Zé Roberto não se continha de tanta insatisfação pelo excesso de erros do Campinas. Em uma das jogadas, quando Suellen não conseguiu a defesa, o técnico até completou o lance, com uma batida forte que levou a bola para longe.
Os erros diminuíram com o tempo, mas ainda causaram alguns chiliques de Zé Roberto na beira da quadra. Quando Campinas encostou no placar, o time se perdeu e entregou pontos ao Rio de Janeiro em erros de fundamento, fato que fez o tricampeão olímpico atravessar a quadra cabisbaixo e, novamente, evitando olhar para Bernardinho.
Aperto de mãos rápido encerra duelo particular
Rio de Janeiro comprovou o melhor momento nesta noite apenas no quarto set - Campinas venceu o terceiro, de virada. Apesar de sair atrás, manteve a tranquilidade e logo recuperou a ponta no placar. Bernardinho esboçou reclamações com o próprio time, assim como Zé Roberto. Cada um à sua maneira, às vezes invertendo a postura, mas sem qualquer indício de reaproximação.
Com ambos de cabeça quente após o jogo (mais Zé Roberto, pela primeira derrota na Superliga), o último encontro foi a síntese de um relacionamento que, claramente, nunca mais será o mesmo. Apesar dos discursos não contrários a uma reconciliação, nenhum deles tomou a iniciativa de romper a barreira. E ficou assim: um rápido toque das mãos e caminhos opostos, como se fossem meros desconhecidos. Talvez, a esta altura da vida, de fato sejam
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/sp/campinas-e-regiao/noticia/2012/11/bernardinho-x-ze-roberto-encontro-gelado-termina-sem-reaproximacao.html
Zé Roberto e Bernardinho, durante partida entre Campinas e Rio de Janeiro (Foto: Carlos Velardi / EPTV)
- Achei absolutamente normal, nada de mais. Só vamos falar do jogo - resumiu Bernardinho, mais calmo pelo resultado positivo.
Comandantes das seleções brasileiras masculina e feminina nos três últimos Jogos Olímpicos (2004, 2008 e 2012), Bernardinho e Zé Roberto mostraram qual seria a tônica do duelo antes da partida. No primeiro contato entre as comissões técnicas, durante o aquecimento das atletas, um caminhou em direção ao outro e estendeu a mão. Cumprimento recíproco, mas sem olhares e palavras. O que se repetiu no fim, com um breve aceno com as cabeças.
Muito pouco para quem esperava um indício de reaproximação. Zé Roberto, em sua chegada ao Campinas, teria se mostrado disposto a acertar os ponteiros com o ex-amigo - com quem cortou relação nas Olimpíadas de 2004 por uma discussão com a levantadora Fernanda Venturini, mulher de Bernardinho. O próprio Bernardinho, que a princípio se mostrou incomodado, disse que teria conversado com o desafeto normalmente se fosse procurado. A intenção, porém, ficou só no discurso dos dois.
Bernardinho orienta jogadoras: sem indício de
reaproximação (Foto: Luiz Doro / Adoro Foto)
reaproximação (Foto: Luiz Doro / Adoro Foto)
Claramente incomodados com os assuntos ligados aos dois, Bernardinho e Zé Roberto se evitaram durante todo o primeiro set. Com a bola girando, não trocaram olhares e nenhuma vez reclamaram do time adversário: a estratégia era mesmo esfriar o já tão quente duelo. O único encontro foi no estilo. Avesso a reclamações, Zé Roberto assumiu uma postura de Bernardinho, que, famoso pelos gestos espalhafatosos em quadra, manteve-se calmo durante o jogo inteiro.
Depois de tanto se evitarem no primeiro set, os dois quase se esbarraram na troca de lados. Bernardinho, tenso com a partida, logo rumou para o banco de reservas adversário para se preparar para a segunda parcial. Zé, ainda de costas, distribuia broncas às suas jogadoras pelos erros. Quando virou, o tricampeão olímpico deu de cara com o desafeto. Quase houve uma trombada, o que seria cômico depois de tanto esforço para evitar qualquer tipo de contato. Mas ficou no quase. Sem olhares mútuos, eles se esquivaram e seguiram caminhos opostos.
Zé Roberto não gostou da atuação da equipe nesta
terça-feira (Foto: Felipe Christ/Amil/Divulgação)
terça-feira (Foto: Felipe Christ/Amil/Divulgação)
Os rivais tiveram reações bem diferentes no segundo set, ambas baseadas nos desmepenhos de suas equipes. Com a vantagem obtida na primeira parcial, Bernardinho apenas orientou as comandadas, que lideravam o placar naturalmente. Já Zé Roberto não se continha de tanta insatisfação pelo excesso de erros do Campinas. Em uma das jogadas, quando Suellen não conseguiu a defesa, o técnico até completou o lance, com uma batida forte que levou a bola para longe.
Os erros diminuíram com o tempo, mas ainda causaram alguns chiliques de Zé Roberto na beira da quadra. Quando Campinas encostou no placar, o time se perdeu e entregou pontos ao Rio de Janeiro em erros de fundamento, fato que fez o tricampeão olímpico atravessar a quadra cabisbaixo e, novamente, evitando olhar para Bernardinho.
Aperto de mãos rápido encerra duelo particular
Rio de Janeiro comprovou o melhor momento nesta noite apenas no quarto set - Campinas venceu o terceiro, de virada. Apesar de sair atrás, manteve a tranquilidade e logo recuperou a ponta no placar. Bernardinho esboçou reclamações com o próprio time, assim como Zé Roberto. Cada um à sua maneira, às vezes invertendo a postura, mas sem qualquer indício de reaproximação.
Com ambos de cabeça quente após o jogo (mais Zé Roberto, pela primeira derrota na Superliga), o último encontro foi a síntese de um relacionamento que, claramente, nunca mais será o mesmo. Apesar dos discursos não contrários a uma reconciliação, nenhum deles tomou a iniciativa de romper a barreira. E ficou assim: um rápido toque das mãos e caminhos opostos, como se fossem meros desconhecidos. Talvez, a esta altura da vida, de fato sejam
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/sp/campinas-e-regiao/noticia/2012/11/bernardinho-x-ze-roberto-encontro-gelado-termina-sem-reaproximacao.html
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