sexta-feira, 20 de abril de 2012

Santos acorda no fim, bate o The Strongest e avança em primeiro

Errando muito, Peixe, de uniforme novo, marca apenas aos 40 e aos 42 do segundo tempo contra o time boliviano na Vila Belmiro
A CRÔNICA
por Marcelo Hazan
 
Foi sofrido. A torcida do Santos teve de esperar até os 40 minutos do segundo tempo para gritar o primeiro gol. Na estreia do uniforme azul-turquesa, o Peixe teve futebol muito abaixo da média e penou durante quase toda a partida para furar a defesa do fraco The Strongest. Quando o fez, conseguiu 2 a 0, com Alan Kardec e Neymar, e garantiu a primeira colocação do Grupo 1 da Libertadores.

Agora, o Alvinegro pega outro boliviano, o Bolívar, nas oitavas de final. As datas previstas pela Conmebol são 2 e 9 de maio, sendo que o Peixe decide a vaga em casa - o problema será jogar a primeira partida na altitude de La Paz, a 3.600 metros acima do nível do mar. O The Strongest, por sua vez, está eliminado, já que o Internacional ficou na segunda posição, com oito pontos.

O Santos volta agora suas atenções para o Campeonato Paulista. Buscando o terceiro título consecutivo, o que não alcança desde os anos 60, pega o Mogi Mirim pelas quartas de final, em jogo único, domingo, na Vila Belmiro. Se vencer, pega o melhor do duelo entre São Paulo e Bragantino.

Neymar Santos x The Strongest (Foto: Gustavo Tilio / Globoesporte.com)Neymar sofreu com a dura marcação do The Strongest na Vila (Foto: Gustavo Tilio / Globoesporte.com)
De azul-turquesa, um Peixe sem identidade
Irreconhecível. Sem a pegada e a rapidez de sempre, o Santos versão "azul-turquesa" decepcionou no primeiro tempo. Sem o tradicional branco, parecia que os jogadores do Peixe não se achavam em campo.
Dependente principalmente de bolas paradas e cruzamentos na área, o Alvinegro ameaçou em lances esporádicos. Com os 11 atrás da linha da bola, os bolivianos, saudados por um número razoável de torcedores na Vila Belmiro, defendiam-se como dava.
No marasmo do Peixe, até Neymar esteve pouco inspirado. O craque produziu uma ou outra jogada, mas sem a intensidade tradicional de quando está nos seus dias normais. Desta forma, os encarregados por criarem as melhores chances foram Borges e Edu Dracena.
O camisa 9 protagonizou três bons momentos para o Peixe: chute de fora em jogada bem tramada com Juan, bomba no travessão, após toque de cabeça de Edu Dracena, e desvio de cabeça para defesa de Vaca, goleiro boliviano.
Neymar, de falta, chegou a ameaçar, assim como Elano em finalização de fora da área, mas tudo já no fim da primeira etapa. O The Strongest, por sua vez, só arriscava chutes de muito longe. No mais, apenas rondou a área do Peixe, sem acertar o último passe. Pouco futebol para os dois lados.

Santos (Foto: Gustavo Tilio / Globoesporte.com)Elano voltou a ser titular, mas teve atuação apenas regular (Foto: Gustavo Tilio / Globoesporte.com)
No fim, Peixe reaparece e vence
A primeira jogada do Santos no segundo tempo deu a impressão de que as prováveis broncas de Muricy Ramalho haviam surtido efeito no intervalo. Pela esquerda, Juan achou Ganso, e o camisa 10 finalizou com classe, obrigando Vaca a fazer boa defesa. O que se viu no restante da etapa final provou que o lance foi só um lampejo.
Curiosamente, os contra-ataques passaram a ser as melhores chances do Santos. No mais perigoso deles, Neymar perdeu gol incrível. Adriano retomou a bola e enfiou ótimo passe para o craque. Livre, ele arrancou do meio de campo até o gol de Vaca sem marcação, tentou encobrir o adversário, mas errou na direção, para desespero da torcida.
Ganso passou a recuar e buscar o jogo na zaga, tentando melhorar a qualidade na saída de bola do time. Nem mesmo a eficiência do camisa 10 tornou o time mais produtivo. Os diversos passes errados irritaram o torcedor. E também Muricy, que mexeu na equipe.
Descontente, o treinador promovou três alterações, uma delas por obrigação: Alan Kardec no lugar de Henrique (deslocando Adriano para a lateral direita), Ibson substituindo Arouca, com lesão muscular, e Felipe Anderson na vaga de Elano.
A troca de peças não significou mudança prática de postura, e o The Strongest ia se segurando na defesa com os 11 jogadores atrás da linha da bola. Alan Kardec teve chance de ouro aos 37 minutos, com a bola pingando perto da pequena área, mas isolou. Neymar sofreu sete faltas e gerou vários amarelos, mas não conseguia decidir. Marchesini, zagueiro do The Strongest, se destacava na marcação.
Quando a angústia tomava conta de todos e dava nó na garganta do torcedor pelo empate, Alan Kardec salvou. O predestinado atacante reserva aproveitou cruzamento de Neymar, pela esquerda, e cabeceou para o fundo da rede, aos 40 minutos. Enfim, o alívio.

Dois minutos depois, veio o golpe de misericórdia. Neymar, pela esquerda, escapou em velocidade, deslocou Vaca com um tapa de direita: 2 a 0. No sufoco, o Peixe garantiu a primeira colocação do Grupo 1.

FONTE:
http://globoesporte.globo.com/jogo/libertadores-2012/19-04-2012/santos-the-strongest.html


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