quarta-feira, 28 de março de 2012

Dupla ressalta a importância de focar em um objetivo por vez e afirma que disputar muitas partidas contra Juliana e Larissa ajuda no treinamento

Por Helena Rebello Saquarema, RJ
 
Talita e Maria Elisa formaram a parceria em 2009 com um objetivo claro: brigar por medalha nos Jogos de Londres. Desde então, a dupla se consolidou no cenário internacional e, mesmo à sombra de Juliana e Larissa, chega ao ano olímpico com moral e confiante de que tem condições de alcançar o pódio na Inglaterra. Para fazer bonito na terra da Rainha, as atletas trabalham de olho primeiro no Circuito Mundial, competição que vêem como uma prévia dos Jogos de Londres.

- Já fiz um ciclo olímpico antes e, o que aprendi, é fazer um passo de cada vez. Não adianta pensar lá em Londres vamos jogar muitos torneios até lá. Até porque esses torneios vão dar uma base de segurança para o time. É quase uma matemática exata. Vamos jogar contra muitos times que estarão nas Olimpíadas no Circuito. Se formos bem nesse caminho, vamos chegar bem lá. Mas, se atropelarmos esse processo e só pensarmos em ficar bem lá, isso pode gerar algo errado no meio do caminho – analisou Talita, que em Pequim terminou em quarto lugar, ao lado de Renata.

A sul-mato-grossense vê esta edição do torneio como mais dura do que as anteriores que disputou ao lado de Maria Elisa. Isto porque as parcerias tendem a chegar na melhor forma física e técnica no ano dos Jogos.

Talita e Maria Elisa Vôlei de Praia Saquarema (Foto: Otávio Furtado / Usina da Comunicação)Maria Elisa (esq.) e Talita treinam em Saquarema (Foto: Otávio Furtado / Usina da Comunicação)
- Os times já estão mais entrosados, bem treinados, então o nível vai lá para cima. O ano pós-olimpíadas tem muita troca de time, os times diminuem um pouco o ritmo para aguentar outro ciclo. E, mais perto das Olimpíadas já, todos estão se preparando. Nós estamos nos preparando desde 2009 para isso e sentimos que vai ficar mais intenso, que a concentração, a briga pelo querer vai ficando maior quando vai chegando o objetivo. Com certeza os outros estão no mesmo ritmo. Fica mais difícil para todo mundo.
Caçula da dupla, Maria Elisa chega pela primeira vez às Olimpíadas com a vaga praticamente na mão. Aos 28 anos, a atleta de Resende, no interior do Rio de Janeiro, admite que a cobrança neste temporada é maior, mas se baseia nos bons resultados conquistados ao lado de Talita para acreditar em um 2012 com bons frutos.

Talita e Maria Elisa Vôlei de Praia Saquarema (Foto: Otávio Furtado / Usina da Comunicação)Maria Elisa capricha na manchete durante treino
(Foto: Otávio Furtado / Usina da Comunicação)
- Desde 2009 tenho essa pressão natural, o assunto é esse desde lá. Ela (Talita) sempre deixou claro que essa era um ciclo olímpico meu e dela. Então já vinha trabalhando a pressão, que é até gostosa porque é um objetivo muito bom. Claro que esse ano tem um ritmo diferente, mas como fomos bem todos esses anos, administramos bem esses resultados pelos anos que estamos juntas, pelas participações no Circuito Mundial. Acho que podemos ir bem e concluir o ano bem nas Olimpíadas.

As maiores adversárias das duas no caminho rumo aos títulos dos principais torneios do ano são velhas conhecidas. Juliana e Larissa, atuais líderes do ranking da Federação Internacional de Vôlei (FIVB) e hexacampeãs do Circuito Mundial, vão buscar em Londres o único título que falta à parceria.

Para Talita e Maria Elisa, o contato constante com as compatriotas no Circuito Brasileiro é bom para as duas duplas, já que cada partida se transforma em um treinamento de alto nível para as competições no exterior.

- É um privilégio não só tê-las contra a gente como ter todas todas as outras do Circuito Brasileiro. É o melhor circuito do mundo. Mas é claro que jogar contra elas exige uma concentração absurda. Um erro define um jogo. Nos exige ao máximo. Lá fora é pedreira, tem americanas, chinesas, agora tem holandesas, italianas, alemãs. Se não entrarmos em todos os jogos com concentração como se fosse contra elas, contra Walsh e May, sabemos que podemos perder. Ter isso sempre no Circuito Brasileiro é um excelente treinamento. Para elas também, porque os jogos têm sido duros, e todas chegam mais treinadas no Circuito Mundial.


Kessy, Ross, juliana, Larissa, Talita, Maria Elisa (Foto: Divulgação/FIVB)Kessy, Ross, Juliana, Larissa, Talita e Maria Elisa: briga boa entre as brasileiras (Foto: Divulgação/FIVB)
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