Há dez anos, brasileiro bateu rival russo pela terceira vez em Roland Garros
- É difícil jogar atrás (no placar) contra um jogador como Gustavo o tempo todo. Se você dá liberdade, ele é como Picasso. Ele faz esquerda na paralela, esquerda cruzada, tudo - disse, logo depois da derrota, ainda na sala de entrevistas do torneio francês.
- O que ele fazia com a bola de tênis era impressionante. Pra chegar ao ponto de ele trazer isso em pauta, me comparar a um gênio como foi Picasso... Esse nível de comparação para mim é imensurável porque é um cara que entende, que sabe o que fala e, depois, é um cara que fez demais também, que eu admirei muito. Então isso tem um valor enorme. Na época, eu não parava para pensar assim: "é tão boa a minha jogada assim ou não?". Eu tenho que resolver o meu problema de ir lá e ganhar do cara. Só pensava nisso. Mas hoje dá uma sensação mais aprofundada, de entender aquilo.
Na conversa que teve com o GLOBOESPORTE.COM na sede de sua empresa, em Florianópolis, Guga lembrou de como seu técnico Larri Passos mostrava vídeos de Boris Becker e de como seu backhand viajava em trajetórias incomuns.
- A minha esquerda, a bola fazia assim, para fora, com a curva para o outro lado (gesticulando, mostrando uma paralela com leve efeito para a esquerda). A bola ia abrindo. Eu lembro que quando o Larri começou a visualizar a minha esquerda, ele tentava demonstrar a que o Becker fazia. Ele pegava mais chapado, mas a bola saía com esse ângulo para fora. Eu começava a ver minhas bolas fazendo assim. Do nada, eu jogava um ângulo que a bola quase saía da quadra. Então (a comparação com Picasso) tem um valor que é imensamente maior nessas coisas, mas no momento para mim não servia para nada. Naquela hora, ele falando isso, eu falava "legal", mas que venha o Ferrero. Se eu perder pro Ferrero, não me interessa Picasso, Da Vinci, Miró ou qualquer outro. É bom, mas não resolve o meu problema.
O espanhol Juan Carlos Ferrero, seu maior rival no saibro em 2001, seria o próximo adversário, nas semifinais de Roland Garros/2001. A história desse jogo fará parte da série "Memórias do Tri", que comemora o aniversário de dez anos da terceira conquista do catarinense no Grand Slam francês.
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FONTE:
http://globoesporte.globo.com/tenis/noticia/2011/06/memorias-do-tri-batido-kafelnikov-afirma-que-guga-e-o-picasso-do-tenis.html
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