Deco critica indefinições no Flu: ‘Falta serenidade para trabalhar’

Luso-brasileiro admite que relação com patrocinador permite saída em comum acordo e comenta relação com Fred: ‘Sou pago para cumprir ordens’

Por Cahê Mota e Edgard Maciel de Sá Rio de Janeiro

Deco na reapresentação após eliminação na
Libertadores (Foto: Wallace Teixeira/ Photocamera)

A voz se manteve serena como de costume, mas o incômodo com a forma como as coisas têm sido conduzidas no futebol do Fluminense em 2011 estava evidente nas palavras de Deco em entrevista coletiva na tarde desta terça-feira, nas Laranjeiras. Pouco depois do anúncio de Sandro Lima como novo vice-presidente de futebol, o luso-brasileiro reclamou das constantes mudanças no comando do departamento em pouco mais de quatro meses e relacionou o primeiro semestre frustrante à falta de tranquilidade para trabalhar.
Apesar de começar a resposta dizendo que os atletas não deveriam se meter nas decisões internas do clube, o camisa 20 criticou o entra e sai tanto em cargos administrativos quanto no comando da equipe.
- Os jogadores têm que se limitar a fazer seu papel. Jogar, treinar, cumprir os comandos... Infelizmente, em cinco meses tivemos dois diretores. Era o Alcides, depois o Mário, agora outro... Saiu um treinador, entrou outro que não vai ficar. Falta serenidade para trabalhar. Por mais que respeitemos quem dirige o clube, ficamos meio deslocados. Quanto mais rápido essas coisas forem sanadas, será melhor para o Fluminense.
Deco reforçou também que as indefinições que cercam as Laranjeiras desde o início da temporada têm afetado diretamente o ambiente e reiterou que o nenhum jogador deve ter influência nos bastidores.

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- Tudo reflete no ambiente. Quando as coisas são conturbadas, acaba interferindo. Sei que a diretoria está fazendo o trabalho para entrar no caminho certo e temos tudo para evoluir quando isso acontecer. Nós, jogadores, temos que nos preocupar com o nosso trabalho.
Questionado sobre a relação fria que mantém com Fred no dia a dia, o luso-brasileiro até tentou minimizar dizendo que não é do seu perfil ter qualquer tipo de inimizade no ambiente de trabalho, mas deixou claro que “é pago para cumprir ordens e os jogadores não têm a obrigação de ser amigos”.
- Não tenho mais idade para ficar com picuinha e babaquice. Minha carreira não permite isso. Por todo lugar onde passei, nunca tive problema. Eu me limito a vir fazer o meu trabalho. Sou pago para cumprir ordens. Na minha cabeça não cabe qualquer tipo de frescura. Os jogadores têm que se respeitar no clube. Não têm que ser amigos. Para isso, é necessário ter afinidade. Mas o fundamental é respeito.
Com futuro indefinido nas Laranjeiras, o jogador admitiu ter um acerto verbal com o presidente do patrocinador caso seja melhor para ambas as partes a rescisão de seu contrato, que dura até meados de 2012. Algo que, a princípio, não faz parte dos seus planos.

Na minha cabeça não cabe qualquer tipo de frescura.
Os jogadores têm que se
respeitar no clube. Não têm
que ser amigos. Para isso, é necessário ter afinidade"

Deco

- Não existe um acordo, existe uma relação de respeito. E quando existe isso pode ser tratado o que for. Temos a liberdade para a qualquer momento, quando uma das partes estiver infeliz, poder se expressar.
Por fim, o apoiador, que voltou a negar ter se recusado a entrar em campo diante do Libertad, tratou como fundamentais as definições extracampo para que a equipe possa lutar pelo bicampeonato brasileiro a partir do dia 22, contra o São Paulo.
- O Fluminense tem um bom time, um plantel bom. Infelizmente estamos tendo um primeiro semestre conturbado. O ideal seria se as coisas fossem sanadas para que todos tenham tranquilidade para trabalhar e as coisas possam fluir. Se isso acontecer, vamos lutar para estar entre os melhores do Brasil.
Após Sandro Lima ser confirmado como vice de futebol, o Fluminense corre contra o tempo agora para anunciar a contratação de um gerente executivo, o que deve acontecer ainda nesta semana.

FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/times/fluminense/noticia/2011/05/deco-falta-serenidade-para-trabalhar.html