Neymar, com uma bomba de pé esquerdo, resolveu a parada para o Santos, que, agora, aguarda o vencedor de São Paulo e Portuguesa
A vitória santista foi conquistada com todos os titulares em campo. Muricy Ramalho não quis saber de poupar ninguém para o primeiro duelo das oitavas de final da Taça Libertadores contra o América do México, quarta-feira (21h50m de Brasília), na Vila. A ideia era dar entrosamento a uma formação que só havia sido usada uma vez - na vitória por 3 a 1 sobre o Deportivo Táchira-VEN, quarta-feira passada, no Pacaembu. Deu certo. O Santos mostrou bom futebol no primeiro tempo e poderia ter liquidado a fatura com mais facilidade. Diminuiu o ritmo no segundo e levou alguns sustos, como uma bola na trave. Mas, no geral, mostrou-se superior à Ponte e mereceu a classificação às semifinais do Paulistão.
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A bomba de Neymar
O Santos começou o jogo meio sonolento, perdendo divididas, sem muita movimentação. Assim, era presa fácil para a forte marcação da Ponte Preta. O primeiro lance de perigo do jogo saiu exatamente em uma cochilada da equipe santista. Aos 4 minutos, Arouca entregou a bola de graça para Renatinho, jogador mais perigoso da Macaca. Ele agradeceu o presente, partiu em velocidade em direção ao gol, invadiu a área, armou o chute. Os torcedores santistas fecharam os olhos. O gol parecia certo. Não era. O camisa 10 da Ponte chutou forte, mas Rafael, bem posicionado, defendeu. O camisa 1 ainda deu rebote, mas Renatinho não conseguiu dominar.
A ótima chance desperdiçada abateu os visitantes e fez acordar o poderoso time santista. Jogando como gosta - em velocidade, toques rápidos e curtos, sempre em direção ao gol - o Peixe foi empurrando a Ponte Preta para seu campo e começou a ameaçar. Primeiro numa cobrança de Elano, aos 10. Bruno defendeu em dois tempos. Depois, aos 13, quando Neymar recebeu de Ganso pela esquerda e chutou com perigo. A bola passou raspando a rede pelo lado de fora.
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O gol santista parecia inevitável. A Ponte não era nem arremedo do papão de gigantes que foi na primeira fase, quando bateu Corinthians, Palmeiras, São Paulo e empatou com o Peixe. Muitos erros de passe, absoluta falta de criatividade e velocidade. E começou a dar espaços para o adversário, o que acabou sendo um erro mortal. Aos 20, Neymar aproveitou uma bobeira da zaga da Macaca, roubou a bola, tocou para Elano e se posicionou para receber na entrada da área, pela esquerda. O passe veio redondo. O astro alvinegro cortou para a perna esquerda e chutou forte, acertando o ângulo direito alto de Bruno. Golaço.
Com o jogo sob controle, o Santos buscou tocar a bola, fugindo das divididas, esperando uma nova brecha para marcar o segundo. A estratégia só não deu certo aos 39 porque Danilo, que arrancou livre pelo meio, demorou para dar sequência à jogada. Ele tinha Neymar pela direita e Zé Eduardo pela esquerda. Optou pelo segundo, mas o toque saiu forte demais. Zé até conseguiu dominar, mas já estava marcado.
Neymar fez o gol do Santos na vitória sobre a Ponte Preta (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)
Como ocorreu no primeiro tempo, o Santos começou preguiçoso, com algumas peças estáticas, fugindo de divididas, sem colocar o pé. Os jogadores da Ponte passavam pelos marcadores santistas como se eles fossem cones. Elano, principalmente, parecia ter desistido do jogo. Ganso, que deveria tirar o Peixe do sufoco, segurando a bola, tentando um passe para desafogar, estava apagado, anulado por Mancuso. Dessa forma, Neymar e Zé Eduardo, isolados lá na frente, só viam a bola de longe.
Veja a lesão de Léo no vídeo acima.
O Santos tinha espaço e conseguia armar jogadas, mas faltava alguém para completar as jogadas armadas por Ganso ou Neymar. Ficou evidente que o Santos hoje não tem um camisa 9 à altura do restante da equipe. Zé Eduardo tem seus lampejos, mas exibe dificuldades para dominar a bola. Após irritar os santistas, ele saiu para a entrada de Keirrison, que manteve o padrão do titular.
Essas chances perdidas despertaram o apetite da Macaca. Aos 34, Rômulo chutou forte de direita e carimbou a trave de Rafael. A Ponte foi para o tudo ou nada. O técnico Gilson Kleina, que já havia colocado Rômulo, tirou ainda o volante Mancuso e o lateral-direito Guilherme para colocar o meia Renan e o ala ofensivo Eduardo Arroz. Ao mesmo tempo em que era mais veloz e ameaçadora, a equipe campineira também tinha um enorme buraco entre a defesa e o meio de campo. Nesse espaço, o Peixe dominava a bola e gastava o tempo.
Aos 44 minutos, a chance para matar o jogo. Ganso, de costas, acertou um lançamento primoroso para Neymar, que arrancou pela direita e cruzou para Keirrison. O atacante estava livre. Era só dominar e chutar para o gol. O domínio foi correto, mas a finalização, não. Por sorte do Santos e azar da Ponte, não havia mais tempo para muita coisa.
Rafael; Jonathan, Dracena, Durval e Léo (Alex Sandro); Arouca, Danilo, Elano (Adriano) e Ganso; Neymar e Zé Eduardo (Keirrison) | Bruno, Guilherme (Eduardo Arroz), Leandro Silva, Ferrón e João Paulo; Mancuso (Renan), Josimar, Gil e Válber; Renatinho e Márcio Diogo (Rômulo). |
Técnico Muricy Ramalho | Técnico Gilson Kleina |
Gols: Neymar, aos 20 minutos do primeiro tempo; | |
Cartões amarelos: Leandro Silva, Válber, Gil (Ponte Preta), Arouca, Danilo (Santos) | |
Local: Vila Belmiro, em Santos (SP). Data: 23/4/11. Árbitro: Rodrigo Braghetto. Auxiliares: Carlos Augusto Nogueira Júnior e Fábio Luiz Freire. Assistentes adicionais: Paulo Roberto de Sousa Júnior e Leandro Bizzio Marinho. Público e renda: 11.225 pagantes/R$ 402.740,00 FONTE: http://globoesporte.globo.com/futebol/campeonatos-estaduais/campeonato-paulista/noticia/2011/04/tecnica-dos-meninos-da-vila-supera-forca-da-macaca-peixe-na-semifinal.html |
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