Neste sábado, contra o Colônia, apoiador do Hamburgo vai completar 330 jogos no Alemão. Brasileiro conta como superou dificuldades no país
Zé Roberto em ação pelo Hamburgo em jogo
válido pela Liga Europa (Foto: Getty Images)
válido pela Liga Europa (Foto: Getty Images)
- É um sonho realizado. Atingir essa marca será como conquistar um Oscar. É importante um brasileiro conquistar essa marca. Não é para qualquer um. Saí do Brasil recém-casado e agora tenho três filhos e prestes a completar essa marca. É maravilhoso - afirmou o jogador.
Na Alemanha, além do Hamburgo, Zé Roberto defendeu as cores do Bayer Leverkusen e do Bayern de Munique. Nas 11 temporadas que disputou na Bundesliga, apenas um hiato: a passagem pelo Santos de junho de 2006 e julho de 2007. A ligação do apoiador com o país é tão grandes que daqui a três meses, pelo tempo que reside no país, já pode tirar a cidadania alemã. Antes de deixar o Brasil rumo ao seu novo destino, porém, as recomendações não foram as melhores.
- Quando eu estava no Flamengo e recebi a proposta de cinco anos de contrato, fui conversar com o Júnior Baiano, que já tinha jogado lá. Ele disse que eu seria louco de de ir para Alemanha, que o povo era racista, a língua era difícil e só comiam carne de porco. Fiquei com medo e por isso dizia para a minha esposa que ficaríamos apenas um ano, que o país serviria apenas de vitrine. Mas criei uma história aqui.
No bate-papo com o GLOBOESPORTE.COM, Zé Roberto falou com carinho do país. O apoiador, que tem contrato com o Hamburgo até o fim de junho, afirmou que vai estudar propostas e que pode até mesmo permanecer na Alemanha. Confira abaixo os principais trechos da entrevista exclusiva do apoiador brasileiro.
GLOBOESPORTE.COM: O Júnior Baiano te deu recomendações do país, mas todas foram superadas em sua passagem pelo país. Já encontrou com o ex-zagueiro novamente para falar sobre o que pensa da Alemanha?
ZÉ ROBERTO: Não vi mais o Júnior Baiano depois dos conselhos que ele me deu (risos). Mas sei que se eu vê-lo, ele vai me chamar de guerreiro. Mas admito, não foi fácil. Passei por várias adversidades. Alcancei essa marca em um país tão complicado porque me adaptei ao local. No Bayer, eu tinha um intérprete e isso ajudou muito. Aprendi a língua no fim do segundo ano. No terceiro, eu já entendia tudo e, no quarto, já falava o alemão. Isso me deu confiança para trabalhar no meu clube.
Mas viveu algum problema de racismo na Alemanha?
ZR: Nunca vivi isso aqui. Os outros estrangeiros que eu conheço também não. Do tempo que eu estou aqui, nunca ouvi nada disso.
O Hamburgo quer renovar, mas ainda não dei uma resposta. Posso voltar ao Brasil, renovar aqui, tem o mundo árabe e os Estados Unidos"
Zé Roberto
ZR: Logo nos primeiros meses, eu precisei comprar alguns produtos para tomar banho, mas estava sem o intérprete. Precisava de um sabonete líquido e achei um frasco bem parecido com aquele que eu usava na época. Saí feliz da vida do mercado, pois tinha conseguido me virar sozinho. Quando eu fui tomar banho e passei o líquido, comecei a ficar todo branco. Em vez de sabonete, eu tinha comprado hidradante. Todos no clube ficaram me chamando de Michael Jackson. Até hoje, quando enfrento o Leverkusen, os roupeiros brincam comigo por conta disso.
Qual foi o jogo mais marcante?
ZR: O mais marcante foi atuando pelo Bayer Leverkusen. Vencemos o O Borussia Mönchengladbach por 8 a 1. Dei umas quatro assistências e fiz dois gols. Um deles foi bem bonito. Mas valeu pelo resultado e pela bela apresentação.
O Santos demonstrou interesse em sua contratação no fim do ano passado. Alguma chance de retornar à Vila Belmiro?
ZR: O interesse surgiu no fim do ano passado e no início de 2011. Eles estavam montando o time e buscando peças no mercado. Conversei com o presidente e disse que não tinha a possibilidade de sair naquele momento, que o meu contrato era até 30 de junho. A partir de agora estou aberto para ouvir propostas. Não descarto essa possibilidade de retornar ao Brasil.
Com o fim do contrato com o Hamburgo, o retorno para o Brasil é certo?
ZR: Existem algumas outras coisas que não são na Alemanha. Posso renovar com o Hamburgo e surgiram alguns interesses. O Hamburgo quer renovar, mas ainda não dei uma resposta. Posso voltar ao Brasil, renovar aqui, tem o mundo árabe e os Estados Unidos.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/futebol-internacional/futebol-alemao/noticia/2011/03/e-como-ganhar-o-oscar-afirma-ze-roberto-sobre-recorde-na-bundesliga.html
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