SPORT
Treinador
chega ao Rubro-negro de olho em conquistas e afirma que vai mostrar
porque é um dos mais vitoriosos treinadores do país nas duas décadas
passadas
Por Rômulo Alcoforado,
Recife
Vanderlei Luxemburgo chegou ao Sport com fome. É assim que o técnico
define seu momento e a forma como encara a oportunidade no Leão: uma
chance de provar que pode voltar a ser o treinador que tantos
consideravam como o melhor do país nas duas últimas décadas.
- Me cobram muito nesses últimos tempos. Acho isso legal. Se estão me
cobrando é porque eu tenho valor. Não adianta ter uma história como a
minha. O pessoal quer que você ganhe de manhã, de tarde, de noite. Eles
querem título. Quero voltar a ganhar porque me incomoda quando esquecem
minha história. Estou motivado, quero e vou ganhar. Querem título? Então
eu vim para o Sport. Quero ganhar e vou ganhar.
Luxemburgo chega ao Recife mirando títulos (Foto: Aldo Carneiro / Pernambuco Press)
O treinador tem altos objetivos no Leão. De curto prazo, como a
conquista de ao menos uma vaga na Libertadores já nesta Série A, que
será a prioridade dele.
- Não foi diferente do que eu imaginava (chegar ao Sport). Centro de
treinamento, proposta de conquistas e objetivo de elevar o patamar do
Sport em nível nacional. Se eu estiver na zona da Libertadores, estou
brigando pelo título.Temos que focar no Campeonato Brasileiro.
O Treinador ressaltou que está disposto a calar os críticos, muitos dos quais afirmaram que ele está ultrapassado.
- Vou cobrar do Sport que pense como eu. Grandeza. Referência do Sport será o campeonato nacional.
Vanderlei Luxemburgo já comanda o Sport nesta quarta-feira contra o Botafogo (Foto: Marlon Costa / Pernambuco Press)
Assista os principais trechos da coletiva de Luxemburgo:
Luxa garante foco total no Campeonato Brasileiro
- Só pode brigar pelo título quem está na classificação para a
Libertadores. Uma coisa de cada vez. Se eu tiver na zona de
classificação, com certeza estou brigando pelo título. Tem os
campeonatos paralelos, que são a Copa do brasil, a sul-americana e a
final contra o Salgueiro.São campeonatos que estão ali para você
disputar. Mas, para mim, conversando com Gustavo (Dubeux,
vice-presidente), o Brasileiro é a grande referência do Sport. Então
temos que focar no Brasileiro.
"Não preciso provar nada"
-
A partir do momento que tiver que provar algo a alguém estou incomodado
com esse alguém. Primeira coisa que tenho que me conscientizar é que,
se sou cobrado, é porque tenho alguma coisa para dar. Tenho que me
cobrar mais ainda. Não tenho que dar justificativa, nem mostrar nada
para ninguém. Eu tenho que mostrar para mim que eu sempre tive
competência. Se eu tiver que mostrar para vocês (imprensa) ou para
alguém que critica, eu estou fora de sintonia. Tenho que mostrar para
mim. E entender que a crítica procede. Estão falando porque sou
vencedor. Senão, não estariam falando nada de mim.
Em campo contra o Botafogo
- Cheguei ao Palmeiras às duas da tarde e entrei em campo às 9h da
noite. Já estou aqui, vou ficar onde? Na arquibancada? Já quero estar
com os jogadores, sofrendo junto com eles para poder ajudá-los de uma
certa maneira com minha experiência. Quero estar lá e poder participar
dessa possibilidade de uma classificação. É muito importante a Ilha
estar a lotada. É a primeira decisão que vou participar.
Mudanças pontuais
-
(O elenco do Sport) Tem bons jogadores, alguns atletas que atuaram
comigo. Tem uma base. Analisando o futebol brasileiro, você vê que o
Sport tem bons jogadores, que dá para você ir lá na frente e competir
com o pessoal. Não tenha dúvida. Agora, vamos analisar o elenco. Não tem
uma mudança de imediato. Primeiro tem que fazer uma análise. Aí, se
precisar fazer alguma coisa, a gente faz. De uma forma muito pontual.
Daquilo que precisa. Não adianta contratar 10, 15 jogadores.
Luxemburgo dá sua opinião sobre renovação no mercado de treinadores
-
Houve uma cobrança muito grande pós-Copa do Mundo de 2014. De uma
mudança de técnicos. Achando que os novos deveriam ocupar os espaços e
nque deveria haver uma renovação. Mas, para falar bem claro com vocês,
muitas das coisas quem trouxe em 1900 e antigamente fui eu. Em 93,94.
Por exemplo, a tecnologia no futebol quem trouxe fui eu. Aquilo que a
Rede Globo usa, aquela animação, em 93, eu fiz o primeiro tática 3D, que
era um jogo de botão, que a gente fazia uma programação. Isso em 93. Eu
venho com vanguarda há muito tempo.
Quando comecei minha carreira, eu tinha Telê Santana, Zagallo, Ênio
Andrade, Evaristo de ... Para eu ocupar meu espaço, tive que ralar
bastante.
Luxemburgo e suas ideias táticas
- Estão
tentando reinventar o futebol. Fico olhando as pessoas falando como se
estivesse começando agora. Não. O futebol já existe, já foi inventado há
anos e anos. Inventaram um tal de 4-1-4-1.
Fico me perguntando o que é. Flamengo jogava 4-1-4-1 quando foi campeão
mundial. Tinha Nunes, Lico, Tita, Zico e Adílio, com Andrade por trás.
Era um 4-3-3, que podia ser um 4-2-4, 4-2-3-1. Isso são números.
O importante é ter um grupo que esteja motivado, dedicado e
comprometido. Se teu grupo não tiver isso aí, você não pode implantar
esquema nenhum, que não vai dar certo. E a inteligência do técnico é
colocar, dentro de campo, a forma como o grupo pode jogar.
Ansioso para a estreia
-
Quando cheguei, falei: "Não vou mais ou menos. Vou com uma mala cheia
de roupa". Cheguei e já temos um jogo importante. Com certeza vou estar
com um friozinho na barriga e com alguma coisa piscando. Se eu não
estiver assim, não estou dentro de um jogo decisivo.
Ainda entre os melhores
-
Não me vejo fora (do grupo dos melhores treinadores do Brasil). E não
vejo o Sport pequeno. Vim pela grandeza do clube, senão não viria. Sport
e Luxemburgo pode ser algo que dê muito certo, vai dar uma liga legal.
Acredito que faremos um grande trabalho. E vai acontecer o que eu sempre
tive, que é estar no topo. Não precisa eu falar, mostrar. Não tenho que
mostrar. Só tenho o que eu fazer o que eu sei fazer.
As correções no Sport
- (O time) teve uma demonstração muito forte no jogo contra o Grêmio. 2
a 0 é difícil de virar. E encontrou forças para virar. Já é uma coisa
muito importante, de estar inferiorizado e ter capacidade para virar.
Assisti ao jogo contra o Bahia. Tem uma crítica: que jogador não pode
ser expulso no primeiro tempo de um jogo decisivo. Jogo decisivo tem que
estar com 11 até o final. Expulsão só se o cara for me tirar o título
aos 90 minutos, fazendo gol, aí meu jogador pode ser expulso. Fora isso
não pode ser expulso.
Falta de títulos não incomoda
-
Quantos títulos Alex Ferguson conquistou em 30 anos de Manchester
(United)? Faz a pesquisa. Você vai ver que não se consegue conquistar
tudo. Se você pegar ao longo da minha trajetória, vai ver quantos
títulos eu tenho. É muito. Mas aqui não serve. Alex Ferguson é Sir Alex
Ferguson. Aqui é Luxemburro.
Tranquilidade com os investimentos do Sport
- Como o presidente falou, o Sport fez um esforço grande para me
trazer. Eu também fiz. Tenho que entender o momento e saber como o clube
funcione. Os dois lados fizeram um acordo, comigo cedendo e eles
cedendo para chegar a um acerto. Foram duas partes que chegamos a um
número legal. Estou satisfeito e o Sport pôde fazer o sacrifício.
Quando você pensa em nível nacional, vai ser fundamental o Sport
vislumbrar a possibilidade de encostar lá na frente. Isso é um trabalho
de inteligência. E aqui tem pessoas capacitadas para fazer isso.
A chegada de Thomás, velho conhecido dos tempos de Flamen
- É um jogador que eu lancei. Como qualquer garoto, vai em cima e vai
embaixo. Tem um potencial muito grande. É bom jogador. Não acompanhei
aqui, mas o pessoal disse que foi muito bem (no Santa Cruz). Ele não vem
para ter presença carimbada (no time), vem para o elenco. Para
carimbar, não depende de mim. Depende dele.
(VEJA OS VÍDEOS CLICANDO NO LINK ABAIXO)
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