FLAMENGO
Atraso nas obras e burocracia retardam em três meses a esperada liberação da Arena da Ilha. Estádio já tem autorização para receber partidas, mas jogo contra Botafogo será em Volta Redonda
Por GloboEsporte.com,
Rio de Janeiro
Em 2016, com o “empréstimo” do Maracanã para a Rio 2016 e sem um plano
B, o Flamengo mandou seus jogos ao redor do país enquanto brigava pelo
título do Brasileirão. As Olimpíadas acabaram, mas imbróglios com a
concessionária que administra o estádio e a falta de conservação fizeram
com que o Maraca seguisse indisponível. Para não sofrer o mesmo drama
em 2017, ano de Libertadores para o clube, o Rubro-Negro buscou uma
solução: alugou o Estádio Luso-Brasileiro, da Portuguesa, na Ilha do
Governador, para fazer dele sua casa, a Arena da Ilha.
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Deu-se início então à saga “House of Fla”, que terminou nesta
quarta-feira, com um final nem tão feliz. Os atrasos nas obras e a
burocracia atrasaram em três meses a esperada inauguração do local. O
clube, enfim, conseguiu a liberação para atuar no local. Mas antes do
tão aguardado OK, o Fla teve de conviver com a frustração de não poder estrear a nova casa contra o Botafogo. A partida foi confirmada pela CBF para Volta Redonda, no próximo domingo. Se perdeu na trama? Recapitulamos para você:
S01 EP01 - Episódio pilotoEm novembro do ano passado, o Flamengo anunciou acordo com a Portuguesa para construir uma arena provisória no Estádio Luso-Brasileiro.
O local vinha sendo utilizado pelo Botafogo, que não tinha mais
interesse em sediar seus jogos lá, com a reabertura do Nilton Santos.
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Arena era utilizada pelo Botafogo em 2016 (Foto: Davi Barros)
S01 EP02 - Início promissor
Apesar das divergências políticas desde a polêmica transferência de Willian Arão, no fim de novembro o Flamengo procurou, e o Botafogo aceitou conversar sobre o repasse da estrutura que montou na Arena da Il
Apesar das divergências políticas desde a polêmica transferência de Willian Arão, no fim de novembro o Flamengo procurou, e o Botafogo aceitou conversar sobre o repasse da estrutura que montou na Arena da Il
S01 EP03 - Fim de papo
Porém, os clubes não chegaram a um acordo.
O Alvinegro pediu cerca de R$ 3,5 milhões para entregar a Arena toda
montada ao Flamengo. O Rubro-Negro recusou a oferta, não apresentou
contraproposta, e a negociação foi encerrada. A desmontagem da estrutura
utilizada pelo Alvinegro, no entanto, se arrastou, devido a um impasse
entre os clubes. Até a Portuguesa entrou na questão.
S01 EP04 - Mãos a obraBastou o Botafogo entregar o
terreno dia 31 de dezembro, que dia 1º de janeiro o Flamengo assumiu o
local e deu início às obras. A previsão inicial para o término da
reforma era de 60 dias. Nos bastidores, o Rubro-Negro alimentava
esperanças de poder utilizar o estádio na estreia da Libertadores, dia 8
de março, contra o San Lorenzo.
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Estádio Luso Brasileiro no início de janeiro (Foto: Cahê Mota / GloboEsporte.com)
S01 EP05 - Força-tarefaAs obras na Ilha seguiam a
todo vapor, mas ciente de que não seria mais possível abrir o local no
início de março, o Flamengo fez uma força-tarefa para preparar o até
então abandonado Maracanã a tempo para a partida contra o San Lorenzo. O
clube gastou R$ 1,7 milhão entre replantio de gramado, recolocação de
cadeiras e até pagamento das contas de luz atrasadas do estádio para
colocá-lo minimamente em condições de funcionamento. Deu certo: o Fla
viu a torcida lotar o Maraca e ainda saiu no lucro com a alta renda, sua maior em um jogo desde 2013, total de R$ 3,7 milhões. No campo, vitória por 4 a 0.
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Flamengo x San Lorenzo acabou sendo no Maracanã (Foto: Divulgação)
S01 EP06 - Poder de barganhaMesmo com o sucesso no “plano Maracanã”, o
Flamengo pretendia enfim inaugurar a Arena da Ilha na partida seguinte
pela Libertadores, contra o Atlético-PR, no dia 12 de abril. Apesar
de ter a iminência da abertura do local como poder de barganha nas
negociações com a concessionária que administra o Maraca, a diretoria do
Fla sabia que, por causa do andamento das obras, o estádio dificilmente
teria condições de receber a partida. No fim, novamente o palco
escolhido foi o Maracanã.
S01 EP07 - O buraco é mais embaixoNo
início de abril descobriu-se a razão da demora para a abertura da Arena
da Ilha. Enquanto o clube divulgava fotos internas do estádio e negava
dores de cabeça com as obras, imagens aéreas captadas pela imprensa revelaram grandes buracos entre dois setores de arquibancadas.
Tratava-se de uma complexa obra de emergência que precisou ser feita
para o desvio de uma tubulação de águas pluviais próxima do setor leste,
atrasando totalmente o cronograma. Era um problema crônico no local,
mas que o Fla não contava inicialmente que precisaria de uma intervenção
tão grande.
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Buraco entre arquibancadas da Arena da Ilha (Foto: Reprodução / TV Globo)
S01 EP08 - De quem é o filho?O
“buraco” da Ilha reacendeu o embate político entre Flamengo e Botafogo.
Um funcionário do Alvinegro, Cadu Moura, brincou no twitter: “Parece que encontraram uma ~craterinha~em um certo estádio em obras no RJ”. O presidente Eduardo Bandeira de Mello disse que o trabalho executado pelo Alvinegro no local não foi de qualidade: “O problema surgiu depois e evidenciou que o trabalho tinha sido mal feito”.
Vice de administração do clube rubro-negro, Rafael Strauch disparou: "Quem
é responsável e honesto resolve o problema! Quem é irresponsável e
desonesto esconde, não resolve e lida com coisa séria fazendo graça". O mandatário do Botafogo, Carlos Eduardo Pereira, rebateu: "Quem sabe faz, quem não sabe fica por aí chorando".
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Funcionário do Botafogo, Cadu Moura provoca no twitter (Foto: Reprodução/Twitter)
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Vice-presidente de administração do Fla, Rafael Strauch rebate no twitter (Foto: Reprodução)
S01 EP09 - Ameaça francesa ao MaracaEnquanto o Fla
seguia tocando as obras na Ilha, uma trama paralela ganhava força. Sem
interesse em continuar administrando o Maracanã, a Odebrecht decidiu
vender a concessão do estádio. A única interessada foi a francesa
Lagardère. As companhias chegaram a um acordo, mas o Flamengo, não faz
negócio com a empresa francesa nem pintada de ouro: "Não merecem a menor confiança", disse Bandeira. O Rubro-Negro fez pressão e, em uma reviravolta, o governo do estado decidiu abrir uma nova licitação.
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S01 EP10 - A sessão na Alerj
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Pedro Abad, presidente do Flu, e Eduardo Bandeira de Mello na Alerj (Foto: Bruno Giufrida)
O Flamengo manifestou interesse de assumir, sozinho, o Maracanã. A
proposta não agradou o Fluminense, que visava uma administração em
conjunto do estádio. O ápice veio em uma audiência pública para
conversar sobre o imbróglio foi marcada na Alerj. Os
presidentes de Vasco e Botafogo, Eurico Miranda e CEP, apareceram de
surpresa na reunião e criticaram a postura do Rubro-Negro. Teve
bate-boca e troca de acusações.
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Eurico Miranda chega à Alerj para audiência pública sobre Maracanã (Foto: Bruno Giufrida)
S01 EP11 - Novo prazo para a ArenaCom a partida
seguinte em casa pela Libertadores marcada apenas para o dia 3 de maio,
contra a Universidad Católica, Bandeira de Mello voltou a mostrar
otimismo com a utilização da Arena: “O estádio da Ilha já vai estar
pronto, mas ainda vemos o Maracanã como opção. Só vamos saber mais para
frente. Enquanto não ocorrer esse acordo que estão falando não tem
problema. O Flamengo negocia diretamente com a atual concessionária. Se
mudar, e vencer essa empresa que dizem que está concorrendo, aí vamos
optar pela Ilha” disse à ESPN Brasil. O tempo passou, a Arena da Ilha
não ficou pronta e o Flamengo disputou a partida mais uma vez no
Maracanã.
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Bandeira de Mello, presidente do Flamengo (Foto: Site oficial CBF)
S01EP12 - Sonho antigoEnquanto tentava resolver o
presente, a diretoria do Flamengo pensava também no futuro a longo
prazo. Chegou-se a estudar um terreno na Barra da Tijuca para um novo
estádio, mas acabou-se recorrendo ao passado: no sonho de voltar a
mandar jogos na Gávea, que sempre esbarrou na prefeitura, pressionada
pela Associação de Moradores do Leblon em razão de implicações no
trânsito e no barulho. O Rubro-Negro fez um projeto de uma arena
acústica no local e, apesar da resistência da associação, o prefeito
Marcelo Crivella mostrou-se favorável e assinou um Protocolo de Intenção
para a construção do estádio.
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Marcelo Crivella e
Eduardo Bandeira de Mello. Prefeito assinou Protocolo de Intenções para
estádio acústico na Gávea (Foto: Fred Gome
S01EP13 - Mais que apenas laudosSem ter conseguido jogar pela Libertadores na Arena da Ilha, o presidente do Fla cravou a inauguração
para a partida contra o Atlético-GO, pela Copa do Brasil, dia 10 de
maio, para o local: “”Vai ser na Ilha. Estamos aguardando os últimos
detalhes burocráticos. Estamos fazendo a obra, e como somos nós que
estamos fazendo, sabemos que está tudo certo. Então estamos confiantes
que será na Ilha do Governador”, afirmou Bandeira de Mello ao Fox
Sports.
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Arena da Ilha Flamengo (Foto: Divulgação/Flamengo)
O Rubro-Negro, porém, afirmou não ter conseguido todos os laudos (Corpo
de Bombeiros, do Gepe e da Vigilância Sanitária) a tempo e, por isso, a
partida foi remarcada para o Maracanã. O problema, no entanto, ia além
dos laudos. No
fim de semana anterior à partida, refletores ainda não haviam sido
colocados, muita terra era vista no local e atraso na entrega de
materiais impossibilitava o cumprimento do cronograma.
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Terra e máquinas tomavam conta do setor oeste da Ilha às vésperas de partida contra Atlético-GO (Foto: GloboEsporte.com)
S01EP14 - Agora vai?
Considerando as obras na Arena da Ilha concluídas, o Flamengo pretendia
levar para lá justamente a partida contra o Botafogo, dia 4 de junho,
pela 4ª rodada do Campeonato Brasileiro, marcada até então para Volta
Redonda, às 11h de domingo. Na sexta-feira, Gepe e Corpo de Bombeiros
fizeram vistorias no estádio. Os bombeiros, no entanto, exigiram mudanças nas passarelas de acesso às arquibancadas e não liberou a realização de jogos.
S01EP15 - Últimos capítulos...
A
novela parecia se aproximar de um final feliz. Correndo contra o tempo,
o Flamengo recebeu nova visita do Corpo Bombeiros na terça, ainda na
esperança de jogar contra o Botafogo na Ilha. Os Bombeiros fizeram novas
exigências, mas terminaram aprovando o "novo projeto" de segurança do
clube. No entanto, até o fim do dia (limite para a transferência de
local), a CBF informou que não havia recebido todos os laudos exigidos.
De última hora, o Rubro-Negro ainda cogitou levar o jogo para o Maracanã. Mas como o
Regulamento Geral de Competições da CBF prevê cinco dias de antecedência
para "solicitações de alteração de horário e de local da partida
(estádio), desde que na mesma cidade", a partida não poderia sair de
Volta Redonda.
S101EP16 - Final quase feliz...Nesta
quarta, o Fla divulgou uma nota informando ter encaminhado para a CBF
odos os laudos de segurança. O clube pareceu deixar nas mãos da
entidade a decisão de liberar o estádio:
"
O Clube de Regatas do Flamengo informa que encaminhou para a CBF todos
os laudos de segurança para a liberação do estádio da Ilha do
Governador. Assim, informamos que o estádio encontra-se em plenas
condições para abrigar qualquer partida, o que acontecerá a qualquer
momento, a critério da Confederação Brasileira de Futebol"
feira, fora do prazo para alteração do local, a CBF confirmou a partida
para Volta Redonda. Mas também anunciou o fim da saga: o estádio está
apto para receber partidas.
Portanto, só para reforçar: Flamengo x Botafogo será neste
domingo, 4 de junho, às 11h, em Volta Redonda. Combinado? A próxima
"temporada", ao que tudo indica, será no dia 14 de junho, quando o
Rubro-Negro, enfim, poderá estrear sua nova casa na partida contra a
Ponte Preta, pela sétima rodada do Campeonato Brasileiro.
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