COPA DO BRASIL 2017
Centroavante é decisivo em 3 a 1 sobre o Fluminense e supera Bolaños como goleador gremista no ano. Pela Libertadores, centroavante marcou gols semelhantes
Por Eduardo Moura,
Porto Alegre
O ano tem sido dos estrangeiros no Grêmio. A pequena redução da
realidade e até figura de linguagem é apenas para delimitar o que tem
representado Lucas Barrios para o clube gaúcho. Em menos de três meses
em Porto Alegre, o centroavante se tornou o artilheiro do time ao marcar
dois gols no 3 a 1 sobre o Fluminense,
na noite de quarta, pela Copa do Brasil, e transformou o estilo
tricolor. O ponto curioso – e que apenas corrobora sua adaptação – é a
repetição da maneira como os gols saíram, (muito) semelhantes a outros
anotados recentemente, pela Libertadores.
O tricolor carioca, por sinal, se tornou o rival preferido do
paraguaio. Já levou sete gols de Barrios desde sua chegada ao Brasil, em
2015. Em apenas quatro jogos. Ele anotou um triplete pelo Palmeiras no
Brasileirão e fez dois gols em vitória por 2 a 1 sobre os cariocas na
Copa do Brasil, todos em seus primeiros meses no país.
Com as redes balançadas duas vezes na Arena, Barrios chegou aos nove
gols no ano, ultrapassando Bolaños na artilharia azul da temporada – o
equatoriano fez oito. São 15 jogos disputados, sendo sete deles como
titular. Esteve em campo em 739 minutos, ou oito partidas completas.
Assim, mantém a média de um gol a cada 82 minutos – tecnicamente, um gol
por jogo.
O primeiro gol de Barrios sobre o Flu foi em jogada ensaiada. Exatamente igual ao marcado na derrota por 2 a 1 para o Deportes Iquique, em Calama (veja no vídeo acima, a partir de 1:00).
Kannemann desviou cobrança de escanteio no primeiro poste, e o camisa
18 escorou no segundo. O lance é trabalhado nos treinos fechados e
rendeu ainda outro gol, com Pedro Geromel, na vitória sobre o Guaraní-PAR por 4 a 1, na Arena.
– Eu não vou ficar falando minhas jogadas ensaiadas para vocês. A gente
treina. Não é à toa que fizemos dois gols – resumiu o técnico Renato
Gaúcho na entrevista coletiva, evitando o assunto.
No segundo gol da noite de quarta-feira, carimbou a carteirinha de
centroavante. Ao receber de Cortez, teve calma, negaceou na frente do
defensor e conseguiu encontrar espaço entre as pernas. O chute mansinho
não deu chances para Diego Cavalieri. A jogada pelo lado esquerdo, com
toques curtos e cruzamento rasteiro, lembrou outro lance da goleada
sobre o Guaraní, a partir de 0:44). A finalização de Barrios, naquela oportunidade, foi mais perto da meta e deslocou o goleiro.
– Eu vi que o cara abriu as pernas, né! Não tinha ângulo para chutar em
outro lugar. Acertei. E foi bom para nós. Apesar da dificuldade do jogo
nos primeiros minutos, conseguimos um triunfo que nos dá tranquilidade –
disse Barrios na saída de campo.
Adaptação ao 9
O fato é que o torcedor gremista pode se acostumar a ver Barrios
marcar. O centroavante tem tudo a ver com o novo estilo do Grêmio jogar.
Renato sempre disse que precisaria adaptar o time ao camisa 18. Teve
tempo para fazer isso após a queda no Gauchão. Dito e feito. O time
atualmente tem um repertório muito mais vasto envolvendo o finalizador.
No primeiro gol contra o Fluminense, por exemplo, Arthur avança de trás e
recebe passe do camisa 18 dentro da área antes de driblar Cavalieri.
"Graças a meus companheiros que estou fazendo os gols. São eles que me
buscam na área para tratar de terminar a jogada. Estou muito feliz. Se
um crê no outro e tem confiança, as coisas acontecem. Viramos e
mostramos que somos um time forte". (Barrios)
m
diversos momentos, o passe de Geromel ou Léo Moura procura Barrios no
pivô, com a intenção de segurar a bola e apará-la para algum companheiro
de frente. A presença física também dá a chance do Grêmio rifar a bola,
quando necessário, procurando o centroavante. Não é o ideal, mas no
aperto funciona como um escape para os defensores, especialmente
Kannemann e Marcelo Grohe. E, na frente da meta, Barrios mostra a razão
do Grêmio tê-lo contratado.
– Ele tem me escutado. O que eu mais peço, o que falo para os meus
jogadores: dentro da área, o desespero é do adversário. A zona é
terrível para eles. Eles só podem tomar a bola de vocês. Você tem que
ter a tranquilidade para definir – comentou o treinador.
VEJA OS VÍDEO CLICANDO NO LINK ABAIXO
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