sexta-feira, 3 de março de 2017

CEP lamenta decisão: "Assassinos do dia 12 poderão ir ao jogo no domingo"




BOTAFOGO




Presidente do Botafogo diz que, diante da decisão judicial, não há o que fazer, mas ressalta: "A responsabilidade passa a ser do desembargador que liberou"




Por
Rio de Janeiro





Carlos Eduardo Pereira botafogo presidente (Foto: Vicente Seda / Botafogo)CEP em encontro na Ferj, na última quarta (Foto: Vicente Seda)



A decisão do desembargador do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, Gilberto Clovis Farias Matos, de acatar os recursos dos clubes e suspender a liminar que obrigava torcida única em clássicos no Rio de Janeiro não agradou o Botafogo. Como administrador do Nilton Santos, o Alvinegro se mostrou contra, desde o início, a presença das duas torcidas, nas atuais circunstâncias.

Em contato com o GloboEsporte.com, o presidente do Botafogo, Carlos Eduardo Pereira (CEP), ressaltou não ter como ir contra uma decisão judicial, mas recordou o assassinato de um torcedor alvinegro, no clássico, contra o Flamengo, em 12 de fevereiro, para defender sua posição.

- É uma decisão judicial, não há o que fazer. Só acho que antes de a Justiça tomar esse tipo de decisão, ela tinha que dar uma resposta à sociedade. Ninguém falou sobre os assassinos do dia 12 de fevereiro. O torcedor do Botafogo foi assassinado com um espeto de churrasco, ninguém foi preso, ninguém está respondendo a nada. E as pessoas estão tratando isso como uma coisa menor, sem importância. Para nós, não é. Os mesmos assassinos do dia 12 poderão ir ao jogo no domingo. A responsabilidade passa a ser do desembargador que liberou -  lamentou o presidente alvinegro. 




Carlos Eduardo Pereira ainda disse não entender o motivo de o jogo entre Flamengo e Fluminense não ser disputado no Maracanã. O dirigente, inclusive, revelou ter proposto à FERJ uma vistoria conjunta no estádio. Não houve resposta. 

- O Botafogo se posicionou a favor do regulamento. O regulamento indicia o Maracanã como estádio prioritário em relação à realização de clássicos. Ninguém demonstrou ao Botafogo a impossibilidade de o Maracanã ser utilizado no domingo. Esse é o ponto inicial. Por que pode na quarta e não pode no domingo? Ninguém explicou. O Botafogo fez uma proposta à federação de uma vistoria conjunta no Maracanã e não recebeu nenhuma resposta.

Após a decisão, Sandro Trindade, procurador da Ferj, explicou o motivo de o Maracanã não estar disponível para o clássico de domingo. Segundo o dirigentes, não há laudos que liberem o estádio, que será usado na próxima quarta-feira pelo Flamengo, na estreia na Libertadores, contra o San Lorenzo. 

- Todo esse imbróglio mostrou uma união dos clubes e da federação em prol de um objetivo comum. 
O Botafogo, realmente, destoou. Mas volto a dizer: é  importante que o Botafogo, a partir deste momento que a liminar foi revogada, se una, e manifeste-se no sentido de que o posicionamento do clube também é no sentido que as campanhas de paz nos estádios devem ser estimuladas. E temos certeza que o Botafogo vai aderir. A designação deste jogo para o Engenhão, Nilton Santos, é o que prevê o regulamento da competição. O Maracanã que é a primeira opção não foi utilizado porque não tem condições necessárias para o jogo de domingo. Não possui laudos técnicos - disse Sandro Trindade.

Entenda o caso:
No dia 17 de fevereiro, o juiz Guilherme Schiling, do Juizado Especial do Torcedor e dos Grandes Eventos do Rio, determinou que os clássicos realizados no estado seriam com torcida única. Clubes e Federação, após audiência, conseguiram a suspensão da liminar para a semifinal entre Flamengo e Vasco, no sábado. Para a decisão, contudo, as discussões voltaram à tona. O Fluminense, sorteado como mandante do jogo, ganhou o direito, após audiência na tarde desta sexta, de jogar apenas para sua torcida. Eduardo Bandeira de Mello e Pedro Abad afirmaram ser contra a decisão e recorreram. Na tarde desta sexta-feira, o desembargador Gilberto Clovis, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, acatou o recursos dos clubes e derrubou a liminar que obrigava torcida única no clássico de domingo. 


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