quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Presidente do Bota critica reação da Lusa por desmanche: "Estava previsto"




BOTAFOGO



Em entrevista à Rádio Globo, Carlos Eduardo Pereira diz que cumpriu obrigações e alega: "É um dever do Botafogo restituir as coisas no estado em que ele recebeu"




Por
Rio de Janeiro



Carlos Eduardo Pereira, presidente do Botafogo (Foto: Reprodução SporTV)Carlos Eduardo Pereira criticou a Portuguesa e não teme ação na Justiça (Foto: Reprodução SporTV)


Um dia após a Portuguesa registrar ocorrência 37ª DP, na Ilha do Governador, sentindo-se lesada pelo desmanche em seu estádio, o presidente do Botafogo se manifestou. Em entrevista à Rádio Globo, Carlos Eduardo Pereira alegou que tudo que foi retirado estava previsto, inclusive as bases de concreto que sustentavam os postes de iluminação ao redor do campo – principal queixa da Lusa –, e que a escavação era necessária para deixar o local nivelado e preparado para futuras instalações de arquibancadas – no caso, que serão erguidas pelo Flamengo.

+ Rádio Globo: ouça a entrevista completa do presidente do Botafogo

– É um direito de cada um. O Botafogo teve uma relação boa, lamento a postura da Portuguesa, até porque ela já negociou o campo com outra equipe. Da nossa parte, não havendo acordo para indenização com as benfeitorias, é um dever do Botafogo restituir à Portuguesa as coisas no estado em que ele recebeu. Como nós não recebemos nenhum apoio para os postes, aquilo foi construído para o Botafogo e representava um obstáculo em concreto, natural que tenha que tirar e restituir o campo nivelado sem causar dificuldade para futuras instalações de arquibancadas. Não há nada além disso – respondeu CEP, que disse não temer uma ação judicial:

– O Botafogo cumpriu rigorosamente com todas as suas obrigações e está tudo lá à disposição da Portuguesa. O que foi colocado pelo Botafogo foi retirado como estava previsto. Não há porque alongarmos mais, é um direito de cada um ter a sua avaliação. Se quiser uma reclamação judicial, nosso departamento jurídico vai responder sem nenhum problema. Mas acho que isso é uma página virada. Dia 31 encerra nossa relação. A Portuguesa deve olhar pra frente e seguir o seu caminho – afirmou, sem responder a Marcelo Barros, vice-presidente de futebol da Lusa, que havia questionado sobre quais melhorias o Alvinegro iria deixar no estádio.

Arena da Ilha 02 (Foto: Thiago Lima)
Estruturas de concreto ao redor do campo, 
para sustentação dos refletores, foram 
escavadas (Foto: Thiago Lima)


A retirada da estrutura por parte do Alvinegro – como por exemplo ar condicionado dos vestiários e cabines, iluminação do campo e câmeras de segurança –, apesar de prevista em contrato, não caiu bem entre os dirigentes da Lusa. Mas a gota d'água foram as escavações para retirada das quatro bases de concreto sob o solo. Internamente na Portuguesa, há quem considere que o Botafogo esteja tentando prejudicar o Flamengo, atrasando as obras do rival. Questionado como está a relação com o Rubro-Negro, CEP tratou como "frieza cordial".

– É de uma frieza cordial. Em termos de ambiente, é claro que converso com o presidente do Flamengo, dentro dos princípios da boa educação. Mas em termos de relação entre os dois clubes não existe. A pendência do Willian Arão está judicializada e estamos aguardando que o judiciário se manifeste sobre ela – afirmou.

Arena, Botafogo, Ilha (Foto: Thiago Lima)
Parte da fiação dos postes de energia elétrica 
dentro do estádio também foi rompida no 
desmanche (Foto: Thiago Lima)


Alegando má fé, a Portuguesa fez um boletim de ocorrência, mas a "AKF Construções & Montagens", empresa contratada pelo Botafogo para o desmanche, comprovou que recebeu ordens no contrato para demolir as bases. Com isso, a polícia considerou que não poderia abrir precedente contra a firma. Sem conseguir caracterizar como dano ao patrimônio privado, a Lusa, se quiser levar a história adiante, terá que entrar na esfera cível e processar o Botafogo. Por enquanto, o Flamengo observa a situação, já que o contrato assinado com a Portuguesa – válido por três anos – começa a vigorar só dia 1º de janeiro de 2017.

+ Impasse entre Botafogo e Portuguesa atrasa desmonte de Arena da Ilha

Arena da Ilha 03 (Foto: Thiago Lima)
Portuguesa alega que tratores foram utilizados 
para escavações e romperam uma das grades 
(Foto: Thiago Lima)


Arena da Ilha 04 (Foto: Thiago Lima)
Ainda resta uma parte da arquibancada do 
Setor Norte para ser retirada da Arena 
até sábado (Foto: Thiago Lima)


Arena da Ilha 01 (Foto: Thiago Lima)
Panorama do processo de desmontagem da 
Arena da Ilha até a tarde desta quarta-feira 
(Foto: Thiago Lima)


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