VASCO
Cruz-Maltino é somente 11ª colocado na metade final da Série B, vê distância para 5º cair de 11 para dois pontos, Nenê ficar oito jogos sem marcar e jejum em São Januário
Mais do que um tropeço, um recado: o Vasco não tem mais direito ao erro na Série B. O confronto entre os rivais Avaí e Náutico ainda não coloca em risco o lugar no G-4 na próxima rodada, mas o retrospecto recente deixa todos os alertas ligados: há, sim, possibilidade real de deixar escapar um acesso que era tido como favas contadas. O empate com o Luverdense, em São Januário, piorou marcas que já eram negativas na Segunda Divisão.
Nunca um grande perdeu tantas vezes, nunca um grande chegou
a esta altura dos pontos corridos com o acesso tão em risco, Nenê ainda não
tinha ficado oito jogos sem marcar no ano, o Vasco não tinha ficado três
partidas sem vencer em casa, e por aí vai. Sábado, o compromisso é contra o
Bragantino, fora de casa. Depois, ainda há Criciúma e Ceará, e os números
mostram que não há mais espaço para vacilo. Confira:
- Péssimo rendimento no returno
A situação delicada na qual o Vasco se encontra está
diretamente ligada ao rendimento ruim no segundo turno. Líder nas 19
primeiras rodadas com 39
pontos, o Cruz-Maltino é somente o 11º colocado, com 20. A pontuação é a
mesma do 12º, o Paysandu, que leva a pior
no saldo -1 a -2. Mas Brasil de Pelotas (19) e o Ceará (18) estão na
cola.
Queda vertiginosa de produção indicada já nas quatro primeiras rodadas,
com dois pontos conquistados em 12, e graças a empates com os dois
últimos colocados.
William disputa bola com jogador do Luverdense
em novo tropeço do Vasco em São Januário
(Foto: André Durão)
- Pior público entre candidatos ao acesso
O empate frustrante mostrou também a falta de sintonia
entre time e torcida na reta decisiva da temporada. O Vasco foi, de longe, o
candidato ao acesso com pior público na noite de terça-feira. Além dos
cariocas, Londrina, Náutico e Bahia jogaram em casa e tiveram mais apoio.
No Paraná, 6.171 pagantes viram o Londrina perder para o Atlético-GO. Já no
Nordeste, o Timbu levou 8.991 torcedores à Arena Pernambuco, enquanto o Bahia
lotou a Fonte Nova: 35.658 pagantes. Em São Januário, foram somente 2.555.
Marca maior somente do que na vitória sobre o Joinville (1.689 em uma noite de
sexta-feira) e na derrota para o Vila Nova (2.052).
Somente 2.555 torcedores pagaram ingresso
para ver o Vasco, bem menos que o Bahia,
novo vice-líder (Sofia Miranda)
- Pior grande na Série B em pontos corridos
A derrota para o Brasil de Pelotas, no último sábado,
ampliou para dez um recorde nada honroso: grande com maior número de derrotas
na Série B. O empate com o Luverdense deixou o clube também na situação mais
desconfortável entre os tradicionais após a 35ª rodada na era dos pontos
corridos, que teve início em 2006. Com 59 pontos e 17 vitórias, Jorginho e seus
comandados podem até alegar campanha melhor do que os 59 pontos e 15 vitórias
do time de Joel Santana em 2014. Na ocasião, porém, a distância para o quinto
era de seis pontos e agora somente dois. O acesso corre risco real.
- Pior colocação na Série B
Líder por 28 rodadas, o Vasco fez o torcedor acreditar que o
título era questão de tempo. Agora, é praticamente utopia. Com nove pontos a
serem disputados, o Atlético-GO tem oito de vantagem. Para piorar, o
Cruz-Maltino perdeu também a segunda colocação pela primeira vez. O posto agora
é ocupado pelo Bahia, com os mesmos 59 pontos e 11 gols a mais de saldo. Em
2014, os vascaínos também subiram sem levantar o troféu, justamente em
terceiro, com 63 pontos, na penúltima rodada.
Jorginho durante empate do Vasco com o
Luverdense em São Januário, na noite de
terça-feira (Foto: André Durão)
- Pior diferença para o quinto
O terceiro tropeço consecutivo em São Januário deixou o
Vasco também com a pior diferença para o quinto colocado desde o início da
competição. A única vez que o primeiro time fora do grupo dos que sobem esteve
a dois pontos dos cariocas foi – acreditem! - na segunda rodada, quando abriu 6
a 4 para o Goiás. Desde então, o Cruz-Maltino nunca sequer teve sua vaga no G-4
ameaçada em uma rodada - como ainda não está. O Náutico, que pega o quarto,
Avaí, tem 57 contra 59 do time de Jorginho. Os pernambucanos, por sinal, eram
os adversários também quando a equipe abriu a maior vantagem: 11 pontos, na 18ª
rodada.
- Pior jejum de Nenê no ano
Artilheiro vascaíno na temporada, com 20 gols, Nenê não
balança as redes há oito partidas, desde o empate com o Santos pela Copa do
Brasil, em 21 de setembro. É o maior jejum do camisa 10 em 2016. Se levarmos em
conta somente a Série B, já são dez rodadas sem superar as defesas adversárias.
Marca inimaginável no início da competição, quando o meia-atacante fez oito
gols em cinco partidas. Nas 30 seguintes, foram somente quatro, sendo um de
pênalti.
- Pior série sem vitórias em São Januário
Por fim, o empate com o time do Mato Grosso representa o
pior jejum de vitórias em São Januário no ano. A série começou com derrota para
o CRB e teve ainda o empate por 0 a 0 com o Avaí. Até então, o Vasco tinha
ficado duas partidas sem triunfar diante do torcedor em fevereiro e em junho.
Primeiro, pelo Carioca, empatou com Friburguense e Botafogo. Depois, já pela
Série B, perdeu para Paysandu e Paraná. A série amarga levou o Cruz-Maltino
para o sétimo lugar no ranking de mandantes na competição, com 66,67% de
aproveitamento, empatado com o oitavo, Brasil de Pelotas, e atrás de Bahia,
Avaí, Atlético-GO, Náutico, Luverdense e Ceará
FONTE:
Nenhum comentário:
Postar um comentário